👉 A Neuralink, uma das (muitas) empresas de Elon Musk, divulgou seus avanços na criação de interfaces cérebro-computador.
👉 Segundo Musk, podemos, no futuro, nos fundir com os computadores.
👉 A ideia é que isso nos proteja dos “excessos” da Inteligência Artificial.
Elon Musk e a Neuralink
O que um livro de Ian Banks, escrito em 1987, tem a ver com Elon Musk e o futuro da humanidade?
Continue para descobrir.
Em 2016, Elon Musk, um dos mais respeitados (e até polêmicos) empreendedores da atualidade, anunciou a criação da Neuralink, uma startup com o objetivo final de desenvolver interfaces cérebro-computador implantáveis.
A companhia vem desenvolvendo suas interfaces nos últimos três anos e, no último dia 16, anunciou os resultados de suas pesquisas.
Segundo Musk, o objetivo maior da Neuralink é inserir microchips no cérebro humano para que nós possamos nos fundir com os computadores. Para ele, isso fará com que consigamos mitigar os possíveis efeitos negativos das Inteligências Artificiais superpoderosas.
Um chip de 4x4mm será conectado a fios microscópicos contendo eletrodos. Os eletrodos irão monitorar os impulsos neurais, ou seja, as atividades do cérebro. A ideia de Musk é que, a curto prazo, os eletrodos poderão ler e interpretar o cérebro. Isso, conectado a outros dispositivos, fará com que nós possamos controlar, por exemplo, um smartphone usando nosso cérebro.
Os próximos passos da Neuralink
Desde que foi fundada, a Neuralink vem contratando alguns dos melhores neurocientistas das maiores universidades dos Estados Unidos. A empresa já recebeu 158 milhões de dólares em investimentos (sendo 100 milhões do próprio Elon Musk). Atualmente a empresa possui 90 funcionários.
Conhecido por seus prazos, digamos, “ousados demais”, Musk já declarou que espera que os primeiros testes em humanos sejam realizados já em 2020. Segundo o próprio Elon Musk, “um macaco foi capaz de controlar um computador com o cérebro”.
Segundo o cientista Philip Sabes, que trabalha na Neuralink, “Você pode usar essa tecnologia no cérebro para restaurar a sensação de toque ou visão. Uma pessoa pode imaginar estar correndo, dançando ou até mesmo lutando kung fu. Em última análise, se e quando a tecnologia para estimulação nervosa ou muscular da medula espinhal chegar longe o suficiente, ela poderia ser usada para restaurar o controle do indivíduo sobre seu próprio corpo”.
Segundo o próprio Musk: “Mesmo em um cenário benigno de Inteligência Artificial, ficaremos para trás. Espero que seja um cenário benigno. Com uma interface cérebro-máquina (…), acho que podemos (…) ter a opção de se fundir com a Inteligência Artificial.”
Musk, Neuralink e o “Laço Neural”
As bases conceituais de Musk para a Neuralink vem das ideias de Iain M. Banks, autor de ficção científica conhecido pela série The Culture, iniciada em 1987, e pela criação do conceito de “Laço Neural”.
Segundo Banks, o mundo poderia ser dominado por Mentes, Inteligências Artificiais conscientes, capazes de manter conversas com todos os humanos sob sua tutela, armazenando uma quantidade imensa de informação. Para o autor, essas Mentes seriam mantidas através dos Laços Neurais, ou seja, uma forma de interface cérebro-computador implantada nas pessoas desde muito cedo. As Mentes seriam capazes de ler e armazenar todas as informações de todos esses seres, fossem eles biológicos ou artificiais. Os laços neurais permitiriam também a comunicação wireless com as Mentes e os grandes bancos de dados.
Meio assustador, né?
As Supermentes e o nosso futuro
Embora as visões de Banks e Musk possam soar um tanto pessimistas demais, vale olhar o outro lado.
No livro Superminds: The Surprising Power of People and Computers Thinking Together, o autor Thomas H. Malone discute como a junção da inteligência dos humanos com a inteligência dos computadores, ao invés de trazer malefícios, trará muitos benefícios para a humanidade. Segundo ele:
“Como o filósofo Marshall McLuhan observou, nós geralmente entendemos primeiro novas tecnologias, comparando-as com as antigas. (…) Da mesma forma, muitas pessoas imaginam que máquinas artificialmente inteligentes parecerão e agirão mais ou menos como pessoas. Com a exceção de alguns fofinhos, como R2-D2, a maioria dos robôs fictícios tem dois braços, duas pernas e um rosto com um par de olhos, um nariz e uma boca. Mas a real Inteligência Artificial que usamos hoje raramente se parece com os robôs da ficção. As funções de pesquisa do Google, a Alexa e as centenas de algoritmos de aprovação de crédito usados ??pelos bancos não se parecem com nada. Para os humanos que interagem com eles, são apenas inteligências, existentes em algum lugar no mundo vago do ciberespaço, ou “a nuvem”.
Ainda segundo ele:
“Por muito tempo, a contribuição mais importante dos computadores não será a Inteligência Artificial; será a
hiperconectividade – conectando mentes humanas umas às outras em novas maneiras e em escalas sem precedentes.”
Se quiser saber os insights de Ricardo Amorim e Arthur Igreja sobre Inteligência Artificial, temos alguns vídeos especiais na nossa plataforma (exclusivos para membros):
👉 O que fará a China ser a líder em Inteligência Artificial?, com Ricardo Amorim.
👉 Qual será o impacto da Inteligência Artificial sobre a medicina?, com Ricardo Amorim.
👉 A Inteligência Artificial pode sair de controle?, com Arthur Igreja.
Se quiser assistir ao vídeo completo, aí está a live dos anúncios da Neuralink. Começa a partir do minuto 35:27.
Ou alguém controlar o nosso cérebro com um Smartphone.