O gesto de Cristiano Ronaldo numa coletiva de imprensa (a empresa não é patrocinadora do atleta, além de ele ser contrário ao consumo de refrigerantes, já tendo repreendido o próprio filho publicamente por isso) de retirar duas garrafas de Coca-Cola (com uma clara expressão de desagrado) da bancada repercutiram mundialmente, gerando grande discussão ao longo da penúltima semana de Junho: https://blog.aaainovacao.com.br/wp-content/uploads/2021/06/Cristiano-Ronaldo-replaces-UEFA-sponsor-drink-with-water..mp4 No mesmo dia, o valor da empresa chegou a cair de US$ 242 bi para US$ 238 bi, um tombo assustador. Muitos acreditaram que a atitude do jogador foi a verdadeira causa para a queda nos valores da ação da Coca-Cola. Em 15 de Junho de 2021, a Heineken publicou um post e logo depois retirou do ar, decorrente dos rumores. Isso não chega a ser totalmente surpresa, em tempos de Elon Musk dizendo que iria comprar bitcoin e aceitar o criptoativo como pagamento dos carros da Tesla e ter feito a moeda disparar, bem como recuar quando disse que não era bem assim. E agora já disse que pode considerar a hipótese de aceitar no futuro. Sozinho, fez a moeda oscilar para lá e para cá com poucos tuítes. Se juntarmos o poder das celebridades com o esporte, além de exponencial ascendência do digital há alguns anos, em escala cada vez maior, e ainda estudos como o da Sports Value, de Amir Somoggi, dando conta do valor dos ativos digitais dos clubes LATAM, veremos que o potencial de influência é enorme. Mesmo que os clubes LATAM ainda tenham um continente para crescer e se profissionalizar, a tendência é clara, traduzida em alguns exemplos: os maiores clubes da LATAM têm ativos digitais de, somados, US$ 115 milhões em maio de 2021. Além disso, o Instagram é responsável por US$ 60 milhões, ou 52% do total. E também os clubes brasileiros dominam o YouTube, valendo US$ 21 milhões do total, ou seja, 84%. O potencial de crescimento e destruição de imagem e financeiro do esporte, tanto em sua versão off quanto online, somado ainda aos influencers, celebridades ou jogadores(ou ex) é impressionante. Concordemos ou não com o impacto e mesmo com os valores (não me refiro aqui aos financeiros, mas morais de uma certa forma) envolvidos, as cartas estão postas. O que está, está. Mas qual foi o real motivo para a queda de ações da Coca-Cola? Após novas análises, ficou evidente que a variação nas ações da Coca-Cola pode ter ocorrido decorrente do ajuste de dividendos da empresa na mesma data da ação de Cristiano Ronaldo. Consequentemente, a variação no valor das ações da Coca-Cola na Bolsa de Valores tornou-se inevitável e apresentou uma queda inicial de 1% em seu desempenho diário. De acordo com o valor de mercado atual da Coca-Cola, de US$242 bilhões, uma variação nessa dimensão resultaria na queda de US$2,4 bilhões e seu valor de mercado. Contudo, variações de ações no curto prazo não representam, de fato, o valor de mercado da empresa, sendo vistas como naturais aos mais familiarizados com a Bolsa de Valores. Apesar da atitude de Cristiano Ronaldo não ter sido o verdadeiro motivo para a queda das ações, acredito que marcas, empresas e mesmo os jogadores/influenciadores precisam estar ainda mais atentos e agindo com cuidado tanto quanto celebram um contrato quanto quando tomam atitudes envolvendo marcas. Porque depois das atitudes, erradas ou certas(se é que existe esse juízo), a coisa está feita. Flavio Paiva Flavio Paiva é Membro AAA, colunista do Coletiva.net, especialista em negociação e marketing com experiências em grandes organizações como TV Globo, Grêmio, Internacional. Ele é gaúcho, nascido em Porto Alegre, não abre mão de uma boa leitura e se reunir com os amigos. "O Triplo A é parte essencial do meu dia a dia. Antecipando cenários ou trazendo o que acontece em inovação e tecnologia, é fundamental para antever acontecimentos e desenvolver business em escala global". Share This Comments (1) Leave a Reply Cancel replyYour email address will not be published. Required fields are marked *Your CommentName * Email * Website junho 17, 2021