Você é feliz no seu trabalho? Se a sua resposta for ‘não’, saiba que existe um novo título, considerado por muitos a ‘profissão do futuro’, que nasceu para mudar esse sentimento que afeta milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Chief Happiness Officer (CHO), cuja tradução significa Chefe da Felicidade, é o responsável pela satisfação dos funcionários de uma empresa.
Isso mesmo que você leu: essa tendência vem crescendo no mercado corporativo e tem como atributos desde medir, por meio de pesquisas, o bem-estar e o contentamento dos colaboradores, até facilitar diálogos e conexões reais entre eles. Além, é claro, planejar e implantar novas ações alinhadas à liderança, a fim de garantir um ambiente de trabalho onde as pessoas se sintam felizes e realizadas.
Na prática, os resultados oferecidos por um CHO impactam diretamente no desempenho financeiro, inovação e consequente sucesso das companhias. E não é difícil entender o porquê: uma equipe feliz produz mais, é mais criativa e leal, divulga em primeira mão o negócio, possui melhores relações e tem menor absenteísmo, o que gera maior crescimento, lucros e otimização do tempo.
Quer saber mais a fundo sobre essa nova profissão, suas principais funções e de que maneira assumi-las com êxito. Confira na leitura a seguir!
O que é CHO?
Tudo começou com uma empresa dinamarquesa chamada Woohoo Partnership, que desenvolveu uma metodologia, em 2003, com foco na motivação dos seus funcionários. Então, teve origem o certificado de Chief Happiness Officer (CHO): influenciador da felicidade no ambiente corporativo, à frente dos debates a respeito da saúde mental e do equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
E para justificar o seu verdadeiro papel é necessário compreender que o conceito de felicidade corporativa excede aquela tão esperada pausa para o cafezinho ou almoço, e organizar atividades de happy hour.
Assim, o estilo de abordagem varia de acordo com o tipo de empresa e do seu diagnóstico, mas podemos adiantar que trata-se de uma constância do sentimento de reconhecimento e valorização de cada profissional em seus setores de atuação.
CHO: Quais são as suas principais funções?
Como vimos, o CHO é a ponte entre a cultura organizacional da empresa e os seus colaboradores, além de ser o formador de treinamentos, políticas internas e de tudo que estiver ao seu alcance para tornar a execução do ofício agradável e divertida. Vamos acompanhar agora as suas principais atribuições:
Tratamento humanizado
Parece a coisa mais óbvia a se fazer, no entanto, a causa de maior rotatividade, afastamentos e baixo engajamentos nas empresas é justamente o mau tratamento direcionado aos funcionários. Segundo pesquisa realizada pelo SurveyMonkey, 9 em cada 10 brasileiros se dizem infelizes e insatisfeitos na carreira, um dado alarmante e que merece muita atenção por parte dos CHOs, principalmente em tempos de crise e transformação digital.
Portanto, uma boa base para um CHO trilhar é tratar as pessoas com respeito e como elas gostariam de ser tratadas, e isso inclui saber ouvir assuntos como, o momento de carreira, desenvolvimento profissional e conflitos. E, claro, ser capaz de confiar nas pessoas e proporcionar feedbacks, incentivos e reconhecimentos constantes, de que cada trabalho importa dentro do processo.
Liberdade de expressão
Um empenhado CHO tem como ponto chave orientar o caminho da liberdade para que os membros das equipes expressem novas ideias, aliado a autonomia para executá-las. Afinal, qual líder ou gestor não quer ser surpreendido com os talentos e habilidades de seus colaboradores?
Em total acordo com Steve Jobs: “Não faz sentido contratar pessoas inteligentes e dizer a elas o que fazer, nós contratamos pessoas inteligentes para que elas nos digam o que fazer.” E cabe ao CHO ajudá-los a encontrar o equilíbrio certo entre o trabalho e a vida pessoal, para tornar cada colaborador muito mais comprometido e inspirado.
Valores da empresa
Sempre que o CHO tiver uma decisão a tomar, um conflito a resolver ou a necessidade de inovar, seu ponto de partida será os valores da empresa. Quase todos os artigos ou relatórios sobre o engajamento dos funcionários lhe dirão que os valores são importantes e que não basta tê-los em um pedaço de papel.
O profissional CHO terá que declará-los e reafirmá-los assiduamente, colocá-los em comportamentos acionáveis ??e permitir que as pessoas demonstrem esses valores em suas atividades. Para que isso aconteça, é preciso que o processo de recrutamento da empresa seja baseado no valor e o candidato avaliado adequadamente e recompensado como tal.
Promoção da cultura de crescimento
Às vezes, as pessoas precisam de alguém para acreditar que podem crescer e vivenciar na prática esta satisfação. É aí que entra o servir do CHO: ser essa pessoa em qualquer estágio da experiência de trabalho dos colaboradores, incentivando-os a desenvolver seus pontos fortes e aproveitar mais as oportunidades de crescimento. Para tal, convém ao Chefe da Felicidade (CHO) promover esse processo através de uma comunicação clara e assertiva entre todos os níveis da empresa e utilizar ferramentas de desenvolvimento pessoal e profissional.
Espírito de equipe
Está nas mãos do CHO planejar eventos que promovam a interação da equipe, pois é benéfico não apenas para a produtividade dos funcionários, mas também em termos de felicidade organizacional como um todo. Não é novidade que o desempenho das equipes é um indicador claro do desempenho geral de uma empresa, concorda?
E de que adianta recrutar os melhores talentos, sem que eles saibam como trabalhar juntos e alcançar os resultados esperados? É aqui que um CHO deve intensificar a sua função em oferecer programas de felicidade como, preparação, exercícios de formação de equipe e suporte constante.
Possivelmente, as funções de um Chefe da Felicidade (CHO) sofrerão grandes mudanças estruturais, com o passar do tempo, para se adaptarem eficientemente às demandas dos negócios de um futuro próximo.
CHO: como se tornar um Chief Happiness Officer?
Vale ressaltar algo bastante interessante a respeito do cargo de Chief Happiness Officer (CHO): qualquer profissional pode assumir esse posto e se tornar um. Há também a possibilidade de absorver a técnica inerente às suas funções para aplicá-la ao seu cargo atual.
Para tanto, o interessado precisa procurar uma das organizações que oferecem esse certificado, do qual falamos lá no começo do artigo. Outro aspecto a considerar é o tempo de formação: em média 3 a 5 dias e o conteúdo é ministrado por psicólogos e especialistas na realidade corporativa.
Atualmente, e isto já conta como mais uma vantagem, há pouco menos de 200 profissionais qualificados com esse certificado de Chief Happiness Officer (CHO), no Brasil. Porém, observa-se o crescimento de 200% na busca de cursos na área, isso quer dizer que em breve esse número será bem mais expressivo!
Em suma, o papel do Chief Happiness Officer (CHO) está ganhando mais relevância pelo fato de estarmos num contexto corporativo caótico para a saúde mental, também em função da pandemia da Covid 19. E descartá-lo sem mais pesquisas e análises não é uma coisa sábia a se fazer para a sua empresa.
Muito pelo contrário! Veja, ao monitorar e analisar os níveis de felicidade em sua organização, você poderá prever e gerenciar com precisão o envolvimento e a retenção dos seus funcionários. E isso não tem preço para evidenciar a importância de atribuir um significado especial para a atividade de CHO em questão!