Imagine você na beira da praia, sentado numa cadeira confortável, sob a sombra do guarda sol colorido, pés descalços na areia, um drinque refrescante à mão e sua família se divertindo ao pular ondas.
Em dado momento, você tira os olhos do romance e percebe certa agitação de animais em direção ao continente. Curioso, mas nada a ponto de abrir sua boca ou tirar seu bico do canudo.
Você simplesmente dá de ombros e segue aproveitando aquele momento agradável.
Em seguida, você percebe que ao invés de subir, o mar está lento e constantemente regredindo para além do que a maré faria. A faixa de areia da praia está ficando maior.
Sua família também nota o fenômeno e olha para você, procurando uma resposta científica, plausível, mais robusta para aquela situação atípica.
Peixes começam a aparecer deitados, se debatendo na areia molhada e todos começam a ficar espantados.
Seu olhar incrédulo depõe sua ignorância e suas pupilas dilatadas entregam o que se vê lá longe: Ondas. O que antes era imprevisível, agora está diante dos seus olhos.
Não. Não são marolas, mas sim, ondas gigantes no horizonte, deslizando rápida e violentamente em sua direção.
O que está acontecendo com a Economia Mundial?
Em meados de abril de 2019, o mercado já dava sinais de alerta com relação ao tsunami que estava por vir. As placas tectônicas já estavam se movimentando nas profundezas do oceano.
Eu mesmo escrevi sobre isso na época, apontando alguns indicadores importantes no meu texto Cuidado. Crise à vista!
Com base nestes sinais, sabíamos que cedo ou tarde, essa situação iria ser deflagrada e a crise econômica teria seu início. Lá em 2019, os profissionais mais atentos apontavam para o surgimento desse tsunami em menos 24 meses, ou seja, entre 2020 e 2021.
A “agitação dos animais” era o fervor otimista nos mercados e o “retrocesso do mar” eram:
- O spread da curva de juros do tesouro norte-americano
- A taxa de juros federal
- A taxa de desemprego
Tais indicadores possuem alto grau de confiabilidade no que diz respeito à antecipação de tsunamis, ou melhor, crises econômicas e depressões financeiras.
O spread da curva de juros do tesouro norte-americano
Ver essa foto no Instagram
O gráfico abaixo mostra a diferença (spread) entre os (bonds) títulos de 10 anos, menos os títulos de 3 meses. Esse spread revela a percepção de risco futuro dos investidores ao valorizar mais títulos de curto prazo, do que os de longo.
Na prática, indica que o governo terá menos captação e menos dinheiro para financiar suas atividades e honrar suas dívidas.
Note também que este mesmo indicador foi abaixo de zero pouco antes de entrar nas zonas em cinza, que foram crises econômicas notáveis, como por exemplo a de 2001 (bolha das pontocom) e 2008/2009 (subprime).
A taxa de juros federal
Esta taxa é semelhante à nossa Selic e funciona como uma alavanca fiscal para estimular a economia.
Agora ela está, assustadoramente, chegando ao fundo do poço e o governo perderá essa opção de manobra econômica, caso chegue a zero. Veja seu comportamento nos últimos anos:
A taxa de desemprego nos EUA
Primeiro note o comportamento da taxa de desemprego ao longo dos anos e, em seguida, o movimento nas últimas semanas. Detalhe: Áreas em cinza representam cada crise econômica do Século XX e XXI:
Cabe ressaltar que, em 2019, a taxa de desemprego estava baixa, porém, conforme Ricardo Amorim analisou no episódio #17 em seu podcast Economia Falada, em novembro de 2019, o pleno emprego estava gerando uma pressão salarial nas empresas, ou seja, salários subindo rapidamente pela falta de profissionais qualificados e disponíveis no mercado.
Salários mais caros impactam os custos das empresas locais, então elas passam a importar de outros países, isso retira dinheiro do país e claro, força a demissão de pessoas.
Mais pessoas desempregadas, menos renda no mercado, maior inadimplência, maior endividamento, queda de faturamento das empresas, menos arrecadação de impostos e todo resto você já sabe.
É importante lembrar que esses movimentos são exatamente iguais aos vistos na Grande Depressão em 1929 – 1939, onde houve uma queda violenta na economia, taxa de juros a zero e uma taxa de desemprego que atingiu estratosféricos 25%.
Como lidaram com isso? Em 1933 imprimiram um monte de dinheiro e o governo veio com programas de resgates, iguais ao que estamos vendo agora.
Mas e o COVID-19, onde entra nessa história toda?
Na prática, o coronavírus trouxe impactos profundos na saúde e na economia, sendo necessária a liberação de pacotes de resgate bilionários (bailouts), tanto no Brasil (+R$ 750 bi), quanto nos EUA (+US$ 2,3 tri).
O dinheiro desses pacotes, no caso dos EUA, surgiu literalmente do nada, por meio do chamado Afrouxamento Quantitativo (Quantitative Easing), que nada mais é do que a boa e velha impressão de dinheiro. Em termos mais polidos: Expansão monetária ou contábil.
Não é dinheiro físico e sim, digital mesmo! Alguém vai lá, acrescenta vários zeros à direita no ativo do FED (Federal Reserve, o banco central dos EUA) e voilà, uma montanha de dinheiro.
Duvida? Veja com seus próprios olhos o total de ativos do banco:
Em questão de poucas semanas, os ativos saíram de US$ 4,3 tri em 11 de março de 2020 para US$ 6,3 tri apenas um mês após! Ou seja, uma bagatela superior a US$ 2 trilhões em 4 semanas. Tem noção do que é isso?
Como visto acima, esse processo inflou de forma monumental o balanço do FED e agora ele está comprando toneladas ilimitadas de títulos do próprio governo americano, além de títulos com alto grau de risco (junk bonds), como por exemplo, dívidas corporativas e pasme, títulos lastreados em hipotecas.
Aí vem uma questão importante: E a inflação?
O que vai acontecer?
Pense comigo: O EUA estão se endividando horrores, vendendo seus títulos hoje para pagar no futuro com juros, certo?
Com dívidas maiores, o governo precisa fazer duas coisas: a) Aumentar impostos ou, b) Reduzir investimentos (que acabará esfriando a economia).
Mas a dívida dos EUA é alta assim? Analise abaixo o total da dívida em relação ao seu PIB:
Olhe novamente o gráfico acima e diga se não parece uma onda gigante vindo em sua direção?
A proporção do total de dívida do governo ultrapassou a marca de 100% e hoje está na casa dos 115%. Perceba a evolução ao longo dos anos.
A crise econômica que estamos vendo agora é muito forte e certamente foi antecipada pelo vírus, tendo o efeito de um gatilho monumental e poderoso que desencadeou tudo o que estamos vendo até agora.
No curto prazo, é interessante observar que, com esse choque brutal na demanda, causado pelo isolamento social, fechamento de portas, desemprego, etc., jogou o preço das commodities lá para baixo, conforme ilustra o índice global de preço de todas elas:
Ou seja, se os preços das commodities estão baixos, inexiste pressão inflacionária no curto prazo. Mas, a coisa pode mudar de figura.
O tsunami já atingiu seu máximo? Muitos acreditam que ainda não. Analisando os ciclos passados e os indicadores atuais, acredito que a probabilidade do cenário piorar é alta.
Os pontos aqui são:
- No curto prazo, não há preocupação com inflação, pois a COVID-19 jogou para baixo os preços das commodities e, consequentemente, será difícil vermos um aumento generalizado de preços;
- Já nos médio e longo prazos, é provável que a dívida do governo, somada com altas taxas de desemprego, queda na renda e juro zero se revertam em pressão inflacionária.
Ray Dalio, que é um bilionário americano, fundador da Bridgewater Associates, um dos maiores hedge funds do mundo, com mais de US$ 160 bi em ativos sob gestão, também reforça que os EUA vão entrar numa depressão em breve.
Ainda segundo ele, ainda não vimos o fundo do poço e estima-se perdas na ordem de US$ 20 trilhões. Inflação global e aumento nas taxas também são esperadas, ou seja, será necessária uma reestruturação gigante, que levará em de 3 a 5 anos para as coisas voltarem ao normal.
Já segundo os presidentes do Itaú, Bradesco e Santander, muitas empresas vão quebrar e muitas vão aumentar seu endividamento. Essa desalavancagem vai durar de 2 a 3 anos para voltar ao normal aqui no Brasil.
A lógica econômica
Para ficar bem claro, quero reforçar essa sequência lógica econômica:
- Coronavírus traz consigo um choque brutal na demanda e na economia, causado pelo isolamento social, fechamento de portas, processos de recuperação judicial, desemprego, inadimplência, endividamento, etc.;
- Com a economia em queda, governos precisam criar medidas e programas de apoio às pessoas e às empresas. São os pacotes de resgate e apoio anunciados recentemente. Isso significa mais gastos no curto prazo;
- Com isso, os governos deixam de receber impostos das empresas e pessoas, reduzindo suas receitas;
- Menos receitas e mais gastos? O resultado é claro: aumenta o déficit nas contas públicas;
- Frente a um maior déficit, será necessário aumentar o financiamento de longo prazo, ou seja, captar recursos nos curto e médio prazos para pagar mais adiante, no longo prazo. Esse financiamento é a dívida pública. Os governos emitem títulos de longo prazo para captarem dinheiro dos investidores hoje e pagar juros a eles no futuro;
- Com dívidas anteriores altas, aumentando ainda mais e uma economia enfraquecendo, os investidores do governo se preocupam com a capacidade de pagamento de juros (retorno do capital) e por isso reduzem seus riscos, não comprando tais títulos. Também retiram dinheiro do país para investir em outros mercados menos afetados;
- Sendo assim, o Governo precisa aumentar juros ou buscar auxílio externo, o que acabará aumentando ainda mais a dívida.
Boom! Está instalada a recessão!
No caso dos países desenvolvidos, existe a possibilidade de imprimir dinheiro para comprar títulos do governo e com isso, injetar liquidez no mercado. É o que estamos vendo nos EUA, conforme vimos acima.
E talvez o Brasil também entre nessa onda, caso governo brasileiro imprima dinheiro para lutar com a pandemia ou siga a opinião do secretário de Fazenda e Planejamento de São Paulo, Henrique Meirelles, que afirmou não haver nenhum risco de inflação.
Essa injeção de capital nos mercados, liderada pelos bancos centrais internacionais é uma medida drástica e desesperada para controlar a economia, tendo em vista que a taxa de juros já está na lona.
Aliás, como consequência dessa crise econômica, é possível que veremos os bancos centrais cada vez mais ativos, interferindo em questões de emprego e renda, ao mesmo tempo em que regulam o sistema financeiro.
O que nosso Governo deve fazer para evitar uma recessão?
- Reduzir gastos, regalias e aumentos urgentemente;
- Deve pagar auxílio para as pessoas se manterem vivas e ativas;
- Deve preservar as empresas, manter o sistema funcionando;
- Preservar as reservas cambiais.
Pessoas Físicas: O que você pode fazer a respeito?
Caso aconteça, um crash nos EUA certamente levaria nossa economia para o fundo do poço. E como vimos, é bem provável que se torne real. As ondas gigantes estão no horizonte e vindo em nossa direção.
O Brasil possui um sistema financeiro robusto e bem estruturado, margem para manobras fiscais como redução da taxa básica (que estimularia ainda mais a economia) e mais de US$ 350 bilhões em reservas cambiais para proteger-nos de uma quebra sistêmica.
Porém, recomendo que você não espere a onda estar a 10 metros de distância para então buscar uma posição segura. O que fazer então?
-
Proteja-se
Tenha uma coisa sempre em mente: Ninguém pode prever o futuro! Ao invés de gastar tempo e energia em tentar prevê-lo, proteja-se sempre diversificando suas fontes de receita e fazendo seguros.
Seja você Empresário, Funcionário ou Investidor, entenda uma coisa bem simples, porém, poderosa: Diversifique suas fontes de receita.
-
Empresário
Diversificar fontes de receita na empresa significa amenizar impactos da crise. É gestão de riscos!
É importante pulverizar a carteira de clientes, não só em quantidade, mas também em perfil ou segmentos diferentes.
Exemplo: Produtor de ovos de codorna fornecia essencialmente para bares e restaurantes. E qual o problema? Com o fechamento desses estabelecimentos, o faturamento do produtor caiu 80%.
Tenho visto exemplos como este todos os dias, em setores os mais variados. Clientes concentrados em segmentos específicos, como o acima, geram um risco potencial de perda de faturamento quando afetados.
A solução é pulverizar a carteira em segmentos (ou o perfil) diferentes. No exemplo acima, o produtor, além de fornecer para bares e restaurantes, poderia fornecedor para indústria de beneficiamento ligada a grandes redes de supermercado.
Outro agravante é a concentração de faturamento em clientes grandes demais, representando 20% ou mais. É um risco. Níveis saudáveis sugerem clientes que representem no máximo 5% das receitas.
Como está essa situação na sua empresa? Sua carteira de clientes é concentrada? Em que segmento eles atuam?
-
Funcionário
Se você é funcionário, sua renda está 100% concentrada em apenas um cliente: seu empregador.
Para amenizar os impactos de uma eventual demissão, é importante o orçamento familiar ter outra renda equivalente, do cônjuge, filhos (em idade laboral, claro!), pensões, pais, etc.
Rendas alternativas (extras) oriundas de trabalhos esporádicos, artesanato, afiliados, etc., também são sempre bem vindas. A internet está cheia de opções desse tipo.
-
Investidor
E se você é investidor, saiba balancear o portfólio entre classes de ativos aderentes com seu perfil e também com sua tese de futuro.
O YouTube está abarrotado de gente vendendo dicas quentes e gurus que sabem tudo de investimentos. Cuidado! Não adianta ficar colocando um pouquinho em cada canto aleatoriamente e dizer que isso é diversificação inteligente.
Ray Dalio, diz o seguinte: “tendo de quinze a vinte fluxos de rendimento bons e não correlacionados, é possível reduzir drasticamente seus riscos sem diminuir o retorno esperado”.
Dito em outras palavras “fazer várias boas apostas não correlacionadas, equilibradas e bem alavancadas é o jeito mais garantido de ter muitas vantagens sem se tornar vulnerável.”
“15 a 20 fluxos de rendimentos”: 100%/15 = 7%; 100%/20 = 5%. Ou seja, seu portfólio deve ter uma divisão tal que cada fatia fique entre 5% e 7%, balanceados entre ativos não correlacionados. Isto é, não tenham relação direta.
Exemplos: Títulos públicos (prefixados e pós-fixados), ações em segmentos distintos, fundos bem administrados, imóveis ou fundos imobiliários (em segmentos diferentes), reservas financeiras (Tesouro Selic), entre outros.
-
Aprenda mais sobre economia e finanças
Preste mais atenção aos movimentos da economia e dos seus investimentos, independente do seu grau de instrução ou classe social.
Aumentar a inteligência financeira e cuidar do seu bolso é um dever de cada cidadão. Isso ninguém tira de você e certamente lhe trará frutos hoje e no futuro.
Aumente sua inteligência financeira. Busque aprender cada vez mais sobre investimentos, mas obtenha de fontes confiáveis. Ray Dalio, Warren Buffett, entre outros.
-
Aumente sua produtividade
Isso é ouro. Eduque-se, prepare-se, faça mais com menos, use a criatividade, aprenda coisas novas, ou melhor ainda, desaprenda coisas que não servem mais e reaprenda aquilo que é tendência como Agilidade, Escalabilidade, Tecnologia, Inovação, etc.
No fundo, produtividade tem relação com seu Corpo, Mente e Espírito. Essa é a base de tudo. Não existe ser humano produtivo sem um mínimo de harmonia entre essas três dimensões.
-
Adapte-se
A força mais potente de todos os tempos, sempre foi a inventividade humana e capacidade de adaptação. Entenda que muitas coisas vão mudar de forma permanente.
-
Gaste menos do que ganha
Clichê padrão, mas pouco praticado. As estatísticas de endividamento no orçamento familiar não me deixam mentir.
Orçamento familiares pesados e deficitários serão cada vez mais difíceis de controlar num cenário como o descrito acima. Você precisa aliviar peso e não se ancorar ainda mais.
-
Invista a diferença
Se, por acaso – ou planejamento – existir algum dinheiro em caixa, considere se tornar sócio das maiores e melhores empresa do Brasil, por meio da bolsa.
Pense no longo prazo que, sendo sócio dessas empresas, é muito provável que você aumentará seu patrimônio por meio da valorização das ações (que agora estão em baixa!), bem como pelo recebimento dos dividendos ao longo do tempo.
Mas cuidado, segundo o próprio Ray Dalio disse: “É mais difícil ser bem sucedido no mercado, que ganhar medalha de ouro nas Olimpíadas”.
E mais uma coisa: Aprenda de uma vez por todas a importância de ter reservas.
-
Esqueça a politicagem
Claro que as decisões nas esferas públicas nos afetam, mas recomendo que esqueça a politicagem, partidarismo.
Viva sua vida, faça seu melhor, não perca seu tempo com eles, porque eles não perdem o deles com você. Se acha que estão lá para defender seus interesses, recomendo limpar suas lentes e olhar o mundo com mais realismo.
De um lado vem as promessas de campanha com auxílios, bolsas e benefícios, mas do outro sai corrupção, roubo, disputas por poder, regalias, nepotismo, entre várias outras formas de extorsão do dinheiro público.
E de onde sai toda essa grana? Do seu bolso, claro!
Roubos bilionários, mensalões, e recentemente a teimosia em aceitar a suspensão de reajustes provam esse ponto.
Quer mais uma prova do quanto eles não pensam em você? Abaixo você verá o fluxo de caixa da União. O Governo tem uma operação deficitária a anos. Ele gasta mais que arrecada! E onde está a maior parcela dos gastos? Nos salários, claro!
Para piorar, os gastos com funcionalismos crescem mais rápido do que as receitas.
-
Colabore
Pense grande, compre do pequeno, da sua região. Se possível, faça doações. Renegocie de forma justa e mantenha o essencial.
Empresas: O que você fazer a respeito?
É inegável que a crise do Coronavírus forçou a mudança dos hábitos dos consumidores.
Segundo este artigo publicado no site Fórum Econômico Global, as empresas que tiverem Agilidade, Escalabilidade e Automação vão obter sucesso na travessia e no pós-crise.
-
O princípio de ordem é: Adaptação
Busque o online, o delivery, o global, a diversificação de portfólio permanente.
Para ter uma ideia das tendências daqui para frente, veja essa previsão da Bain & Company de como será o futuro de cada segmento:
Ver essa foto no Instagram
-
Alavanque-se
Busque aumentar a produtividade, por meio de tecnologias já disponíveis como AI, plataformas de e-commerce, etc.
Além disso, existem inúmeras técnicas de gestão e finanças como precificação, alavancagem financeira e operacional, gestão orçamentária e até movimentos estratégicos como Fusões e Aquisições, que podem colocar sua empresa num novo patamar de resultados.
-
Controle o caixa
Agora é a hora de revisar seu orçamento, enxugar gastos desnecessários e supérfluos, conhecer suas margens reais, montar seu fluxo de caixa.
Muitas empresas não conhecem a fundo seu fluxo de caixa, não tem projeções de receitas e despesas e sem isso, sinto dizer, é um voo às cegas.
Ninguém atravessa uma crise às cegas, portanto, traga à tona os números reais, pois eles vão te ajudar a sair dessa. Reduza ineficiências, foque no essencial.
-
Aproveite os benefícios fiscais
O Governo Brasileiro lançou uma série de medidas de apoio que ajudarão as empresas a vencer este grande desafio enfrentado por nosso país.
Acesse o Vamos Vencer ou converse com seu contador para saber quais delas se aplicam ao seu negócio. Aproveite.
-
Renegocie com os bancos
Os 5 grandes bancos, bem como os governos estaduais por meio de suas agências de fomento estão liberado pacotes de apoio com taxas subsidiadas.
Este é um bom momento para renegociar dívidas, no intuito de reduzir juros e alongar prazos.
-
Invista no time
Tempos de isolamento social, equipes em home office forçaram novas formas de trabalhar.
Mas isso não precisa ser algo ruim. Crie união, proximidade, não deixe a distância física contaminar o lado humano.
Mantenha conversas honestas, pessoais, sobre desafios e oportunidades com cada um da equipe. Isso é liderança, é ser humano e trará ótimos benefícios quando tudo isso passar.
-
Aprenda a planejar
Se você foi pego de calça curta nessa crise, saiba que não é o único. O hábito de olhar para o futuro e planejar não é natural para a maioria dos empresários.
Mas agora você deve estar pensando que teria sido bom ter feito isso há meses atrás.
É preciso se antecipar, entender as margens, fluxo de caixa, retornos sobre o capital, bem como perceber nuances e comportamentos do consumidor (agora 4.0), para só então manter níveis saudável de reservas e capital de giro (tão necessários nesse momento!).
-
Colabore
A mesma coisa das PFs: Colabore com os demais players da cadeia, com a sociedade.
O vírus nos trouxe para uma posição onde as relações são mais importantes do que dinheiro e todo resto. Aumente a comunicação, relacionamento, gere valor.
De volta à praia
Imagine que você está lá naquela mesma praia, alguns anos após o tsunami.
Imagine o mesmo clima, mesmo guarda sol, drinque e família se divertindo.
Respire fundo e lembre que na sua conta tem reservas e investimentos. Você tem seguros, mais produtividade, mais experiência e menos suscetibilidade à política.
Agora você entende os sinais e pode se antecipar a eles. E mesmo que aquele caos aconteça novamente (um dia ele vai voltar, pois tudo é cíclico), agora você está preparado física, mental e emocionalmente para se posicionar e passar por aquele período da melhor forma possível.
A gente não sabe quando ela vai passar, mas uma hora passa. E por que passa? Porque o ser humano é extraordinário em adaptação e inventividade. Quando a água bate no queixo, nos mexemos com uma capacidade sobrenatural que nos tira daquela situação.
Espero que essas informações tenham sido úteis e que as dicas acima os ajudem a superar essa fase.
Fique à vontade para comentar abaixo ou enviar suas dúvidas, caso queira compartilhá-las.
Forte abraço
Muito bom, completíssimo, Parabéns Leonardo!
Simplesmente sensacional! Abordagem completa e que nos traz a profundas reflexões para prepararmos desde já para o que estamos vivendo e pelo que virá.