O autor e maior especialista em marketing da atualidade, Seth Godin, revela neste best seller porque as marcas de sucesso de hoje precisam formar tribos em torno de suas causas, para crescer e defender suas ideias e produtos. Ele explica que o que realmente motiva os seres humanos e está por trás dos seus empregos, carreiras, hobbies e negócios, é mudar o mundo e a forma de fazer algo que já vinha sendo feito antes.
Ao longo dos séculos, das revoluções industriais e transições para novos processos, criações e soluções avançadas, as mudanças nos comportamentos dos consumidores vem acontecendo devido às novas maneiras de se conectar.
Se no passado, a mídia era projetada para alcançar as massas, ou seja, o maior número possível de pessoas, e obter audiência e lucratividade de vendas através de anúncios em rádios e televisões, o que estamos experimentando agora, graças ao crescente potencial tecnológico, é justamente o contrário.
Segundo Godin, o tema principal do livro Tribos gira em torno da transformação do marketing: as mídias de massa estão dando lugar para as mídias de nicho, em seus mais variados canais de comunicação na Internet.
Isto é, em criar algo de valor, não para o mundo inteiro, mas para pequenos grupos de pessoas, ou melhor, tribos, que se identificam com alguma bandeira e se conectam entre si, junto à uma liderança, para levantá-la. Confira neste artigo o passo a passo como qualquer pessoa pode formar e liderar uma tribo e como essa força poderosa desafia o status quo e cria tudo novo, de novo.
Você já faz parte de uma tribo
As tribos sempre existiram e por milhões de anos, as pessoas fizeram parte delas. Sejam os grupos étnicos, políticos ou religiosos, não podemos evitar: pertencer a um coletivo maior do que nós é inerente ao instinto humano.
Na verdade, as tribos estão por todos os caminhos, e, você também faz parte de pelo menos uma delas e nem percebe, como a tribo dos empreendedores, dos fanáticos por futebol, dos amantes de rock n roll, dos fãs de um artista, ou até mesmo dos leitores de blogs de inovação.
Mas afinal, o que são Tribos?
De acordo com a proposta do livro, todas as tribos compartilham três componentes: um grupo de pessoas, uma causa comum e pelo menos um líder que representa e organiza a tribo. Assim, uma tribo não precisa mais ser composta por uma grande quantidade de pessoas, seguidores, fãs, ou assinantes, como eram as mídias de massa antigamente.
O autor fala em focar e resolver um problema de mil pessoas, para começar, e de uma maneira tão bem resolvida, que cada uma delas irá, organicamente, trazer mais centenas de pessoas para a sua tribo. Sem contar que essa mesma causa compartilhada leva seus membros a internalizar os valores e ideias da tribo como se fossem seus.
Esses incentivos internalizados transformam os membros da tribo em “evangelizadores”, em vez de meros clientes seguidores: clubes de leitura, sustentabilidade, lixo zero, cruelty free, fitness, edtechs, são alguns exemplos. Como vimos, com o avanço da tecnologia, o número de tribos só expande e isso se deve principalmente à internet: as tribos que costumavam ser locais, agora a geografia não é mais uma barreira para o seu crescimento.
E graças às redes sociais, a influência das tribos não está mais diretamente ligada ao seu tamanho, mas à causa que defende e como usa as tecnologias de comunicação a seu favor.
O caso Nokia e o caso Apple
Vamos visualizar o conceito de Tribos e das consequências desastrosas que ainda atingem muitas empresas concentradas no desenvolvimento de produtos e serviços para a grande massa. Pense no surgimento dos smartphones: a Nokia e outros fabricantes já sabiam fabricar aparelhos de telefone, mas esses aparelhos eram fabricados para as massas, a fim de resolver problemas genéricos e medíocres.
O problema de criar um produto para agradar a todos é que quase sempre leva a um produto que as pessoas usam por falta de opções e não por estarem completamente envolvidas a ele e a sua causa. Em contrapartida, a Apple decidiu produzir um novo tipo de telefone, com diferentes padrões de qualidade e design, se importando somente com o mais restrito grupo de pessoas interessadas em comprá-los e amá-los.
A partir desse movimento, surge a tribo da Apple, dando abertura para que outras organizações entendessem o conceito de celulares inteligentes e impactassem, com novas formas de fazer smartphones, as suas gerações de usuários.
Saiba pivotar e expandir os negócios como Samsung, Nokia e Nintendo
Como formar e liderar uma tribo?
Nunca foi tão fácil criar tribos e chegar às pessoas: não faltam vídeos do YouTube, sites, blogs e redes sociais que permitem, tanto transmitir conteúdos e atrair outras pessoas afins, quanto fornecer espaço e ferramentas para a sua tribo se comunicar, compartilhar ideias e prosperar.
Então, o que isso quer dizer?
Tudo o que precisamos, enquanto consumidores, são de líderes com uma missão esclarecida, metas e posicionamentos igualmente transparentes em suas ações e engajados em comunicações verticais, entre o líder e os membros individuais, e horizontais, entre os próprios participantes.
Considere as plataformas de Yoga Online, que estimulam e facilitam a prática pessoal de Yoga em casa, onde as aulas e treinamentos são acessíveis e selecionados pelo líder, seja ele um instrutor, professor ou treinador.
Veja também, os cursos de formação de instrutores de Yoga, para praticantes que desejam esse propósito: se bobear, esgotam com meses de antecedência, tamanha a demanda crescente da tribo de Yoga.
Você deve estar se perguntando: qual é o segredo?
Logo com a resposta fica a dica: o segredo de uma boa prática de liderança é pesquisar e buscar serviços sempre adaptados e alinhados às dores e vontades do seu nicho.
E claro, contar suas histórias, dificuldades e superações, para as tribos que desejam ouví-las e serem beneficiadas com elas!
Características de um líder de Tribos
O autor identifica no seu livro Tribos diversas características fundamentais que um líder deve ter para criar uma tribo. São elas:
- Questionar o status quo, ou seja, a maneira como as coisas são feitas tradicionalmente;
- Construir uma linguagem própria, um sentimento de pertencimento, para facilitar a conexão entre as pessoas;
- Tornar-se carismático, entender o propósito da tribo e saber disseminá-lo de maneira objetiva;
- Inspirar, motivar e não apenas recrutar, mas proporcionar um ambiente protegido, onde as trocas acontecem;
- Corrigir erros e falhas para originar novos ciclos, e continuar com uma postura positiva a todo momento;
- Acreditar e comprometer-se com a causa da tribo e não querer os holofotes para si mesmo.
Reflita: líderes não nascem prontos, com as habilidades desenvolvidas para serem líderes, eles gradativamente as constroem, com principalmente dois fatores de mudança:
- Coragem: para desafiar padrões antiquados;
- Atitude: para dar o primeiro passo.
Para que as Tribos se formem, deve haver uma mudança específica que as pessoas queiram ver realizadas. No entanto, essa necessidade de mudança tem que vir de um certo desconforto com o status quo, de uma sensação de que algo está faltando no mundo, entende?
Em Tribos, as empresas determinam a presença de incríveis “hereges” para melhores interações entre equipes e novas formas de escolhas dos clientes.
Enquanto as tribos, precisam de hereges como líderes para invadir novos territórios e ajudar a tornar o mundo um lugar melhor.