Jack Ma, o bilionário que revolucionou a China ao fundar o Alibaba Group

• Nome: Ma Yun
• Ocupação: Empresário e Investidor
• Local de nascimento: Hancheu, China
• Data de nascimento: 10 de setembro de 1964
• Fortuna: US$ 43.5 bilhões

 

Quem é Jack Ma?

O nome verdadeiro dele é Ma Yun, e o apelido ocidental Jack Ma veio de amigos norte-americanos que não conseguiam pronunciar o original. Jack Ma demorou pra completar os estudos por morar em uma região pobre e ter dificuldades em matemática. Ele gostava da lingua inglês, e isso o motivava a andar de bicicleta para um hotel da cidade só pra falar com estrangeiros. Isso deu tão certo que um tempo depois ele virou professor do idioma na região que morava.  

Jack Ma ainda conta que foi rejeitado mais de 20 vezes em entrevistas de emprego, até em um KFC. Tudo mudou no meio da década de 90, quando ele foi pros Estados Unidos e conheceu uma tal de internet. De volta pra China e disposto a colocar o país na rede, uniu-se com uma instituição do governo para ampliar os negócios e acabou ficando pra trás no mar de burocracia e controle estatal da China, deixando o empreendimento. Ele então passou para um cargo no Ministério de Relações Exteriores, e ficou lá até começar as reuniões no próprio apartamento para fundar o Alibaba, uma companhia de tecnologia, que responde por mais de 60% do comércio eletrônico na China. A valorização da empresa faz com que Jack Ma seja o homem mais rico e influente da China e no mundo. 

 

Bill Gates e Jack Ma no Fórum Internacional de Economia e Comércio de Hongqiao, 2018. Foto: Getty Images

Jack deixou o cargo de CEO em 2012, mas permanece na presidência. Em 2014, a empresa que ele fundou abriu seu capital na Bolsa de Nova York no que foi considerado o maior IPO do mundo, levantando US$ 25 bilhões em sua oferta inicial. Em 2018, Jack Ma anunciou que iria se aposentar dos negócios e passar a se dedicar à filantropia, o que fez em setembro de 2019, depois de preparar seu sucessor, Daniel Zhang, assim encerrando seu período de duas décadas à frente da gigante de tecnologia.

Em julho de 2017, a fundação de Jack Ma concedeu a vinte professores rurais 500.000 yuan (cerca de US$ 73.518) para apoiar a educação rural na China. Em uma entrevista para a Bloomberg TV, Jack Ma disse que quer seguir os passos do co-fundador da Microsoft e colega bilionário Bill Gates, que prometeu doar pelo menos metade de sua riqueza durante sua vida. Ele planeja se concentrar em sua Fundação Jack Ma, formada em 2014, uma instituição de caridade dedicada à melhoria da educação, do meio ambiente e da saúde pública. 

 

Alibaba: Começo de algo muito grande

O Yahoo assinou um acordo para comprar 40% dos Alibaba.com por US$ 1 bilhão, 2005. Foto: Getty Images

Jack Ma parou de lecionar e fez vários empréstimos ao lançar primeiramente a China Pages, um dos primeiros sites comerciais do país. Quando o empreendimento falhou, guardou cerca de US $ 60.000 de pessoas próximas e investidores e fundou a Alibaba como um mercado de negócios em 1999, o qual conquistou gigantes como Goldman Sachs e SoftBank. Confira a seguir o histórico da construção deste império em ordem cronológica: 

•  2000 – empresas como o Goldman Sachs e SoftBank e entre outros parceiros, colaboraram para marca levantar cerca de 25 milhões de dólares neste ano.
•  2001 – Atingiu 1 milhão de usuários registrados, o que para os padrões chineses ainda é quase nada, mas para a internet naquela época já era muito.
• 2003 – lançamento do Taobao, um site de comércio e leilões online de consumidores para consumidores. Lá você pode comprar absolutamente qualquer coisa, desde itens que são possíveis achar em um supermercado até uma casa ou um carro. Deu muito certo, o Taobao virou líder de mercado em dois anos e fez até o eBay fechar as portas da filial chinesa por não conseguir mais competir.
• 2004 –  mais um investimento milionário no grupo Alibaba e dois lançamentos importantes: o Aliwangwang, um mensageiro que só funciona dentro do Taobao e permite um contato direto entre você e o vendedor. Teve ainda a plataforma terceirizada Alipay, que é um sistema de pagamentos online que também cuida de toda a sua situação bancária.
• 2005 – O grupo Alibaba primeiro anuncia uma parceria e logo depois toma conta de todas as operações do Yahoo! na China. E também lança o Taobao University, que é o braço de educação do Alibaba, focado em ajudar abrir um novo negócio e empreender online.
• 2007 – abre a oferta pública de ações na bolsa de Hong Kong. Apresenta nessa época o Alimama, um braço de marketing digital e big data que cuida do e-commerce da companhia e seus parceiros. Outro lançamento é o Taobao Mall, ou Tmall, que adiciona revendedores, distribuidores e marcas. E também o lançamento do Alibaba Cloud ou Aliyun, um serviço de armazenamento, servidor e transferência de dados para consumidor e empresas. 
• 2010 – nasce o Aliexpress, e você com certeza já comprou de lá, recebeu links com ofertas absurdas ou pelo menos teve vontade. A plataforma é o e-commerce internacional da empresa, com vendedores apenas chineses de pequenos a grandes negócios enviando para todo o mundo, exceto China.

E não para por aí…

Um IPO que marcou a história e foi suspendido

Jack Ma, durante o IPO da empresa na Bolsa de Valores de Nova York em 2014. Imagem: Associated Press

Depois de muita expectativa, em 2014, o Alibaba faz a oferta pública de ações em Nova York, e claro que ela foi uma das maiores da história. Alibaba estreou na Bolsa de Valores de Nova York em setembro de 2014 e levantou um recorde de US $ 25 bilhões. Mas seus primeiros dias no mercado de ações foram instável enquanto a empresa lutava para atender às altas expectativas de Wall Street. 

Hoje, a empresa é responsável por 60% do volume de entregas da China, tem mais de 250 milhões de compradores ativos na China, chegou a vender US$ 38 bilhões em um único dia e é a 9a. Marca mais valiosa do mundo e a maior varejista do mundo chegando a ser chamada de Amazon chinesa. Além disso a holding é formada por empresas de inteligência artificial, pagamentos, computação na nuvem e até serviços de entretenimento e já foi comparada a uma soma de Amazon com eBay e PayPal.

Porém a trajetória não é somente de conquistas. Recentemente, IPO do braço financeiro do Alibaba é suspenso em Xangai e em Hong Kong, e Jack Ma perde US$ 3 bi. Os reguladores afirmaram que a companhia de Jack Ma pode não atender os requisitos de listagem e de transparência. Disseram ainda que a empresa seria submetida às mesmas restrições de capital e alavancagem exigidas de bancos.

Além de Jack Ma, os reguladores convocaram o presidente do conselho da Ant, Eric Jing, e o presidente-executivo, Simon Hu, para uma reunião na segunda-feira, quando foram informados que o lucrativo negócio de empréstimos online da empresa deveria passar por uma análise mais rígida do governo, disseram fontes à Reuters. A empresa estava programada para estrear nas bolsas de valores de Xangai e Hong Kong em 5 de novembro, levantando US$ 34,5 bilhões e se tornando o maior IPO do mundo, mas foi adiada  por questões regulatórias e terá que aguardar.

O jeito Jack Ma de ser

Jack Ma e Elon Musk na Conferência Mundial de IA em Xangai em 2019. Imagem: Reuters

Jack endossou a controversa política de trabalho chamada 996, que consiste em trabalhar das 9h da manhã até as 9h da noite, 6 dias por semana. Ele postou, na rede social, que funcionários que trabalharem mais serão “recompensados” e afirmou que essa quantidade de trabalho é comum nas grandes empresas de tecnologia e nas startups chinesas.

Ele defende a prática de trabalhar longas horas, mas queria homenagear quem o faz, escreveu que 996 não é simplesmente hora-extra e disse ainda que todo mundo tem o direito de escolher seu próprio estilo de vida. O bilionário dono da Tesla é um grande defensor das longas jornadas de trabalho e afirmou que chegou a trabalhar 120 horas por semana, quando a Tesla teve problemas. Para tornar esse sonho realidade, ele valoriza em seus profissionais pessoas diferentes possam ser treinadas para a liderança. 

 

A Black Friday Chinesa

Jack Ma , presidente da Alibaba marca presença no Singles Day, em 2016. Imagem: Associated Press

A “Black Friday chinesa”, que é sempre no dia 11 de novembro, representa o Dia dos Solteiros na China, é uma data mega importante para Jack Ma e a Alibaba, que começou a ser comemorada em uma universidade como um festival de entretenimento, buscando inclusive formar casais. Lançado em 2009, o Dia dos Solteiros tornou-se a versão chinesa do evento de venda online dos EUA Cyber Monday, que segue o feriado de Ação de Graças da América. O festival de compras chinês é realizado em 11 de novembro e também é chamado de Double Eleven por causa da data.

Cerca de 250.000 marcas participaram globalmente do evento de 1º de novembro a 11 de novembro de 2020, com 2.600 participando pela primeira vez, em um sinal de empresas que apostam online após um ano devastador para os varejistas. Neste ano o evento foi um estouro este ano, pois reportou um recorde de US$ 74 bilhões em vendas. O Alibaba processou em torno de 583.000 encomendas a cada segundo nos horários de pico durante o evento de compras. A empresa relatou também que os EUA foram os países mais vendidos para a China pela receita bruta, com Canadá, Reino Unido, Itália, França, Alemanha e Nova Zelândia. 

Singles Day é muito mais que uma promoção, é um evento de entretenimento

Na plataforma do AAA Inovação, nosso colunista especialista no comércio eletrônico do Brasil e da China, In Hsieh, trouxe a história do Singles Day, o principal dia de compras para o varejo chinês. Nessa data, novas tecnologias e surpreendentes inovações marcam o que pode ser conhecida como a maior promoção do mundo.

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