A Apple é uma das principais Big Techs, grandes empresas de tecnologia, que está sempre buscando expandir sua participação no mercado, lançando novos produtos e serviços. Em 2019, a empresa obteve uma receita total de US$260 bilhões, sendo US$ 55,2 bilhões como receita líquida (após dedução de pagamentos de impostos e custos operacionais).
Mais de 50% das vendas da empresa foram decorrentes de aparelhos iPhone. O comportamento se repetiu no ano seguinte, visto que no primeiro trimestre de 2020, o smartphone foi responsável por 61% da receita da Apple. Em agosto de 2020, a companhia se tornou a primeira empresa norte-americana a atingir US$ 2 trilhões em valor de mercado, algo em torno de R$ 11 trilhões. O valor da empresa é maior do que o PIB brasileiro, que chegou a R$ 7,3 trilhões no ano passado.
Epic Games, App Store e a Ameaça ao iOs
Sendo a detentora de um mercado com mais de 1 bilhão de dispositivos espalhados pelo mundo, a Apple acaba ditando as regras como bem entende, nem sempre sendo justa com seus desenvolvedores. Recentemente, a Epic Games, dona do Fortnite, encarou uma grande barreira levantada pela empresa de Steve Jobs, com a confirmação do banimento do game da App Store da Apple. Tudo começou no dia 13 de agosto de 2020, quando a Epic Games lançou uma nova modalidade de compras dentro do Fortnite, que só podiam ser realizados dentro do sistema da Epic Games.
Porém, essa prática da empresa de jogos viola os termos de uso da loja de aplicativos da Apple, que obriga qualquer desenvolvedor de aplicativo a pagar uma taxa de 15% a 30% sobre todas as vendas realizadas dentro dos aplicativos baixados via App Store. Ao identificar que a Epic Games infringiu essa regra, a Apple baniu o jogo da sua loja. A resposta da Epic Games foi uma paródia inspirada numa propaganda da Apple inspirada no livro 1984, de George Orwell.
A resposta publicitária realizada pela Epic Games, usando a referência do livro 1984, não se resume apenas em uma paródia de outra peça publicitária da Apple. Ela também tem um significado muito mais profundo e ajuda na análise de uma questão que envolve poder político. Em julho de 2020, o Congresso Americano questionou as grandes empresas de tecnologia à respeito dos monopólios de gigantes como Apple, Google, Facebook e Amazon, buscando esclarecimentos.
A questão central nesse debate é até que ponto o poder excessivo dessas empresas não cria um ambiente de monopólio dentro do mercado, o que fere a lei “antitruste” americana. Essa lei existe justamente para não permitir que existam concorrências desleais entre empresas em qualquer setor. O poder que essas empresas detém acabou traçando uma linha tênue entre regulamentação de usos e censura, é nisso que a Epic Games se apegou para questionar as taxas de serviço praticamente abusivas da Apple.
Todo esse impasse com o jogo Fortnite demonstra claramente quais os objetivos da Apple, com relação ao mercado de jogos e ao futuro de seus aparelhos e sistemas. Quer entender como? Veja os anúncios do Apple Event e tire suas próprias conclusões:
Novidades de produtos revelados durante o Apple Event
Ao fazer uma breve análise da próxima onda da Apple, pode-se observar que a uma das maiores empresas do mundo está claramente expandindo no sistema de assistentes virtuais com o Mini Home Pod integrado com a Siri, que é um grande concorrente do Echo da Amazon e do assistente virtual Alexa. Como também o sucesso dos novos modelos de iPhone, no mercado de games e promete que que até 2030 todo o sistema deles será carbon-neutral. Todas essas novidades foram anunciadas durante um evento chamado Apple Event, no dia 13 de outubro de 2020. Confira a seguir os principais lançamentos:
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iPhone 12
O novo iPhone anunciado durante o Apple Event, no dia 13 de outubro de 2020, com expectativa de estar disponível no ano que vem no Brasil. A empresa conseguiu deixar o celular 16% mais leve e 11% mais fino, e com uma nova tela que é 4x mais resistente que o vidro. Outra novidade é o suporte para a tecnologia de redes 5G em toda a linha. Veja os preços dos novos dispositivos nos Estados Unidos:
- iPhone 12 mini: US$ 729 (R$ 4.060 na cotação atual);
- iPhone 12: US$ 829 (R$ 4.620);
- iPhone 12 Pro: US$ 999 (R$ 5.570);
- iPhone 12 Pro Max: US$ 1.099 (R$ 6.120).
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HomePod Mini
O Homepod Mini é uma versão menor do alto-falante inteligente lançado em 2017, que é uma resposta da Apple para o dispositivo assistente virtual da Amazon (Alexa) e será um um grande teste para a Siri e seus esforços domésticos inteligentes. A Apple é a última das Big Techs a comercializar um computador de voz doméstico, com o dispositivo Echo da Amazon e o dispositivo Home do Google.
Para se diferenciar, a Apple permite o uso por vários usuários em uma casa e enviar informações para sistemas baseados em automóveis, e a Siri funciona nele como uma assistente pessoal para controlar gadgets inteligentes da sua casa. Ele será vendido nos EUA por US$ 99 (R$ 550), e não há previsão para chegar ao Brasil.
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League of Legends
O iPhone 12 terá o jogo “League of Legends: Wild Rift”, onde os jogadores poderão levar mais competitividade para dispositivos móveis. O game funcionará também ao se conectar com uma rede 5G disponível. Durante o Apple Event, o jogo foi anunciado para os dispositivos móveis da Apple. O lançamento acontece com base na chegada da primeira geração do iPhone compatível com 5G, um dos principais temas do evento e algo bastante comentado pela empresa.
Wild Rift foi apresentado por Michael Chow, produtor executivo da Riot Games, produtora do jogo. Com o novo iPhone 12, diz ele, os jogadores poderão levar mais competitividade para dispositivos móveis. Isso é algo que na visão do executivo era mais funcional em uma mesa, jogando em um computador, mas que é possível devido ao poder de processamento do novo celular e das redes móveis de quinta geração.
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Carbon Neutral: Corte nas emissões de carbono
Até 2030, todas as embalagens do iPhone terão a substituição do adaptador de energia e fones de ouvido, por um cabo de USB-C para Lightning, que funciona com uma recarga mais rápida. A Apple não irá mais vender os celulares de 2019 e 2020, que se encontram no catálogo atual da companhia com os fones de ouvido e carregador na caixa, assim como ocorreu com o Apple Watch SE e Apple Watch Series 6. Porém, para obtê-los, será preciso comprá-los separadamente e a Apple defende que essa é uma maneira de preservar o meio ambiente e reduzir a emissão do lixo eletrônico. Veja a seguir algumas ações já realizadas pela Apple para atingir esse objetivo:
- O parque eólico Montague, no Oregon, é um dos maiores projetos da Apple com 200 megawatts e alimenta o Data Center Prineville da Apple;
- A mais recente invenção de reciclagem da Apple, o robô Dave, que recupera material de um componente do iPhone para melhor uso em produtos futuros;
- Através de um fundo de investimento inédito, a Apple e 10 de seus fornecedores na China estão investindo quase US$ 300 milhões para desenvolver projetos que totalizam 1 gigawatt de energia renovável;
- A Apple apoiou o desenvolvimento de um método de produção de alumínio que libera oxigênio, em vez de gases de efeito estufa, durante o processo de fundição;
- Em parceria com a Conservation International, a Apple está restaurando savanas degradadas na região de Chyulu Hills, no Quênia;
- 80% da energia renovável que a Apple produz vem de projetos que a própria empresa criou;
- Desde 2014, todos os data centers da Apple foram alimentados por energia 100% renovável.
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MagSafe para iPhone
Um novo carregador magnético foi anunciado, em que os usuários podem recarregar o celular ao posicioná-lo sobre os acessórios baseados em ímãs. A fabricante destacou que são necessárias novas capinhas desenhadas para permitir o fluxo de eletricidade. As capas de hoje efetivamente têm garras que agarram as bordas do seu telefone, mas com os ímãs, seria menos necessário retirá-los meticulosamente dos cantos do seu telefone ou pressionar com força o módulo da câmera caro apenas para obter força suficiente para estourá-lo fora.
Afinal de contas, qual foi a reação do público a respeito dessas novidades?
A empresa se manifestou sobre a remoção do carregador e fone da caixa do iPhone 12, a qual geral grande insatisfação para muitos clientes da empresa. Segundo Kaiann Drance, vice-presidente de marketing de produto do iPhone, ao Good Morning America, a decisão foi a coisa certa a se fazer em termos de objetivos ambientais maiores e benefícios maiores ao meio ambiente. Confira a seguir a entrevista foi dada ao programa da emissora norte-americana, ABC News, durante a apresentação dos detalhes do novo smartphone da Apple: