Por: Fátima Pissarra – CEO e Founder na Mynd, João Branco – Profissional de Marketing mais admirado do Brasil e ex-CMO do McDonald’s e João Pedrosa – influenciador digital e ex-BBB.
Durante o Bate-Papo no AAA Summir 2022, o moderador Alisson Fernandez chama atenção para o fato de que influenciar e ser influenciado faz parte da dinâmica humana muito antes da internet existir, mas que a tecnologia tem colocado esse mecanismo em outro patamar, gerando negócios e até profissões novas.
Fátima Pissara, CEO da Mynd, chama atenção para o fato de que o marketing de influência via redes sociais, sim, já se desenvolveu bastante, mas que ainda tem muito a crescer e condicionou esse crescimento ao acesso e à qualidade das tecnologias de dados. A empresária deixa claro que ainda há muito para crescer nesse mercado e muitas oportunidades tanto para influenciadores quanto para profissionais de marketing de influência. Fátima chama a atenção para o fato de que pandemia acelerou a representatividade do marketing de influência porque a atividade online foi o único tipo de produção de conteúdo que continuou a existir de forma inédita no entretenimento – até a TV estava passando só reprises. Com esse aumento de demanda, as oportunidades para os influenciadores digitais se multiplicaram.
Para João Branco, ex-CMO do McDonald’s, destaca que as pessoas sempre buscaram saber recomendações dos seus familiares e amigos. “O que mudou com tecnologia e as redes sociais é que essas opiniões passaram a ser públicas, e todos mundo sabe quem está recomendando o que para quem”, diz. Para ele, essas conversas públicas permitem que as marcas também possam falar e desenvolver um diálogo positivo e construtivo com as empresas e, assim, o público também passa a influenciar as empresas.
Além disso, Branco lembra que uma recomendação de alguém que você gosta e admira tem uma conexão emocional muito maior e mais profunda do que qualquer anúncio, que por melhor que ele seja, não terá o mesmo nível de personalização. Branco comentou que a estratégia de comunicação que transformou as fachadas das lojas de McDonald’s para Méqui, reproduzindo a forma das pessoas falarem o nome da rede, é uma forma de reconhecer a relação super pessoal que os consumidores têm com a marca e adotar um tom de voz que seja mais humanizado e se coloca na rede social socializando e falando como amigo.
João Pedrosa, professor, mestre em educação, que se tornou influenciador com milhões de seguidores depois de participar no BBB21. Para ele, o conceito fundamental sobre influenciar e ser influenciado é a relevância. “Marketing de influência é sobre números, mas é principalmente sobre a relevância. Quem é que está falando sobre o seu produto e o quanto esta pessoa é reconhecida como sincera pelos seus seguidores. “Às vezes o influenciador até tem muitos seguidores, mas ele não consegue comunicar sobre o assunto que interessa para a marca que quer contratá-lo”, advertiu.
Com mais de 400 influenciadores e artistas contratados, do porte de Luiza Sonza, Pablo Vittar, Gil do Vigor e o próprio João Pedrosa. Hoje, segundo ela, o interesse das marcas é mais por pessoas como o João que tem um tema definido e posicionamentos claros do que pessoas só têm quantidade de seguidores. Fátima deixa claro que ser influenciador é um trabalho, que tem que ter um propósito e um posicionamento.
Para João Pedrosa, destaca que o marketing de influência tem sido muito importante para movimentar discussões sobre diversidade e sobre inclusão. Fátima destaca que qualquer atitude de uma marca pode gerar impactos – positivos ou negativos – mas que ela sempre ganha quando tem coragem de sair de cima do muro e quebrar paradigmas como a Hope fez vestindo a Pablo Vittar com uma lingerie para o programa do Domingo de TV Globo e como Santander fez ao contratar o Gil do Vigor.
João Branco confessa que as marcas ainda estão aprendendo a lidar com os influenciadores, e que ainda dependem de especialistas como a Mynd para aconselhar os melhores caminhos. Mas que ele afirmou que acredita que a capacidade de mobilização, engajamento e a credibilidade de alguém podem, sim, contar mais na contratação do que a quantidade total de seguidores que essa pessoa tenha. Focado na qualidade do propósito de cada pessoa, Branco falou sobre o livro dele, D(ê) Propósito, sobre a importância do colocar intenção no seu trabalho no sentido de servir as pessoas, de impactar as vidas das pessoas.
Em relação ao amanhã, Fátima, Branco e Pedrosa destacaram que o futuro tem a ver com os propósitos que nos movem – independente do que cada um faz, o foco sempre será relevância e verdade.