Confira os principais insights da palestra do AAA Summit de Fábio Lins, Superintendente Executivo de Inovação, Canais e UX do Banco Original, que aponta os caminhos de transformação através da inovação do mercado bancário e, fala sobre a quarta revolução industrial e as transformações que ela causou.
Estamos vivendo a quarta revolução industrial, causada pela confluência de evoluções tecnológicas como a internet de alta velocidade, os smartphones, a inteligência artificial, a internet das coisas e a convergência entre o físico, o digital e o biológico. Vale notar que mais de um terço das pessoas no planeta ainda não tem acesso à internet, o que foi o que determinou a terceira revolução industrial. E que a segunda revolução industrial foi determinada pela eletricidade, mas 17% da população mundial ainda não tem acesso à energia elétrica.
Entre 2005 e 2015 houve uma substancial mudança nos rankings de empresas com os melhores resultados financeiros do mundo. Enquanto no começo do milênio o topo estava com as indústrias de diversos setores, agora existe uma grande concentração de big techs na liderança. E isso aconteceu porque as pessoas mudaram os seus hábitos e passaram a incluir a vida digital de forma intensiva na sua vida.
Panorama de tecnologia no Brasil
O brasileiro, tem em média de idade, de 32 anos tende a adotar as tecnologias antes de outros povos. A média de idade dos Estados Unidos é de 38 anos e a da Europa é de 42 anos. Mas a questão demográfica é só um aspecto. Em determinados setores, como o bancário, as instituições reguladoras são bastante alinhadas com a vanguarda e buscam sempre estar em contato com as instituições para manterem uma sintonia entre a regulamentação e as tendências e investimentos que os bancos fazem.
O Brasil é um dos países com maior cobertura de internet do mundo, com 80% atendidos, mas os 20% que não tem acesso representam quase 50 milhões de pessoas. Junto com a adesão ao mundo digital, surge a questão da segurança e o Brasil é o 5º país que mais sofre com crimes digitais no planeta.
Em relação ao mercado financeiro do brasileiro, a popularização dos smartphones e a migração de boa parte das transações migrou para o digital e todo o processo de autenticação por biometria facilitaram a digitalização do setor bancário brasileiro, que ganhou maior agilidade e mais liberdade – e gera muito mais dados.
O futuro do digital banking
Hoje os clientes podem escolher com quem querem trabalhar graças ao open banking. Mas todos os contatos via digital geram um voluma ainda maior de dados, tudo é regulado pela LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e a interpretação dos dados podem ajudar os bancos a entenderem as necessidades do consumidor e seu perfil de crédito. Os super apps, como acontece na China, concentram toda a informação das pessoas e também se tornaram meios de pagamento.
Hoje, internet banking, pix e open banking são poderosas ferramentas de bancarização do brasileiro e que são reguladas pelo Banco Central, que tem posição muito inovadora. A tecnologia fez com que o mercado bancário passasse a viver a “coopetição”, em que a competição virou cooperação. Em 2021 houve 90% de crescimento de contas abertas nos canais digitais enquanto as aberturas nos canais físicos aumentaram 52%.
Em relação ao Pix, são 130 milhões de pessoas cadastradas e mais de 400 chaves cadastradas no sistema e já ultrapassou as transações de crédito e débito. Tudo isso, significa que as pessoas passam a ser vistas pelos bancos para oferta de crédito. Para criar a moeda digital do Real, várias tecnologias estão sendo analisadas e desenvolvidas envolvendo blockchain e smart contracts. Tudo sempre tendo em vista colocar os clientes no centro.
Em relação ao open banking e open finance, a evolução está em curso e deverá gerar muita facilidade para ampliar a oferta de crédito. O futuro do digital banking do Brasil é de se manter na vanguarda em termos de regulamentação e de utilização por parte dos brasileiros por meio de sensores digitais para fazerem autenticações e agilizar ainda mais as transações bancárias tanto no mundo físico como digital por meio de múltiplas interfaces, sempre com transações seguras.