Telemedicina, Inteligência Artificial e mais: Novas possibilidades tecnológicas no combate ao Coronavírus

O desenvolvimento de novas tecnologias ganha uma nova oportunidade, frente à uma nova pandemia e o combate ao coronavírus, através de várias startups.

Enquanto a pandemia do coronavírus assusta o mundo e freia a economia mundial, a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias se apresentam como meio para o controle e monitoramento dos casos, trazendo avanços surpreendentes em tempo recorde. Uma das novidades que o COVID-19 está propagando, é a rápida adaptação de soluções já existentes para novos fins.

Um exemplo disso é a startup Infervision, que ampliou seu escopo de soluções, antes focadas no câncer, ao desenvolver um algoritmo de diagnóstico de imagem com Inteligência Artificial para detectar sinais visuais de pneumonia causada pela vírus, sendo uma extremamente inovadora em busca do combate ao coronavírus.

Várias outras tecnologias passaram e ainda passarão por processos de desenvolvimento e aprimoramento, além de empresas que apresentaram iniciativas solidárias frente ao surto do coronavírus. Nesse momento, a velocidade de crescimento se torna muito maior, devido a urgência, sendo uma grande oportunidade para descobrirmos do que certas novas tecnologias são capazes.

Mindify e Unimed uniram forças através de Inteligência Artificial

Em Fevereiro de 2020, a Mindify ficou em 2º lugar no concurso de Inovação de Tóquio. Foto: Reprodução / Gazeta do Povo

No Brasil, a Mindify, startup goiana cuja solução automatiza protocolos clínicos, desenvolveu, em parceria com a Federação das Unimeds de São Paulo (UNIMED-FESP), um projeto de IA e telemedicina para automação de protocolos no combate ao coronavírus.

Segundo o CEO da empresa, André Ramos, os algoritmos inteligentes podem sugerir que um paciente com suspeita de infecção pelo coronavírus siga um passo-a-passo para se monitorar e até mesmo proteger suas famílias de contaminação até que seja possível confirmar ou descartar a doença. Esse mesmo algoritmo monitora os sintomas informados pelo próprio paciente e, no momento certo, sugere que ele converse com um médico via teleorientação ou, para os casos mais graves, presencialmente em hospital.

Na prática, a solução ajuda a reduzir o volume de pacientes que buscarão os prontos-socorros, reduzindo impactos do COVID-19 através de tecnologia.

5G e Impressão 3D são alternativas para o combate ao coronavírus

Além da Inteligência Artificial, outras tecnologias tendem a se tornarem mainstreaming de uma maneira mais veloz que o previsto. Antenas 5G foram instaladas pela Huawei na província de Wuhan, epicentro da pandemia, para facilitar e acelerar a transmissão de dados, monitoramento, consultas remotas, tratamento, e outros serviços, dando suporte aos médicos e enfermeiros isolados na área de risco.

Internet 5G visa fornecer assistência e monitoramento remoto a habitantes de Wuhan — Foto: Reprodução/ Giz Mochina e Giz China / Techtudo

A impressão 3D também está mostrando sua capacidade de aumentar exponencialmente o volume de produção de artigos essenciais nesse momento. Na Itália, diante da escassez e demora na produção e entrega das válvulas necessárias para o funcionamento dos respiradores usados na maioria dos casos graves do coronavírus, empresas de impressão 3D se uniram para replicar o objeto e imprimi-lo em escala, suprindo a demanda das cidades com maior número de casos.

“Parabéns a Cristian Fracassi, @temporelli73 e todas as pessoas que o ajudaram no negócio de impressão 3D das válvulas ausentes para os respiradores do Hospital Chiari, em Brescia. (aqui o artigo completo http://bit.ly/3d0JQ4b)”

Vale lembrar que a insuficiência respiratória é a maior causa de mortes de pacientes infectados com a COVID-19, e o modelo 3D replicado foi disponibilizado para que outras empresas possam produzi-lo em todo o mundo.

Internet das Coisas e dispositivos em novos contextos

Startup Ava já recebeu mais de US$10 milhões em investimentos, após desenvolver pulseira que usa abordagem patenteada de Big Data para detectar com precisão, em tempo real, toda a janela fértil de uma mulher.

Um dispositivo vestível, desenvolvido inicialmente para controlar o ciclo menstrual da mulher, pode ser utilizado na detecção e monitoramento de casos de infecção pelo novo vírus. O sensor, criado pela startup suíça Ava, rastreia temperatura, frequência cardíaca e frequência respiratória, dados altamente relevantes no diagnóstico da COVID-19. A co-fundadora e CEO da startup convocou pesquisadores a testarem o dispositivo, oferecendo desconto na compra do mesmo.

Também da Suíça, um sensor inteligente de IoT para o setor de atendimento domiciliar pode ser extremamente útil devido às políticas de distanciamento social, especialmente para os idosos. O sensor da CARU registra vários parâmetros no ambiente, aprende o comportamento típico do residente e detecta anomalias nas rotinas diárias, informando as pessoas responsáveis.

Robôs autônomos e drones auxiliam em delivery durante o surto do COVID-19

Na China, amostras médicas e materiais dentro das áreas de quarentena estão sendo transportados por veículos aéreos não tripulados, minimizando o contato e, consequentemente, o contágio do coronavírus. A entrega com drones, assim como os robôs autônomos para entrega de refeições em pelo menos 40 hospitais chineses, mostram a importância dessas novas tecnologias aliadas no combate ao coronavírus, visando diminuir o impacto e as consequências da rápida contaminação e disseminação do vírus entre a população.  

Com as restrições impostas aos restaurantes e lojas em razão da pandemia, o setor de delivery se torna umas das alternativas para o mercado se manter e reduzir quedas no faturamento. Por aqui, o iFood, em parceria com a empresa especializada em inteligência artificial Skynkar, está testando veículos elétricos autônomos e promete juntá-los às outras opções de transporte para entregas no aplicativo ainda em 2020.

Telemedicina no atendimento médico remoto

Em 20 de Março de 2020, a telemedicina garantiu aprovação do Conselho de Medicina, frente ao surto do coronavírus e a necessidade de atendimento remoto e utilização de novas tecnologias. Fonte: UOL

Em caráter de excepcionalidade, o Conselho Federal de Medicina decidiu reconhecer a possibilidade e a eticidade da utilização da telemedicina, enquanto durar a batalha de combate ao contágio da COVID-19, conforme ofício assinado pelo presidente do CFM. Essa é mais uma medida importante e evolutiva na aplicação de tecnologia e inovação neste momento de crise. 

As soluções que se encaixem em algum dos três termos abaixo estão permitidas:

A startup VidaClass, fundada em 2014 por um antigo diretor do Hospital Albert Einstein, permite uma primeira avaliação online dos sintomas da COVID-19, feita por profissionais de plantão para atender a demanda.

Tão importante quanto o diagnóstico e os cuidados para evitar a contaminação é o conhecimento frente à tantas fontes de informação, confiáveis e não confiáveis, disponíveis a todos.

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