Veja 13 Opiniões e Relatos Médicos sobre o Coronavírus no Brasil e seus Impactos na Medicina

Tivemos a oportunidade de ouvir 13 profissionais de saúde que fornecerem seus relatos médicos sobre o coronavírus no Brasil.

Tivemos a oportunidade de ouvir 13 profissionais de saúde que fornecerem seus relatos médicos sobre o coronavírus no Brasil.

O AAA Inovação ouviu profissionais de saúde brasileiros e trouxe 13 relatos médicos sobre o coronavírus no Brasil, com opiniões vindas diretamente daqueles que estão na linha de frente no combate ao coronavírus.

Em parceria com a Proxymed Gestão e Marketing Médico e através de seu CEO Márcio Luiz, foi possível entender melhor quais os impactos da pandemia na medicina e de que forma cada um dos profissionais enxerga as medidas tomadas pelo Ministério da Saúde.

Através de médicos de oito estados brasileiros (Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Pernambuco, Pará e Rio de Janeiro), pudemos entender um pouco mais sobre como profissionais e hospitais estão lidando com a pandemia no Brasil, respeitando a autoridade que cada um deles tem na área da Saúde.

Veja o que cada um deles tem a dizer e entenda como respeitar orientações médicas impacta no dia-a-dia de quem está na linha de frente contra o vírus COVID-19:

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“Minha opinião para o mercado médico é de um novo “boom” no segundo semestre, pois irá existir uma procura pela saúde física e mental, pelo que faz bem, as pessoas buscarão seus sonhos. O impacto da pandemia fez todos se preocuparem com sua saúde, e nós médicos, devemos nos preparar para pacientes mais observadores, mais exigentes, em especial em relação ao acolhimento. A pandemia deixará todos mais carentes das relações humanas em decorrência do isolamento social. Está sendo tudo muito virtual. E nessa transição ficaram muitas lacunas”

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“Nesse momento crítico de pandemia, a atenção foi voltada para os riscos de contágio, disseminação e tratamento de pacientes com COVID-19, porém não podemos de deixar de assistir os pacientes que já estão em tratamento conosco pelas mais variadas condições. O médico precisa estar atento para manter o seu atendimento e cuidado através de outros canais como a telemedicina. Esse é um momento oportuno para que o médico se familiarize com essa plataforma, nunca esquecendo os preceitos éticos, morais e legais. Que a conexão entre médicos e pacientes perdure e seja reforçada a cada momento independente do canal de comunicação. Que a empatia e o cuidado se sobreponha nesse momento delicado.”

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“A ameaça da disseminação ampla da infecção causada pelo COVID-19, a superestimativa dos desfechos resultantes da morbimortalidade deste patógeno, bem como as consequências econômicas da tentativa de contenção da disseminação da infeção através de medidas restritivas de contato social, vêm criando um cenário global de medo e incerteza no curto prazo sem precedentes em nossa história recente.

Considero que a nossa atuação como médico, educador e formador de opinião seja a de não fomentar a histeria amplificada por notícias divulgadas pela mídia não especializada que têm se mostrado completamente enviesada por priorizar a divulgação de resultados e desfechos negativos de uma doença com percentual de pacientes assintomáticos ou com sintomas leves e taxa de cura amplamente superior à mortalidade.

Isto não significa subestimar ou não tomar as devidas medidas de higiene e restrição parcial do contato social, mas como oncologista, muito me preocupa o atraso do diagnóstico das neoplasias malignas, que continuarão incidindo neste período de significativa restrição dos atendimentos médicos a pacientes com queixas não respiratórias e no qual os olhos da medicina estão totalmente voltados para o diagnóstico de possíveis pacientes infectados pelo COVID-19. As neoplasias malignas apresentam mortalidade reconhecidamente superior à infecção causada pelo COVID-19 e todos também já ouviram falar que o diagnóstico precoce do câncer é fundamental para permitir a possibilidade de cura.

Segundo o INCA, são estimados 685 mil novos casos de câncer para o ano de 2020 no Brasil e infelizmente muitos destes pacientes terão seu diagnóstico atrasado e prognóstico comprometido. Portanto, estas consequências ‘invisíveis’, porque não serão diretamente atribuídas ao coronavírus, infelizmente chegarão no segundo semestre”

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“O mercado médico jamais será o mesmo após superarmos essa tão importante crise sanitária. Ela vem tendo, na verdade, um sentido pedagógico. Toda cadeia foi afetada e teremos que nos reinventar. Todas os paradigmas foram quebrados e aquela sensação de estabilidade, que dominava a todos os profissionais médicos, foi subitamente substituída pelo medo do amanhã, pelo mercado incerto. Fez-nos sair da zona de conforto e ver que na vida temos que trabalhar olhando o futuro, mas com os pés no presente. Precisamos olhar para o amanhã sem esquecer as ameaças que nos cercam diariamente. Necessitamos nos capacitar, aprender a tomar decisões rápidas, estar atentos e vigilantes e ser capazes diante da crise, ver quais as oportunidades que nos são postas. O inimigo hoje, é um vírus… e amanhã? Qual será?”

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“A medicina no Brasil está em constante evolução e o profissional que pretende permanecer no mercado é aquele que está aberto às inovações. Apesar de toda modernidade que os pacientes procuram, sinto que existe uma carência de profissionais que exercem a medicina de forma multidisciplinar, atentando para o bem estar biopsicossocial. Acredito que, o marketing médico tem papel na captação dos pacientes, enquanto a relação médico-paciente seja primordial para a manutenção do paciente no seu consultório (fidelização). Resumindo: existe espaço no mercado médico brasileiro? Com certeza, para os profissionais visionários, atentos para as mudanças do mercado, mas que não esquecem da boa e “velha” relação médico-paciente”

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“O excesso de regulamentações e as limitações impostas pelas leis trabalhistas, bem como o aumento da concorrência e queda na remuneração estão provocando mudanças no mercado médico e na carreira médica. A principal delas é que o médico está percebendo que o sucesso não depende apenas da qualificação técnica. É preciso entender sobre finanças, marketing e gestão”

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“Se alguém ainda tinha dúvidas que estamos de fato em um mundo globalizado, a pandemia de COVID-19 veio confirmar que isso acontece tanto no âmbito físico quanto no digital. A vantagem é que as informações vindas dos epicentros da Ásia e Europa navegaram em uma velocidade muito mais exponencial que o próprio vírus. Ainda na fase inicial da epidemia em países como China e depois Itália, nós, médicos, já recebíamos relatórios preliminares de alguns centros médicos de referência desses países detalhando sintomatologia típica, comportamento fatal em certos grupos de risco e primeiros resultados de tratamentos experimentais. Acredito que o Brasil, nesse quesito, pode ter tido uma vantagem geográfica, aliada ao benefício proporcionado pela rede digital. O Ministério da Saúde de fato vem buscando sedimentar todas essas informações, levando em conta a melhor evidência científica e o diálogo com especialistas de diversos países, emitindo assim normativas e resoluções aos gestores públicos e privados, que são rapidamente compartilhados em e-mails e aplicativos. Os hospitais estão conseguindo, através dessa grande rede de colaboração científica, juntamente com a interlocução com o Ministério da Saúde, estabelecer protocolos e comitês de crise em velocidade nunca antes vista na história no Brasil”.

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 “Nesta pandemia tivemos oportunidade de ver o melhor e o pior, tanto de nossos governantes quanto de nossos colegas de profissão. Destaco a atuação do Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta que, escutando os técnicos, promoveu sobriedade à condução do plano de contingência nacional e nosso Governador em SC, Sr. Carlos Moisés da Silva, que teve humildade para retroceder nos planos de abertura do isolamento.

Para nós médicos, no nível individual, tem sido grande oportunidade para nos reinventarmos! 

Ganhou quem já tinha cadastro dos pacientes por exemplo, e sabia usá-lo. Quem está habituado a comunicar-se com seu cliente e quem não teme novos meios de comunicação como a Telemedicina. Na crise, sempre há oportunidades!”

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“Apenas para relembrar existe dois tipos de diabetes chamados tipo 1, que sempre dependem de insulina,  geralmente se apresenta na adolescência ou adulto jovem e representam 10%, em media, dos casos de diabetes. Por outro lado, o diabetes tipo 2 geralmente apresenta-se após os 35 anos de idade e esta relacionado fortemente a obesidade. Na maioria dos casos, o tratamento inicial envolve medicamentos orais e mudanças do estilo de vida, como emagrecer e fazer exercícios. Quando depois de um longo tempo os medicamentos orais não estão “colocando” a glicose nas metas estabelecidas pelas dosagens no sangue é que passamos a associar a insulina para manter a glicose controlada.

Nesta epidemia do Coronavírus, observamos que muitos dos pacientes que faleceram apresentavam, o que chamamos de comorbidades, ou seja, além da idade avançada a presença do diabetes das doenças cardiovasculares e pulmonares levando os pacientes a ter um prognostico mais reservado. E porque isto ocorre? O paciente diabético descontrolado apresenta um padrão de inflamação generalizada, levando a uma imunidade mais baixa, além de poder já apresentar doenças do coração associadas ou problemas renais, assim piorando o prognostico da doença. Por outro lado, o diabético bem controlado, sem comorbidades importantes, não sugere que tenham um risco muito mais aumentado do que a população em geral, em adquirir a doença ou ter um prognostico pior.

É preciso, portanto,  nos tempos de quarentena, que procurem manter uma dieta equilibrada , sem exageros e tentar manter a atividade física regular,  pois são fatores que favorecem o bom controle glicêmico, além é claro, de manter toda a higienização adequada em si mesmo e nos alimentos. Até o presente momento, por ser uma doença nova e de fácil transmissibilidade a medicina ainda não dispõe de tratamento especifico contra o Coronavírus ou mesmo vacina que provavelmente somente estará disponível daqui há um ano. 

Em resumo, aferir a glicose diariamente pelos testes que são realizados nas pontas dos dedos, manter a diabetes sob controle sem subtrair nenhuma medicação, exceto sob orientação médica, tentar seguir uma dieta regular para evitar o ganho de peso, manter atividade física regular, mesmo dentro de casa e fundamentalmente manter a higienização pessoal e dos alimentos.  Um fator fundamental, é manter-se “dentro de casa”, até que a pandemia diminua e o nosso Sistema de Saúde possa suportar esse volume repentino de pacientes que poderão levar ao colapso do Sistema de saúde, publico e privado. Por maior que seja a recessão, um dia poderemos recupera – lá, mas a vida humana, infelizmente não”

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“Em tempos de pandemia, somos soldados de um exército desarmado. Lutamos não apenas contra um inimigo invisível, lutamos contra a escassez de equipamentos de proteção individual (EPI), a falta de infraestrutura; lutamos em busca de uma cura, embora muitas vezes só nos resta consolar. 

Para àqueles que não podem voltar para suas casas, que estão na linha de frente neste combate, é difícil ver um presidente desconsiderar a gravidade dos fatos. O sentimento é de guerra perdida! Desta óptica, contamos apenas com o ministro da saúde, que apesar dos vieses políticos,  tem demonstrado equilíbrio, sensatez e responsabilidade para com os profissionais da saúde”

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“Neste período de pandemia, vejo as inúmeras situações que nos confrontamos e busco os pontos positivos dentro da crise de saúde. Nós médicos podemos ter uma revalorização da nossa carreira, que em tempos difíceis volta a mostrar a grande importância que temos. O juramento hipocrático por missão e dom será preponderado ao final dessa batalha. Sim, temos medo, mas prepondera a nossa missão de vida. Nós médicos estamos buscando a atualização diária nessa briga. Do ponto de vista histórico, vejo a Telemedicina como ponto chave ao desenvolvimento das alternativas e rompendo barreiras para mostrar que podemos sim nos adaptar a evolução ao ponto de descobrirmos a carreira num novo formato, que vem para somar, adicionar ferramentas para que levemos saúde qualificada a casa do paciente. Mobilidade, evolução e reafirmação da carreira médica são as palavras que classifico como legado desta luta que venceremos frente ao Coronavírus”

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“Em um mundo digital e totalmente interligado, onde estamos a apenas apenas alguns cliques de distância de alguém do outro lado do planeta,  as situações podem tomar proporções inimagináveis e incontroláveis. As nuances do comportamento humano são expostas de maneira a sobressair o melhor e o pior das pessoas. Muitas vezes com boas intenções, mas com a precipitação que o desconhecimento técnico provoca, aparecem “especialistas” que induzem pensamentos coletivos equivocados. Tudo isso, exige muito mais visão crítica e bom senso dos gestores nos mais diferentes níveis hierárquicos para avaliar os fatos e dados de uma maneira macro e tomar difíceis decisões. Os profissionais de saúde são imbuídos do desejo de ajudar o próximo, “custe o que custar”. Os líderes das Nações precisam zelar pelo equilíbrio econômico global. E, no meio de tudo isso, um ser vivo microscópico mostra que a força está além do que podemos controlar. Que o legado do coronavírus seja um mundo mais minimalista, empático, autocrítico e melhor para todos.”

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Vivemos um momento para busca de soluções para enfrentarmos a Covid-19, mas também temos que atentar ao fato de que as soluções adotadas em momento de crise devem ser cuidadosamente reavaliadas após. Pois podem não ser reprodutíveis posteriormente, me refiro a determinadas modalidades de telemedicina, pois o ato médico, e a boa prática da medicina tem pilares na relação médico paciente, na anamnese detalhada e no exame físico, situações da consulta presencial. Situações que respaldam o processo diagnóstico e o acolhimento do paciente”

 

Responsável por levantar todas as opiniões e relatos médicos de profissionais de saúde, Márcio Luiz Lima de Souza (CRA 25069-SC ), CEO da Proxymed, que também é Especialista em Marketing Médico também compartilhou sua opinião sobre os impactos do coronavírus na Saúde do Brasil:

“Acredito que vamos passar por uma grande transformação na dinâmica dos negócios e teremos que redesenhar as relações com o mercado, independentemente do grau de prioridade dos players. As pessoas e seus valores vão mudar.  O modo como veremos parcerias, mercado etc, na minha opinião serão mais inovadores e proporcionalmente com mais valor agregado. A potencialização do ganha-ganha. Na medicina, penso que mudará a percepção sobre o serviços médicos, esses profissionais estarão ainda mais em evidência, afinal, são eles que estão capitaneando esse momento no Brasil, na pessoa do Ministro da Saúde. Os próximos dias serão cruciais para o nosso bem-estar, nosso amadurecimento civil. Esse “exercício forçado” de isolamento vai passar. Como diz a frase de Churchill: Se está atravessando o inferno, continue andando.
Continuemos  estudando, trabalhando, investindo nas relações que por ora serão virtuais. O novo mercado, o novo Brasil que nos espera vai esperar novos brasileiros também”

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