Nadando contra a maré: Crescimento da Zoom e Netflix é consequência do COVID-19

Através da tecnologia, alguns setores acabaram se beneficiando dos impactos da quarentena causada pelo coronavírus (COVID-19). Zoom e Netflix são exemplos.

Através da tecnologia, alguns setores acabaram se beneficiando dos impactos da quarentena causada pelo coronavírus (COVID-19). Zoom e Netflix são exemplos.

Com o número de casos do coronavírus (COVID-19), superando meio milhão no mundo todo, e em virtude das medidas restritivas de distanciamento social, a Internet tem se mostrado cada vez mais essencial para a continuidade das interações humanas, ainda que virtuais, tanto profissionais quanto pessoais.

O Facebook, por exemplo, registrou 70% de aumento na quantidade de vídeo chamadas em seu aplicativo Messenger e o dobro de tempo gasto nas chamadas em grupo. 

Com o apelo para permanecerem em casa e a necessidade da prática do home office, empresas de capital aberto com soluções online e distribuídas de produtividade, gestão de projetos, streaming, vídeo-conferências e chats estão vendo suas ações se valorizarem quase à curva proporcional ao aumento da contaminação pelo novo coronavírus.

Como o Zoom se tornou rapidamente o favorito para videochamadas

Capaz de sustentar reuniões de até 500 participantes e apresentar webinar e transmissões para 10 mil espectadores.

O aplicativo, da Zoom Video Communications, empresa norte-americana com sede na Califórnia, está no topo do ranking dos aplicativos gratuitos mais baixados da App Store, da Apple. Segundo a Apptopia, em um único dia o app foi baixado por quase 600 mil pessoas. 

Com capital aberto desde março de 2019, as ações da Zoom dispararam, resultando em um valuation de US$38 bilhões – mais do que companhias aéreas americanas como Delta, United Airlines e American Airlines. Até o dia 10 de março de 2020, suas ações haviam subido cerca de 48%, mesmo com a queda geral do mercado acionário frente aos impactos do COVID-19.

Originalmente criada e vendida como uma ferramenta para reuniões corporativas, o Zoom vem sendo utilizado também para transmitir casamentos, sessões de meditação, shows e diversos tipos de aula, desde que o coronavírus foi declarado como pandemia e instaurou a crise global.

Há algumas razões para o sucesso do aplicativo, dentre tantas opções no mercado. Sua confiabilidade e baixa latência, o que garante poucas falhas e atrasos na transmissão são diferenciais competitivos, além de terem monitorado desde janeiro a evolução da epidemia e retirado o limite máximo de 40 minutos de uso para contas gratuitas.

Uma curiosidade inusitada: a SEC se viu obrigada a suspender a negociação de ações da Zoom Technologies Inc. até 8 de abril, após investidores a confundirem com a Zoom Video Communications Inc., o que também gerou alta nas ações da companhia homônima.

 

Concorrentes, Slack e Microsoft Teams batem recordes de acesso diário 

O CEO do Slack, Stewart Butterfield, revelou no blog da empresa que a plataforma de troca de mensagens e gestão de equipes bateu recorde de acessos simultâneos frente ao surto do coronavírus (COVID-19), registrando 12 milhões e meio de usuários logados ao mesmo tempo. Ainda, mostrou o crescimento do número de clientes acima do esperado para o primeiro trimestre deste ano. Segundo ele, na terça-feira, dia 25 de março, a empresa atingiu a marca de 9 mil clientes líquidos, contra cerca de 5 mil nos Q3 e Q4 do ano passado. 

Embora os números sejam expressivos, e a empresa tenha se tornado multibilionária, seu principal concorrente, o Microsoft Teams, também está crescendo em meio à adoção mundial em massa do trabalho remoto. Em comemoração aos 3 anos de lançamento da sua plataforma de videoconferência e gestão de fluxos de trabalho, a Microsoft revelou ter alcançado a marca de 44 milhões de usuários ativos no Teams, um aumento de 12 milhões entre as duas últimas semanas de março.

Definição de happy hour atualizada com sucesso através do Houseparty

Em 31 de março de 2020, vários usuários alegaram que seus dados associados ao Houseparty haviam sido roubados e utilizados para cadastros no Uber, Netflix e Spotify. A empresa lançou uma recompensa de US$1 milhão para quem descobrisse a falha de segurança.

O aplicativo de vídeo chat Houseparty, lançado em 2016 e pertencente à Epic Games, desenvolvedora do famoso jogo Fortnite, obteve 2 milhões de downloads em uma semana após o início de quarentenas decorrentes do COVID-19, ocupando o topo de downloads da loja de aplicativos da Apple em 17 países, incluindo Reino Unido, Itália e Espanha. 

Com um público constituído prioritariamente por jovens da Geração Z e considerada mais casual que as demais soluções de vídeo chamadas, Houseparty se tornou sensação da noite para o dia, na medida que permite, além da interação por vídeo, jogos de trívia e compartilhamento de tela e experiências, como assistir TV e simular festas virtuais.

Em meio a crise, Netflix supera Disney em valor de mercado

Fonte: Bloomberg

Com mais pessoas em casa por causa do home office, e com muitas empresas antecipando férias de funcionários como forma de mitigar os efeitos negativos e evitar demissões, serviços de streaming como Netflix e Disney também têm apresentado crescimento de usuários e tempo gasto nos aplicativos.

Entretanto, devido ao fechamento de seus parques em todo o mundo por causa do COVID-19, as ações da Walt Disney despencaram quase 40%, fazendo com que a Netflix a superasse em valor de mercado, US$158 bilhões contra US$154,8 bilhões da lendária empresa americana.

Apesar do sucesso na recente entrada da Disney no mercado de streaming, a Netflix continua soberana com 167 milhões de usuários e uma extensa e diversificada biblioteca de títulos.

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