Os 3 livros que ajudam a entender o modelo de liderança e negócios do maior festival de música e entretenimento do mundo

Os 3 livros que ajudam a entender o modelo de liderança e negócios do maior festival de música e entretenimento do mundo

Todo grande negócio precisa ter pilares centrais de sustentação. Esses pilares serão os princípios que guiarão a organização e seus membros para que eles aprendam com o passado, executem o presente e visualizem o futuro. Para o Rock in Rio, ter esses princípios bem claros para toda a empresa é fundamental, afinal, já são 34 anos de história, uma equipe pequena (que se transforma uma equipe de 20 mil pessoas durante o evento) e mais de 700 mil pessoas comparecendo à Cidade do Rock durante os eventos. 

Quais princípios regem o modelo de negócios, visão e liderança do Rock in Rio

Para responder a essa pergunta, separamos três livros fundamentais para a construção da história do Rock in Rio, sua liderança e sua visão de futuro. Quer saber quais são eles e o que eles podem ensinar ao seu negócio? Continue conosco!

Platform Revolution

Autores: Geoffrey G. Parker, Marshall W. Van Alstyne e Sangeet Paul Choudary.

Plataformas são negócios que conectam pessoas através da tecnologia, criando ecossistemas de troca de valor. Alguns dos melhores exemplos de negócios baseados em plataformas que podemos pensar na atualidade são Uber, Airbnb, Alibaba, Amazon, Apple, Microsoft, Facebook, Google e YouTube. 

Todos esses negócios possuem uma coisa em comum: Juntam pessoas/empresas em um só lugar, possibilitando que eles troquem valor entre si. 

Você com certeza já ouviu falar aquelas famosas frases: “O Uber é a maior empresa de mobilidade do mundo e não possui nenhum carro. O Airbnb é uma das maiores empresas de hospedagem do mundo e não possui nenhum quarto. O Google é a maior empresa de mídia do mundo e não produz nenhum conteúdo”.

O Rock in Rio e o poder das plataformas

Elas são tão poderosas, principalmente, pelo chamado Network Effect. Esse efeito estabelece que, quanto mais players entram em determinada plataforma, mais poderosa ela se torna. As plataformas geralmente desfrutam do chamado Two-sided network effect, onde os dois lados da plataforma atraem um ao outro. 

Por exemplo, quanto maior o número de motoristas no Uber, mais passageiros usam o serviço. Quanto mais passageiros usam o serviço, mais motoristas são atraídos para a plataforma. 

Da mesma forma, quanto mais usuários utilizarem o sistema operacional iOS, mais desenvolvedores criaram aplicativos para iPhone. Quanto mais desenvolvedores criarem aplicativos para iPhone, mais usuários serão atraídos a utilizar o sistema operacional iOS. 

Para negócios baseados em plataforma, para aqueles que atingem determinado nível de maturidade, existem ainda outras vantagens, como por exemplo o fato do marketing dessas companhias ser feito, em boa parte, pelos próprios usuários. Um usuário de WhatsApp sabe que o aplicativo só tem valor se todos os seus amigos estiverem usando. Assim, ele fará de tudo para que todos utilizem o aplicativo. E quanto mais pessoas usarem a aplicação, mais poderosa ela se tornará. 

As plataformas são, afinal, grandes agregadoras de mercado, mudando toda a cadeia de valor de indústrias inteiras. Hoje, por exemplo, um músico não necessita mais de uma gravadora para lançar o seu trabalho, já que pode fazer o upload de suas canções em uma plataforma de streaming, disponibilizando-a para milhões de possíveis ouvintes em poucas horas. As gravadoras, por outro lado, utilizam as plataformas como fonte para descobrir novos talentos em uma proporção nunca antes vista. 

Existem, basicamente, três principais formas pelas quais as plataformas conseguem constituir mercado:

O Rock in Rio, por exemplo, ao contrário do que pode ser pensado, não é apenas um festival de música, mas sim uma plataforma de comunicação, experiências e entretenimento. 

É uma plataforma que reúne, dentro de seu evento, um espaço para que:

1) Marcas possam criar experiências extraordinárias para usuários, aumentando seu brand awareness e potencialmente seu market share. 

2) Usuários possam ter diversas experiências extraordinárias em um só lugar. 

O modelo de negócios não é centrado em ser um evento de música. 

O modelo de negócios é centrado em ser uma plataforma de experiências, englobando diversos players dentro de um mesmo ecossistema. 

Tribal Leadership

Autores: Dave Logan, John King e Hale Fischer-Wright.

Tribal Leadership é, sem dúvidas, um dos mais originais livros sobre liderança já escritos. A premissa dos autores é bastante direta: Toda organização é como um conjunto de pequenas cidades. 

Essas pequenas cidades são chamadas de tribos. Para eles, uma “tribo”, nesse contexto, é sempre formada por 20 a 150 pessoas. Para os autores, uma pequena empresa é uma tribo, ao passo que grandes empresas são formadas por conjuntos de tribos. O livro e as conclusões são resultado de uma coleção de estudos, realizados ao longo de dez anos, que envolveram 24 mil pessoas em 24 organizações. 

O resultado das pesquisas e dos conceitos elaborados pelos três autores são os 5 estágios que profissionais podem ocupar nas empresas. 

Primeiro Estágio: Hostilidade Desesperada

Esse é o tipo mais perigoso de pessoa para qualquer organização. Por sorte, apenas 2% dos profissionais das empresas se encaixam neste estágio. Aqui, a linguagem utilizada seria algo como “A vida é um droga”. Logan, King e Fischer-Wright descrevem casos nos quais prestaram consultoria para empresas onde havia tribos de indivíduos no primeiro estágio. 

Uma desapareceu depois de uma série de escândalos e outra teve diversos problemas com funcionários que desviavam dinheiro (sem nenhum remorso aparente). 

Pessoas no primeiro estágio geralmente se referem à vida como “injusta” ou “sem sentido”. Costumam culpar a tudo e a todos por tudo que acontece a elas. Elas acreditam que a vida acontece apenas para os outros e que elas “não fazem parte do jogo”. Para muitos desses profissionais, já que a vida é uma droga, não existe nenhum sentido em ser ético, moral ou cultivar valores e visões. 

Segundo Estágio: Vítimas Apáticas

No segundo estágio, ao invés de pensar “A vida é uma droga”, os indivíduos começam a pensar “Minha vida é uma droga”. Estima-se que 25% dos profissionais estejam nesse estágio. 

Esse estágio acontece principalmente quando os profissionais acreditam que não podem agir de forma criativa e que vêem suas tarefas como “mecânicas”. 

Esses profissionais acreditam que existe algo ou alguém impedindo que eles avancem com suas carreiras. Pode ser o chefe, o sistema, sua falta de networking, a sua falta de educação ou até mesmo seus pais. Eles acreditam que esse obstáculo existe e que é assim que as coisas são. Esse tipo de profissional se vê constantemente como uma vítima.

Nos estudos de Logan, King e Fischer-Wright, esses profissionais frequentemente reclamavam de seus chefes… Mas também reclamavam do nome das empresas nas quais trabalhavam (pois demoravam muito para escrever o nome inteiro nos emails), da temperatura e até mesmo do fato da impressora demorar para imprimir um documento (quando o tempo foi de 10 segundos). 

Terceiro Estágio: Guerreiro Solitário

Segundo os autores de Tribal Leadership, este é o tipo mais comum de profissional nas organizações. Eles estimam que 48% das pessoas nas empresas estejam no Terceiro Estágio. 

Aqui, o indivíduo acredita que é um guerreiro solitário dentro da organização, tendo como linguagem padrão “Eu sou incrível (e vocês não)”. Esse tipo de profissional está sempre usando as palavras “eu”, “meu” e “minha”. 

Esse tipo de profissional não costuma dar desculpas (como os anteriores), mas têm dificuldades em enxergar valor em outros profissionais além deles mesmos, por terem medo de que não sejam devidamente reconhecidos. Se vários profissionais desse tipo estiverem reunidos em uma mesma tribo, é comum que o ambiente acabe se tornando ultracompetitivo e não-saudável, já que todos tentarão mostrar que são melhores uns que os outros, sem que pensem no conjunto da empresa como um todo. 

Quarto Estágio: Orgulho Tribal

O quarto estágio representa 22% dos profissionais das empresas. Aqui, a linguagem é bem parecida com a do terceiro estágio, exceto que ao invés de “Eu sou incrível (e vocês não)”; a linguagem seria algo como “Nós somos incríveis (e eles não)”. 

Aqui, valores da organização são bastante conhecidos e os profissionais os levam muito a sério. Nesse estágio é onde surgem os Líderes das Tribos, responsáveis por expor os valores da organização para todos os outros. Nessa fase, as discussões giram em torno dos valores da empresa e dos indivíduos como um todo, ao invés de simplesmente dos valores individuais dos profissionais. 

Os valores centrais serão o combustível dessa tribo, ao passo que uma causa nobre, conhecida e valorizada por todos, ditará o caminho a ser seguido. 

Quinto Estágio: Deslumbramento Inocente

Esse estágio representa menos de 2% dos profissionais nas empresas e é justamente o contrário do primeiro. Aqui, os profissionais terão uma visão de que “ A vida é ótima”. 

A linguagem aqui gira em torno de infinitas possibilidades. Essa tribo não possui adversários e acredita que pode mudar o mundo através do seu trabalho. É a partir desse estágio que surgem as grandes inovações. 

Aqui, a tribo está ciente dos valores centrais e da causa nobre da organização. Nesse estágio, os profissionais têm liberdade para experimentar e criar coisas novas, sempre buscando levar seus pares e organização para um nível melhor. 

Saber quais os tipos de profissionais (e de tribos) estão na sua organização é fundamental para alinhar direcionamento, propósito e estratégias. Para uma organização como o Rock in Rio, profissionais do primeiro estágio são inaceitáveis. Para aqueles nos estágios 2, 3 ou 4, é necessário que se trabalhe para que eles possam, um dia, alcançar o estágio 5. 

Uma empresa com diversos profissionais no estágio 5 é uma companhia onde todos podem se expressar criativamente e que sabem que são diretamente responsáveis pelas suas escolhas e consequências. 

O Rock in Rio e a Liderança Tribal

Para o Rock in Rio, isso significa que esses profissionais devem ter liberdade para criar coisas novas e ao mesmo tempo saber que estão participando de algo maior. Não é apenas uma empresa. Não é apenas um evento. Não é apenas um festival de música. É algo realmente importante para centenas de milhares de pessoas e que pode impactar positivamente as pessoas, a cidade, o país e o mundo. 

As 3 Leis do Desempenho

Autores: Steve Zaffron e Dave Logan.

Por fim, o último livro de base para o Rock in Rio Academy 2019 é o “As Três Leis do Desempenho”, de Steve Zaffron e Dave Logan. 

As Três Leis são:

1) Como as pessoas realizam correlações com as situações que ocorrem com elas. 

2) Como as situações ocorrem surgem da linguagem. 

3) A linguagem baseada no futuro transforma a forma como as situações ocorrem nas pessoas.

O termo “situações que ocorrem” refere-se à visão das pessoas sobre o passado (por que as coisas são do jeito que são) e sobre o futuro (para onde as coisas vão). Para os autores, a nossa visão de futuro está diretamente ligada à nossa visão de passado. Isso faz com que muitas pessoas criem limitações sobre o que pode ou está por vir por causa de coisas que já aconteceram. 

A terceira lei, que trata da linguagem, é baseada no conceito de que existem duas maneiras distintas de usar linguagem. A primeira forma é a Descritiva – usar a linguagem para representar as coisas como elas são ou já foram. A segunda forma é a Generativa, ou linguagem baseada no futuro. Essa linguagem não descreve como uma situação ocorre. Ela transforma como aquilo ocorre. A linguagem Generativa tem o poder de criar novos futuros e visões, reescrevendo o que a linguagem Descritiva já escreveu sobre o futuro. 

No livro, os autores abordam também os Três Corolários da Liderança:

1) O primeiro é: “Os líderes têm voz e dizem aos outros como as situações ocorrem.” Ou seja, um líder deve ajudar a criar o futuro, inspirando os outros a visualizarem o que está por vir. 

2) O segundo é: “Líderes dominam o ambiente de conversação”. As empresas vem ser vistas como grandes redes de conversas. E as conversam produzem inovações. 

3) O terceiro corolário é: “Líderes escutam o futuro de sua organização”. Um líder deve buscar que todos falem a linguagem do futuro e deve perceber o que está por vir, liderando aqueles que estão com ele. Contudo, é errado dizer que um líder escreve o futuro da empresa sozinho. Ao invés disso, o papel da liderança é abrir espaço para que esse futuro seja construído pelo seu time. 

A liderança tem um papel fundamental na forma como as empresas enxergam, se preparam e navegam pelo futuro. O passado jamais pode se tornar um limitador para a trajetória que está por vir.

O Rock in Rio e as Leis do Desempenho 

Para o Rock in Rio, isso significa diversas coisas. A primeira delas é não deixar que o sucesso passado ou atual faça com que a empresa e as pessoas se acomodem. Todos dentro da organização devem sempre pensar em como melhorar os processos já existentes e quais outras frentes de negócios a empresa deve olhar com atenção para que consiga se tornar cada vez mais relevante e entregar cada vez mais experiências memoráveis para marcas e pessoas. 

Essas três bibliografias foram escolhidas como a base para o Rock in Rio Academy 2019, um Live Case resultado de uma parceria entre Rock in Rio e HSM. A ideia do Academy é que os participantes aprendam com os próprios fundadores e executivos do Rock in Rio os segredos, métodos e estratégias por trás do sucesso e do dia-a-dia da empresa. 

O livro Platform Revolution é a base para o modelo de negócio do RiR, totalmente centrado na experiência do usuário. 

O livro Tribal Leadership é a sustentação do modelo de liderança e propósito que fazem com que o Rock in Rio prospere cada vez mais. 

Por fim, o livro As Três Leis do Desempenho é a base para a construção do futuro da empresa, por meio de equipes de alta performance.

Rock in Rio Academy 2019

👉 Você já se perguntou como pode utilizar o modelo de negócio de plataforma e foco no usuário no seu negócio?

👉 Você já se perguntou como um modelo de liderança e propósito pode mudar a sua empresa?

👉 Você já se perguntou como conseguir que sua equipe atinja a alta performance?

O Rock in Rio Academy 2019 responderá a essas e várias outras perguntas. 

Como um negócio que começou como um festival de música, há 34 anos, se tornou uma das marcas mais poderosas do Brasil e uma das maiores plataformas de experiências do mundo?

O Rock in Rio Academy 2019 será um Live Case com os fundadores e principais executivos de um dos maiores cases de negócios das últimas décadas. 

O evento marcará também o lançamento do livro Rock in Rio: A Arte de Sonhar e Fazer Acontecer, escrito por Allan Costa e Arthur Igreja, dois dos A’s do AAA Inovação, junto com um bate-papo com o próprio fundador do evento, Roberto Medina. 

E aí, pronto para aprender com eles?

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