A WeWork é uma das startups mais valiosas do mundo e hoje, também uma das mais polêmicas.
Traçamos um histórico da ascensão (e da queda) da empresa e o que pode acontecer daqui pra frente.
2010: A Fundação da WeWork
A WeWork foi fundada em 2010, por Adam Neumann e Miguel McKelvey, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. No ano de 2008, os dois já haviam fundado a GreenDesk, um “espaço de coworking sustentável” que foi vendido por ambos em 2010, resultando na fundação da WeWork. De início, venderam 33% da empresa para Joel Schreiber, por US$15 milhões.
A empresa nasceu com uma premissa simples: Alugar espaços vazios de escritórios para que outras empresas pudessem utilizá-los.
2011: Levantando capital semente
Em Outubro de 2011, a empresa levantou US$1 milhão de investimento em uma rodada liderada pela DAG Ventures.
2012: $ 17 milhões de dólares em investimento
Em Julho de 2012, a empresa levantou US$17 milhões de investidores não revelados. Isso fez com que o valor de mercado da WeWork subisse para US$97 milhões.
2013: WeWork alcança quase meio bilhão de dólares em valor de mercado
Em Maio de 2013, a empresa levantou mais 40 milhões de dólares em investimento, novamente de investidores não revelados. Essa nova rodada fez com que a empresa chegasse a uma valuation de 440 milhões de dólares.
2014: O novo unicórnio
Em Fevereiro de 2014 a companhia levantou mais 150 milhões de dólares em investimento, com uma rodada liderada por empresas como JP Morgan Chase e Benchmark Capital. Isso fez com que a empresa passasse a ser avaliada em 1.49 bilhão de dólares, tornando-se assim um unicórnio (startups com valor de mercado superior a $ 1 bilhão).
2014: WeWork triplica seu valor de mercado em apenas 8 meses
Ainda em Outubro de 2014 a WeWork recebeu mais 355 milhões de dólares em investimento, o que fez com que seu valor de mercado saltasse para 5 bilhões. Um crescimento de 3,3x em apenas 8 meses.
2015: WeWork se torna uma Decacorn
Em Junho de 2015, a WeWork tornou-se uma Decacorn, ou seja, uma startup que vale pelo menos 10 bilhões de dólares. O valor veio após um investimento de 434 milhões de dólares liderado pela Fidelity.
2016: Mais 6 bilhões de dólares… Em 16 meses
A WeWork ganhou mais US$6 bilhões em valor de mercado em apenas 16 meses. Em Outubro de 2016, a empresa atingiu 16,9 bilhões em valor de mercado, após uma rodada de investimentos de US$690 milhões.
2017: Quase 2 bilhões de dólares… Em investimento
Em Agosto de 2017 o SoftBank, de Masayoshi Son, liderou uma rodada de investimento de 1,9 bilhão de dólares, o que levou a empresa para uma valuation de 21,2 bilhões de dólares.
2019: WeWork + SoftBank
Em janeiro de 2019 o SoftBank, umas das maiores empresas do mundo, investiu mais 5 bilhões de dólares na empresa, aumentando a aposta de Masayoshi Son na gigante do coworking. Isso fez com que a WeWork fosse avaliada em US$47 bilhões, se tornando a quarta startup mais valiosa do mundo naquela época. Também em janeiro a empresa mudou oficialmente de nome: passou de WeWork para The We Company, fazendo com que o nome original virasse apenas uma de suas marcas.
2019: Preparação para o IPO
Em Julho, os rumores sobre um possível IPO da empresa eram cada vez maiores. O banco Morgan Stanley chegou a declarar que um possível IPO da WeWork faria com que a empresa fosse avaliada em 104 bilhões de dólares.
2019: A queda do unicórnio
Contudo, de setembro para outubro tudo despencou. Os prejuízos bilionários da empresa e as práticas não muito éticas de seu CEO Adam Neumann fizeram com que o IPO tivesse que ser adiado. Pior: hoje, especialistas dizem que, mesmo com o IPO, o valor de mercado da WeWork seria algo entre 10 e 12 bilhões de dólares, mesmo valor de 2015.
Toda a polêmica e notícias sobre a WeWork começaram quando diversas histórias envolvendo Adam começaram a aparecer, resultando na grande queda:
Além disso, foi exposto que o CEO tinha laços financeiros com vários dos prédios da WeWork, o que evidenciava um claro conflito de interesses. Também foi a público que a esposa de Neumann, Rebekah era uma das três pessoas que poderia indicar um CEO, se o marido tivesse que se afastar do cargo. Adam Neumann também era famoso por demitir funcionários e, logo depois, organizar grandes festas com muita tequila como uma forma de compensação.
Diante disso tudo, algumas informações levam a crer que até mesmo Masayoshi Son, o chefão do SoftBank, queria que Adam deixasse o cargo de CEO, o que acabou acontecendo em 24 de setembro.
Hoje, os relatos são de que os investidores e interessados no IPO estão pressionando a empresa para que ela diminua em 1/3 o seu número de colaboradores no mundo inteiro. Além disso, a empresa deve se livrar de apostas feitas por Adam, como uma escola privada fundada por ele e uma rede de academias chamada Rise.
É impossível prever o futuro da We Company (empresa-mãe da WeWork), mas uma coisa é certa: Masayoshi Son não deve estar nada satisfeito com seu pupilo Adam Neumann.
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