Uber demitiu 1% de colaboradores e afirmou não utilizar motoristas no aplicativo

Em meio a acordos fechados e lançamentos de novos produtos, a Uber passa por um momento de muitas mudanças, positivas e negativas.

Apesar de ter anunciado recentemente o lançamento de novos serviços como o Uber Work, que conecta restaurantes e trabalhadores autônomos, Uber Pets, modalidade de transporte que permite animais de estimação e ainda, uma parceria com o Banco Inter, a empresa responsável pelo maior aplicativo de transporte do mundo, passa por uma reestruturação de equipe, resultando na demissão de 1.185 funcionários de vários setores.

Além disso, a empresa tem passado por processos judiciais envolvendo o governo americano e a polêmica da relação da Uber como empregadora de motoristas do aplicativo. Entenda mais sobre esse momento de adaptação da empresa.

Uber finaliza processo de demissão de 1% de seus funcionários

Empresa de aplicativos, Uber, precisou demitir vários funcionários de setores diferentes, em busca de equilíbrio de performance.

Após uma sequência de demissão em massa, a Uber concluiu a terceira etapa que resultou na demissão de mais de mil funcionários de Marketing, Produto, Engenharia, Performance, Tecnologias Avançadas e funcionários focados apenas no serviço Uber Eats.

Segundo o e-mail encontrado pelo TechCrunch, o CEO da empresa, Dara Khosrowshahi, informou sentir muito pelas novas demissões, explicando a necessidade de fazer o desligamento de vários colaboradores e informando que espera não ter que iniciar novo processo. Traduzimos o e-mail para que os leitores do AAA Inovação possam compreender mais o processo:

“Dias como hoje são complicados para todos nós. A ELT (Executive Leadership Team, equipe de liderança executiva) e eu faremos tudo que for possível para garantir que não teremos que viver mais dias assim em nosso futuro. Todos temos que fazer nossa parte ao estabelecer um novo formato de como trabalhamos: Identificando e eliminando funções duplicadas, estabelecendo grandes padrões de performance, oferecendo feedback direto e tomando atitudes quando as expectativas não são alcançadas, eliminando burocracias que tendem crescer proporcionalmente ao crescimento da empresa.”

Nessa última etapa, a Uber demitiu 350 funcionários, sendo que 70% dos envolvidos residem no Canadá e Estados Unidos, o restante faz parte de grupos da América Latina, Ásia e Europa. Parte dos motivos que fizeram empresa iniciar suas demissões, foi devido ao prejuízo de US$5 bilhões no Q2, resultando no pior momento de faturamento da Uber.

Em 2017, executivo disse que empresa não utilizava motoristas

Após passar por um de seus piores meses de prejuízo, a Uber precisou demitir mais de mil funcionários e lidar com o governo americano, na mesma semana.

No Brasil, a empresa escapou por pouco das dores de cabeça que está passando nos EUA, visto que em 4 de setembro de 2019, o STJ confirmou que motoristas de Uber não tem vínculo empregatício com o aplicativo. Dessa forma, motoristas bloqueados por má-conduta não podem recorrer aos direitos de auxílio financeiro ou pagamento de rescisão, porém, na América do Norte, a empresa não teve a mesma sorte: Foi encontrado um caso de 2017 que pode piorar ainda mais a situação da Uber.

De acordo com o Digital Trends, seguindo uma estratégia de posicionamento, em 2017 o executivo da Uber, Nicholas Valentino, afirmou que: “a empresa não utiliza motoristas, mas que oferece espaço de trabalho para fornecedores independentes de transporte de terceiros”. Argumento foi utilizado 16 vezes em um caso chamado “Jessicka Harris v. Uber”, onde uma ex-motorista quase perdeu a perna, após um acidente automobilístico durante uma corrida de Uber.

Em meio as polêmicas que dificultam a parceria da empresa com motoristas autônomos, o ressurgimento desse caso pode dificultar ainda mais os diálogos que impedem a efetivação do projeto de lei AB5, aprovado em Setembro de 2019, pelo governador Gavin Newsom.

O acordo concederá aos trabalhadores do aplicativo algumas das mesmas proteções e benefícios trabalhistas concedidos a funcionários regulares, incluindo assistência médica, licença materna e paterna, hora extra e salário-mínimo garantido, além da opção de sindicalização.

 

Dessa forma, a Uber se encontra contrária ao projeto de lei, porém com casos antigos aumentando as dificuldades de defesa, tanto no âmbito judicial, quando na opinião pública, através das divulgações da mídia norte-americana.

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