A eficácia da segurança pública e privada tem evoluído ao longo dos anos e pode ser comprovada através de números impactantes em volta do combate à criminalidade. São chamados assim, pois da mesma forma que apresentam uma grande melhoria, assustam na quantidade de casos registrados e pela frequência com que ocorrem todos os anos.
De acordo com o Monitor da Violência do G1, no primeiro semestre de 2019, por exemplo, houve uma queda de 22% no registro de mortes violentas em comparação ao mesmo período em 2018. Apesar de serem dados otimistas, a relação é comparada com um registro de 21.289 para o ano mais recente e 27.371 para o ano anterior. São números impactantes mas que mostram uma diminuição radical em ocorrências fatais.
O combate à criminalidade se mostra eficaz através dessas informações e da própria sensação de segurança da população de cada região, contudo, nenhuma dessas mudanças ocorreu da noite para o dia.
Quais medidas foram tomadas para combater à criminalidade no Brasil?
Para alcançar uma redução de 6 mil homicídios, foram necessárias inúmeras estratégias e mudanças de operações em penitenciárias, mas os maiores impactos vieram da integração de tecnologias e informações que puderam ajudar na prevenção do crime no Brasil.
Em estados como Acre, Ceará e Rio Grande do Norte, além da criação de secretarias exclusivas para a administração penitenciária, foram também fundadas delegacias voltadas para investigação de casos de homicídio, realizados investimento em inteligência policial e feita adoção de programas de prevenção social.
Vários outros estados brasileiros apresentaram inovações em busca de uma maior agilidade e eficácia nas atividades policiais.
Segundo notícia do site GaúchaZH, além de depoimentos à distância feito por juízes de São Paulo e grupos de WhatsApp compostos por moradores de Canoas e monitorados por guardas municipais, um dos principais estados que tem aplicado novas tecnologias no combate à criminalidade é Santa Catarina.
Na imagem acima, oficiais da Polícia Militar (PM) utilizam tablets e smartphones com acesso ao PM Mobile, aplicativo que está sendo testado pela Brigada Militar de Caxias do Sul e permite rápidas consultas de câmeras, placas de veículos, informações de pessoas físicas e relação de viaturas próximas, garantindo resposta de ocorrências pela metade do tempo.
Além da agilidade na tratativa de ocorrências, o novo sistema implementado em parceria com o Poder Judiciário e Ministério Público, também permite que seja feita a retirada de boletins de ocorrências em tempo real e inclusão de provas de crimes por meio de áudio e vídeo, oferecendo uma solução muito mais prática e empática para vítimas.
Apesar de várias iniciativas nacionais, outros países já possuem aplicações muito mais avançadas que buscam utilizar tecnologias no combate à criminalidade, como é o caso da polícia de Nova Iorque e suas inovações constantes.
Qual o cenário internacional do combate à criminalidade?
O canal de notícias ABC7NY divulgou em Abril de 2019 um vídeo que mostra o Departamento de Polícia de Nova Iorque, conhecido como NYPD, utilizando a tecnologia de Realidade Virtual para simular operações de resgate de reféns. Através desse método, é possível avaliar o treinamento e comportamento de oficiais da lei e também validar movimentos estratégicos adaptados para cada situação, criada à partir de cenários já vividos pela polícia.
De acordo com Jason Krause, Diretor Associado da Universidade Estadual de Louisiana, a aplicação estaria sendo testada inicialmente com treinamentos de uma semana para os policiais de Nova Iorque, para que depois pudesse ser expandida para todo país. Essa é apenas uma das formas que a tecnologia pode influenciar no combate à criminalidade.
A polícia norte-americana tem cada vez mais implantado sistemas de alta tecnologia, incluindo uma frota de drones para operações táticas, um canhão de som para melhor comunicação de alertas e veículos disfarçados de táxis que são supostamente carregados com equipamentos de vigilância de última geração.
Em vídeo exclusivo de Allan Costa para a plataforma do AAA Inovação, o Diretor de Inovação e Alianças na ISH Tecnologia e contou mais sobre as aplicações de tecnologias utilizadas pela NYPD, após visitar a sede principal da polícia de Nova Iorque, buscando entender como foi possível resolver o problema da criminalidade da cidade, através do uso intensivo de tecnologia:
Hoje, a cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, está vivendo um dos momentos mais seguros em décadas. A queda constante dos índices de violência nos últimos 25 anos, a taxa de homicídios menor em quase 70 anos, a redução de 50% do número de presos, entre outras evidências comprovam uma grande virada da segurança pública da cidade, e muitos afirmam que isso aconteceu pois a segurança pública se tornou uma ciência da prevenção à violência.
Além do apoio de diversas associações de moradores, a contratação de sem-tetos para limpeza e arborização, a proximidade de policiais com as comunidades, também existiu uma conscientização de toda a população sobre o trabalho da polícia.
Quais os próximos passos? Quais as prioridades?
Com a chegada de novas tecnologias como Deepfake, Big Data, IoC, Blockchain, Inteligência Artificial e a popularização de serviços e aplicativos baseados em informações, surgem também novas preocupações com o combate à criminalidade. A própria nova resolução da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) é uma das iniciativas que busca trazer maior segurança cibernética para usuários.
Contudo, existem muitas outras etapas que precisam ser percorridas e é com base nessa nova fase da segurança que, em parceria com a Polícia Federal, a APCF está promovendo o 2º Fórum Nacional sobre Crimes Econômicos-Financeiros, um evento multidisciplinar que irá reunir especialistas, acadêmicos e autoridades nacionais e internacionais em 3 (três) dias de debates, em busca de um maior aprendizado sobre os impactos da criminalidade no ambiente físico e virtual.
Dos dias 23 à 25 de Março, o evento irá discutir temas em volta da macroeconomia, custos econômicos do crime e violência, principais inovações e tecnologias para o ambiente de prevenção e investigação e trazer reflexões sobre novas possibilidades de aplicação da criminalística na solução de casos que interessem à Justiça.
Uma das principais novidades da segunda edição, é a visita do Professor Thomas Sargent, ganhador do prêmio Nobel em Economia em 2011, atual professor na Universidade Nova York, além de já ter composto corpos docentes de Stanford, Princeton, Universidade da Pensilvânia e Singapore Management University.
O evento promoverá a troca de conhecimentos entre integrantes de instituições públicas e da iniciativa privada que se dedicam ao combate a lavagem de dinheiro e a corrupção utilizando técnicas científicas, com aplicação da tecnologia e fundamentação jurídica.
Saiba mais sobre o combate à criminalidade no Brasil, participando do 2º Fórum Nacional sobre Crimes Econômicos-Financeiros.