O SXSW é meu principal momento de aprendizado do ano, nele aprendo coisas novas e descubro tendências de mercado. Começa com uma conferência dedicada à Educação (SXSW EDU), que neste ano vai de 7 a 10 de março. Depois continua com a interatividade, tecnologia e criatividade do SXSW Interactive, Music e Film de 11 a 20 de março.
Estou acompanhando diretamente de Austin o SXSW e vou compartilhar os principais ensinamentos desse evento gigantesco. Abaixo segue um resumo das palestras que separei e consegui assistir do SXSW Interactive.
1º dia: SXSW Interactive 2022
Tendências, Futuro e Chatbots
Na palestra “Fjord Trends 2022 — Um guia de sobrevivência para 2022” Nick De La Mare (Fjord, Part Of Accenture Interactive) apresentou os destaques do relatório de tendências com 73 páginas. Vale a pena baixar o report e ler com calma, principalmente se você trabalha na criação de produtos e soluções para o meio corporativo.
Nick faz uma observação sobre o metaverso após compartilhar que o filho dele vive dentro do Roblox e do Minecraft. A pesquisa de produtos para o metaverso precisa focar em gerações mais novas que tem mais naturalidade com esses espaços.
Ele alerta sobre a importância dos valores corporativos, atualmente as empresas privadas tem mais credibilidade e são vistas como mais éticas do que governo, ONGs ou mídia. Isso representa uma expectativa do consumidor que se for frustrada pode trazer problemas para as marcas.
Inovação precisa ser separada do que é novidade. Não precisamos mais criar algo novo para inovar. Experiência e geração de valor podem ser drivers de inovação.
“Inovação tecnológica não é inovação de valor, precisamos gerar o valor que a tecnologia pode entregar” (Nick De La Mare).
Projetando (Designing) o futuro de tudo
Em seguida foi a vez de “Projetando (Designing) o futuro de tudo” com Mardis Bagley e Phnam Bagley da Nonfiction Design. Eles apresentaram diversos projetos interessantes, vou deixar alguns links aqui e falar um pouco mais de 2 deles:
- Brain Stimulator — Halo Sport 2 é um wearable neuroestimulante que aproveita a plasticidade do cérebro para melhorar o desempenho atlético.
- The School of Lifelong Learning — A escola combina práticas sustentáveis, desenvolvimento de inteligência emocional, exposição ao empreendedorismo e uma dose saudável de absurdo.
Trio: Eletricidade como Medicina — Esse device utiliza eletricidade para tratar tremor essencial, um distúrbio neurológico muitas vezes confundido com Parkinson.
Duas coisas geniais no design dessa solução:
- A embalagem pode ser facilmente aberta por quem tem tremor essencial;
- O relógio pode ser colocado com uma única mão.
Outro projeto fantástico que eles trabalharam com a Qwake é uma máscara para bombeiros que usa inteligência artificial para enxergar melhor no meio da fumaça e do fogo:
Em testes de campo a máscara reduziu o tempo para completar uma missão de 4,5 para 1,6 minutos! Três minutos a menos respirando fumaça pode ser o tempo para se salvar uma vida.
Conversas com coisas
Mais tarde assisti uma sessão de leitura do livro “Conversas com coisas” com as autoras Diana Deibel (Grand Studio) e Rebecca Evanhoe (Pratt Institute). Ambas trabalham com design conversacional ou design de conversas, que não é apenas sobre fazer chatbots, mas sobre como qualquer objeto digital (IoT) se comunica conosco, de torradeiras a carros.
A ideia do livro é ajudar quem está trabalhando com design de conversas a evitarem os erros que elas viram tanto em seus trabalhos quanto em suas pesquisas. Em cada capítulo elas mencionaram alguém que foi entrevistado sobre aquele tópico, o livro é de fato uma coletânea de muitos trabalhos além da já enorme experiência das duas.
O erro mais comum ainda é fazer chatbots centrados em tecnologias ao invés de pessoas. Gasta-se muito tempo escrevendo código e pouco tempo entendendo como as pessoas conversam. Ao definir a persona do chatbot os erros se acumulam, segundo as autoras idade e gênero não deveria ser o ponto de partida para uma personalidade.
Idade e gênero não são limitações do que uma pessoa pode fazer, apesar de que, mesmo um chatbot não tendo gênero, ele recebe uma atribuição do usuário, que decide que ele é homem ou mulher e passa a vê-lo dessa maneira. A questão racial e cultural é muito mais relevante para começar a definir uma personalidade, raça e cultura, ditam hábitos, tom de voz, sotaque, vocabulário e muitas outras coisas que são relevantes em uma conversa.
SXSW EDU: principais insights do maior festival de inovação do mundo
Outro ponto significativo é a relação do chatbot com seu interlocutor. É um amigo, um parente, um professor, o chefe, um assistente? Definir a relação entre a persona do chatbot e o usuário ajuda a definir o tom da conversa e o vocabulário, além de especificar se a conversa é formal ou informal. Muitas vezes o problema está no algoritmo de reconhecimento de voz, algumas pessoas não conseguem usar um dispositivo sem fazer code–switching.
- Code-switching: É quando um interlocutor alterna entre diferentes línguas, ou variedades linguísticas de um mesmo idioma. Por exemplo, uma pessoa negra imitar uma pessoa branca ou uma mulher imitar um homem. Isso acontece porque o dispositivo não contempla modelos de vozes que variam por gênero e raça.
Existem chatbots com vozes mais neutras gravados por pessoas não binárias, mas isso não resolve todos os problemas porque raramente os programadores se perguntam se, ainda que inconsciente, um viés ou preconceito foi embutido no código. Se questionar ainda é a melhor maneira de evitar esses problemas em um chatbot.
Ainda vai demorar muito para máquinas substituírem completamente humanos em conversas, mesmo combinando um monte de tecnologias. E quem diz que falta pouco tempo ou está mal informado ou otimista em excesso.
2º dia: SXSW Interactive 2022
Conquistando o espaço
O dia começou com uma palestra fantástica para os apaixonados pela corrida espacial. Em “Terra e Espaço: Vivendo nosso Futuro Interplanetário” Ariel Ekblaw do MIT contou sobre os avanços e pesquisas sendo feitas para explorarmos o espaço.
Ela começa comentando sobre a nova corrida que envolve investimento privado no turismo espacial, aliás escrevi sobre esses voos “turísticos” ano passado aqui. O que eu não sabia é que, além da ISS (estação espacial internacional) e da Tiangong (chinesa) já existem 3 estações espaciais comerciais em desenvolvimento pelas empresas: Axiom Space, Nanoracks e Blue Origin.
Enquanto isso, a NASA está planejando um novo programa para retornar à Lua chamado Artemis. Desde 1972 ninguém pisa em nosso satélite natural, as últimas missões fizeram parte do programa Apollo (deus do Sol), nada mais justo que as novas missões se chamem Artemis (deusa da Lua).
Uma das ideias do programa Artemis é montar uma base na Lua para, a partir de lá, explorar Marte com voos tripulados. Ainda existem muitos desafios, mas Ariel acredita que por volta de 2029~2030 devemos ter uma missão para Marte.
Atualmente existem mais de 40 projetos sobre espaço no MIT, um deles é o TESSERAE. Esse projeto consiste de placas que no espaço se atraem por magnetismo e formam estruturas que podem ser habitadas por humanos.
Por enquanto os protótipos ainda não estão sendo feitos em escala humana, mas já estão se unindo sozinhos. A ideia é substituir o trabalho arriscado de astronautas ao construir estruturas no espaço como estações espaciais. Esse e outros projetos do MIT podem ser encontrados no livro “Into the Anthropocosmos“.
Curiosidade: chegaram a criar até um instrumento que só pode ser tocado no espaço, pois requer gravidade zero. Graças ao MIT, ao invés de sobreviver no espaço, a humanidade vai começar a prosperar no espaço.
Alienação de Marte: Desafios da Colonização Espacial“
Em seguida foi a vez do painel “Alienação de Marte: Desafios da Colonização Espacial“. Participaram Brooke Grindlinger (New York Academy of Sciences), Erika Nesvold (Justspace Alliance), Eliah Overbey (Weill Cornell Medicine) e Charity Phillips-Lander (Southwest Research Institute). Elas discutiram os desafios e problemas relacionados à exploração do nosso planeta vizinho.
Além dos desafios científicos temos as questões éticas, explorar um outro planeta pode requerer esforços que nunca foram considerados e podem ser prejudiciais. Um dos maiores problemas é a radiação, é preciso blindar a espaçonave e os abrigos em Marte para sobrevivermos. Existem cientistas que estão pesquisando possíveis mudanças genéticas que nos ajudariam a enfrentar a radiação, mas é seguro modificar o DNA de alguém nesse sentido?
E mesmo se o astronauta aceitar, esse tipo de alteração pode passar para uma próxima geração que não consentiu em ter o seu DNA editado. Ainda não existem muitos estudos sobre o efeito da gravidade zero a longo prazo. A viagem para Marte pelo caminho mais curto dura 6 meses, só ida e volta já completam 1 ano. O mais longo estudo sobre permanência no espaço foi de 1 ano, porém com uma única pessoa.
Scott Kelly passou um ano na Estação Espacial Internacional. Seu irmão gêmeo, Mark, ficou na Terra. Discutiu-se também sobre as restrições para ser astronauta, se vamos colonizar outro planeta os colonizadores precisam passar pelos mesmos testes? Quem teria direito de migrar para outro planeta? Que direitos essas pessoas teriam por chegar primeiro?
Apesar de tantas incertezas a NASA tem um ano como meta para viajar a Marte: 2035. Vale destacar que essa janela de 6 meses acontece a cada 2 anos. Também discutiu-se sobre o risco de contaminação caso encontremos vida microscópica em Marte que seja nociva de alguma maneira.
Por outro lado discutiu-se se teríamos direito de mudar o planeta da forma como bem entendemos. A maior polêmica fica por conta da reprodução. Se queremos ter uma colônia em Marte, vamos precisar nos reproduzir. Como fazer esse tipo de experiência? Duas pessoas consentem em gerar vida em Marte? Isso não seria experiência com grávidas e fetos, ambas proibidas atualmente?
Outro ponto ético discutido foi a questão do lucro com a exploração espacial. Apesar de temer as consequências de uma exploração comercial, as participantes do painel reconhecem que lucro pode ser necessário para a sustentabilidade de futuras missões interplanetárias. Existe uma corrida espacial, mas ainda existe muito para acontecer nos próximos 13 anos para que a humanidade esteja unida e alinhada nessa missão.
3º dia: SXSW Interactive 2022
Arquitetura, SpaceTech e Saúde
Aproveitar a luz do dia tem tudo a ver com a primeira palestra de hoje “Realidades do projeto de construção regenerativa“. Colin Rohlfing e Anosha Zanjani da HDR Inc mostraram como o design precisa deixar de apenas compensar carbono ou zerar, mas ser carbono positivo.
O aumento da emissão de carbono já fez subir a temperatura média do planeta em 1º C nos últimos 50 anos. Isso tem aumentado os incêndios e também as chuvas, provocando inundações. Segundo as pesquisas sobre aquecimento global já passamos de um ponto de inflexão e teremos de conviver com algumas das mudanças climáticas de forma permanente. E estamos a 9 anos (2031) de um novo ponto de inflexão onde as mudanças serão ainda mais catastróficas.
Também foi falado sobre o impacto dessas mudanças na saúde mental. A Covid nos mostrou que as tragédias naturais (a pandemia é um exemplo de tragédia natural que estamos enfrentando) nos trazem sérias consequências psicológicas. Uma pesquisa mostra que 41% das pessoas tiveram problemas relacionados à saúde mental.
Se começarmos a criar espaços sustentáveis podemos reverter essa tendência. Mas o que um projeto carbono positivo e mentalmente saudável deve considerar?
- Otimizar a luz do dia: isso não apenas economiza energia para iluminação como também economiza energia com o aquecimento. Do lado humano, a luz natural ajuda a regular nosso sono e o sol nos faz sentir melhores do que aquecimento artificial.
- Eletricidade: Não usar combustíveis reduz a emissão de poluentes que geram problemas respiratórios e até do coração (as partículas de poluição são tão pequenas que entram na corrente sanguínea através do pulmão). Num projeto sustentável até a cozinha deve ser elétrica para não utilizar gás.
- Integrado com a natureza: Áreas verdes recuperam carbono e nos trazem uma sensação de bem estar.
- Cuidado com os sentidos: O local não deve superestimular os sentidos, considerando proteção anti-ruído, evitar poluição visual e materiais agradáveis ao toque. O objetivo é um design homeostático, voltado para o equilíbrio do organismo.
Esses tipos de gastos podem sim tornar a construção mais cara, porém há uma economia nos gastos de energia além da saúde física e mental dos ocupantes. Quando considera o custo de longo prazo, o investimento no design regenerativo definitivamente se paga.
Spacetech: a Próxima Fronteira
Em seguida foi para Spacetech: a Próxima Fronteira onde Chris Kemp (Astra) e Robbie Schingler (Planet Labs PBC) responderam perguntas sobre esse novo tipo de empresas como EdTech, HealTech ou FinTech.
Estamos no momento onde existem muitas empresas e investimento nesse mercado. Diversas companhias estão desenvolvendo câmeras, sensores, satélites, motores e isso está gerando um efeito similar a miniaturização dos computadores e telefones. Veremos mais espaçonaves e satélites menores e mais eficientes.
As SpaceTech são empresas que estão construindo a infraestrutura espacial. Isso inclui quem fabrica os foguetes, quem fabrica os satélites, quem lança os foguetes e coloca satélites em órbita e quem entrega serviços através dessa infraestrutura. Em breve serão as empresas que vão entregar encomendas nas estações espaciais, na Lua ou até em Marte.
Mencionaram um exemplo da importância dessa infraestrutura citando o que está acontecendo na guerra da Rússia vs Ucrânia. Russos derrubaram toda a infraestrutura terrestre mas a Starlink (rede de satélites que fornecem internet, uma empresa do Elon Musk) continuou funcionando.
E já vemos impactos dessa tecnologia aqui na terra, com a miniaturização dos telefones via satélite em breve podemos ter essa tecnologia em nossos smartphones. Imagine todo mundo carregando no bolso um dispositivo com capacidade de acessar satélites e se comunicar globalmente?
Outra possibilidade de futuro é a entrega de mercadorias através de voos suborbitais onde em poucas horas é possível levar um item para qualquer lugar do planeta. São ótimos exemplos que explicam porque as SpaceTech são a próxima fronteira a serem exploradas.
Experiência de saúde: coloque os designers no comando
Na palestra “A experiência de saúde: coloque os designers no comando”, Noah Waxman da Cactus apresentou um universo de possibilidades para melhorar a área médica do ponto de vista do design.
Ele começou apresentando o Lab100, um projeto que apresenta o futuro do atendimento ao paciente. O projeto é de 2017 e 5 anos depois o Lab100 ainda é futurístico. Porquê? Porque faltam designers trabalhando com a área de saúde!
Atualmente é como se estivéssemos no MSDOS (antiga interface de texto dos computadores) do design hospitalar. Muito pode ser feito para melhorar a vida dos pacientes e profissionais de saúde. Uma das coisas que designers conseguem fazer é estimular pessoas a novos hábitos.
De acordo com o CDC (Centro de Controle de Doenças) a redução de 3 hábitos: tabagismo, má alimentação e sedentarismo; reduziria drasticamente doenças do coração, diabetes e alguns tipos de câncer.
Existe muito espaço para melhoria na saúde: hospitais, APIs, testes, softwares, sensores biométricos e dados. Todos esses espaços poderiam ter designers trabalhando com profissionais de saúde, profissionais de tecnologia e empreendedores de todo tipo.
Um dos pontos básicos que faltam hoje em dia é um tipo de sistema que permita aos diferentes especialistas médicos conversarem sobre um paciente. O fisioterapeuta conversar com o ortopedista, a nutricionista com a cardiologista, o terapeuta com o psiquiatra. Essa conversa poderia ser através de um app onde ambos os profissionais de saúde compartilham dados e o paciente teria acesso a todo o seu histórico.
Ele termina com 5 provocações para a área de saúde:
- Médicos poderiam ser melhores contadores de histórias e ajudar os pacientes a absorver toda a informação dos seus tratamentos.
- Profissionais de saúde poderiam colaborar mais entre si e com o paciente.
- Nivelar o conhecimento entre médicos e pacientes sobre saúde e tecnologia.
- Construir melhores processos de feedback entre médico-paciente.
- Permitir que os médicos sintam um pouco mais o que se passa com o paciente.
4º dia: SXSW Interactive 2022
Inteligência Artificial e Conversação
O dia começou com o painel “Um novo teste de Turing: a IA pode encontrar um coelho desaparecido?“. Alex Castrounis (Why of AI e Northwestern University), Casey Hudetz (DocuSign) e Pamela Pavliscak (Pratt Institute) discutiram se a Inteligência Artificial consegue interpretar o texto do livro “I Want My Hat Back” de Jon Klassen.
É um livro infantil, onde um urso perde seu chapéu e fala com vários animais até perceber que o coelho pegou o chapéu e então, ele come o pobre bichinho. Por se tratar de um livro infantil não é explícito que o urso comeu o animalzinho e essa é a grande questão do painel. Uma Inteligência Artificial consegue decifrar o que aconteceu com o coelho?
A resposta depende de como você encara o desafio. Se você espera que a Inteligência Artificial entenda os desenhos, que animal fala cada frase, quais emoções os animais estão sentindo e então responda o que aconteceu com o coelho, a resposta é não. Esse é um desafio mundial proposto para milhares de cientistas e ainda não resolvido.
Os animais do livro não são reconhecidos por Inteligência Artificial em função do seu desenho caricato. Os modelos de IA existentes funcionam bem para identificar animais reais, não desenhos. As falas ao lado de cada imagem não possuem indicação de quem fala, mas como sabemos que é o urso que perdeu o chapéu e as cores são diferentes nós humanos conseguimos fazer essa associação.
Existem IA treinadas para identificar emoções, mas os modelos dessas IAs funcionam em pessoas e rostos humanos. No livro nós humanos conseguimos identificar algumas emoções nos animais pelo olhar (eles não têm boca) e pelo conteúdo do texto.
Porém, se você descrever todas as imagens e colocar os autores em cada frase existe uma IA, chamada GPT-3 que consegue entender que o urso comeu o coelho. Vale destacar que o GPT-3 possui 175 bilhões de parâmetros de aprendizado de máquina e tenta simular conversas normais quando questionado. Existe a possibilidade da IA ter “chutado” que o coelho foi comido ao invés de “analisado” o problema com profundidade.
De qualquer forma gostei de entender no painel que a IA só resolveu o problema quando convertido em texto. IAs continuam resolvendo apenas problemas bem específicos para os quais elas foram treinadas. Quando é preciso mesclar diferentes modelos em uma análise elas ainda estão longe de funcionar como os humanos.
Como as pessoas falam e o que isso significa para a tecnologia
Mais tarde foi a vez do painel “Como as pessoas falam e o que isso significa para a tecnologia” onde Jonathan Bloom e Tanya Kraljic do Google.
Quando as pessoas falam com um assistente de voz do Google, em 7% das vezes elas tocam o aparelho, em 29% elas fazem gestos com as mãos e em 86% das vezes fazem contato visual. Esse foi um estudo do próprio Google onde câmeras foram colocadas em algumas casas (com consentimento das pessoas) para estudar a interação com o assistente de voz.
Eles explicaram ao longo do painel como estudam gestos, integração social e até pausas nas conversas para melhorar os produtos Google. E também, falaram do Project Relate, onde pessoas com dificuldade de fala podem usar um app para serem melhor compreendidas.
Contaram também de como as expressões são importantes na fala. Por conta disso, algumas pessoas usam outro produto do Google, o Live Transcribe, próximo ao rosto para verem o que elas falam ao mesmo tempo que a transcrição ocorre.
Como o feedback visual é crucial, o assistente do Google pisca algumas luzes conforme se comunica com as pessoas. Eles também citaram o Jibo, um robô assistente, como um bom exemplo de interface com interação social.
Entendendo como nos comunicamos é possível usar tecnologias existentes de maneiras mais inteligentes e avançadas.