Sobre nossa relação com o trabalho (e como ela está se transformando)

Nossa relação com o trabalho

O jovem empresário Taylor Pearson escreveu um livro intitulado The End of Jobs (O fim dos empregos). Nele, o autor usa sua experiência pessoal para argumentar que, atualmente, o trabalho autônomo oferece mais segurança e possibilidades do que uma carreira tradicional.

Como a maioria dos recém-formados, Taylor se sentia apreensivo quanto à sua colocação no mercado de trabalho. Nesse contexto, atuou como produtor de conteúdo e reparou que a atuação profissional não estava mais tão restrita geograficamente.

Com base no que vivenciou, Taylor lançou o livro abordando o paradoxal cenário que o mundo do trabalho impõe, suas incertezas e oportunidades. Atualmente, Taylor palestra em empresas e universidades analisando conjecturas do panorama profissional e dando dicas sobre como construir uma carreira ou um empreendimento sólido no século XXI.

Se você analisar as gerações que te precederam, provavelmente vai se dar conta de que seus bisavós exerceram um trabalho mais exaustivo, fisicamente falando. Linearmente, os seus avós ocuparam uma posição diferente no mercado, pois colheram os frutos amadurecidos da Revolução Industrial, marcado por tarefas rotineiras e mecânicas, com foco na produção em larga escala.

A mudança da relação do indivíduo com o trabalho pode ser notada também no âmbito doméstico. Se continuarmos a linha do tempo até a geração atual, você vai notar que os seus pais tiveram uma quantidade mais numerosa de irmãos do que você. Isso porque, com o ingresso da mulher do mercado de trabalho, iniciou-se a cultura do planejamento familiar. Dessa forma, o fato de se conseguir um bom emprego para aumentar a renda passou a ser uma prioridade em relação à urgência de ter filhos.

As relações de trabalho hoje: uma nova configuração

Se os seus pais vieram de uma família minimamente favorecida, do ponto de vista econômico, certamente foram incentivados a construir um patrimônio intelectual a partir da formação acadêmica. Uma vez graduado, a chance de ser bem-sucedido na profissão, com estabilidade e bons salários, era – quase sempre – garantida.

Observe como isso mudou.

Hoje em dia, ter um diploma não é mais uma condição determinante para o sucesso de seu futuro profissional. Ser graduado não significa necessariamente você vai ser tão bem remunerado quanto gostaria. Tampouco é garantia de que você conseguirá um emprego dentro da sua área de atuação.

Essa configuração contemporânea sofre influências do mundo informatizado. Já parou para pensar que a maior empresa de hospedagem da atualidade não tem um único quarto de hotel? Hoje, o capital deriva mais da tecnologia agregada à inteligência do que da produção. 

A internet modificou não só nossas relações sociais, mas também nossas relações com o emprego. A possibilidade de estarmos conectados por wi-fi ou 4G alongou as jornadas de trabalho. Atualmente, parte expressiva dos empregos envolve softwares online ou redes sociais. Dessa forma, o expediente, que antes se encerrava em horário pré-estabelecido, agora acompanha o colaborador até o lar e consome boa parte do seu tempo livre.

Antigamente, os trabalhos eram mais “braçais”, o que implicava em cansaço físico. Contudo, não havia muito stress, uma vez que as preocupações eram outras. Hoje, o trabalho exige pouco esforço físico, mas as doenças mentais, principalmente as que se relacionam com o trabalho, como o Burnout, se alastram como epidemia.

Considerando a expectativa de vida média do brasileiro, e o tempo de contribuição para gozar da aposentadoria, passamos em torno de três quintos da vida trabalhando. Portanto, é muito importante identificar a mínima aptidão ao que você se propõe a fazer.

Se descobrir o que te move e se desenvolver tecnicamente dentro desse ideal, você não vai, a cada semana esperar, ansiosamente pela sexta feira. O trabalho será prazeroso e a percepção positiva tende a impactar sua produtividade de forma favorável.

Assim, seu reconhecimento será a consequência de um trabalho que se destaca.

Quais as expectativas para o futuro do trabalho?

As gerações mais novas estão ingressando no mercado com as ferramentas mais modernas a seu dispor e, por isso, carregam a expectativa de encontrar uma empresa cujo perfil dispense tantas burocracias e formalidades. Enfim, um local em que seja possível trabalhar de forma inovadora e menos tradicional.

Nessa toada, o conceito de startups tem ganhado adesão no mundo corporativo. O mercado está percebendo o quanto tem a ganhar com a motivação dos colaboradores e o quanto um ambiente descontraído pode ajudar a estimular a criatividade, o reconhecimento e, principalmente, o rendimento de uma equipe.

A possibilidade do home office também tem sido uma tendência cada vez maior nas empresas. A prática proporciona mais qualidade de vida ao funcionário e pode ser percebida com um faturamento maior, decorrente do aumento da produtividade.

Para o empregador, representa uma alternativa para reduzir despesas de transporte, além dos gastos fixos decorrentes do custo imobiliário, já que uma empresa com menos funcionários dispensa ampla estrutura física.

É indiscutível: a internet transformou o modelo e as relações de trabalho. 

Seja para se comunicar com os amigos ou desenvolver novas habilidades para o mercado, como marketing digital ou tecnologias inovadoras, é indiscutível que a internet transformou o modelo e as relações de trabalho.

Essa realidade tem mais prós do que contras e indica um futuro de maior flexibilidade do cumprimento da jornada de trabalho. Além, claro, de estimular o empreendedorismo e abrir portas para oportunidades internacionais, já que as delimitações geográficas não são mais uma barreira.

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