No decorrer da trajetória do empreendedorismo brasileiro, grandes referências não faltam para inspirar quem quer começar ou expandir o seu negócio. Como o case de sucesso da Ri Happy: maior rede varejista de brinquedos do Brasil, contando com mais de 358 lojas espalhadas por todo país.
O segredo por trás de tamanha revolução no mercado infantil foi reforçar o propósito da marca em estimular o brincar, se divertir e confraternizar. Assim, a empresa deixou de oferecer o comércio de autosserviço para se tornar especializada na prestação de serviços que atendam às necessidades e desejos do seu consumidor.
E para tal, nada menos do que humanizar suas interações ao entregar experiências lúdicas e de valor, além, é claro, da seleção de alta performance e de capacitar seu time para um atendimento personalizado. Uma baita visão inovadora, concorda?
Ficou com vontade de conhecer sobre o começo da história da Ri Happy, suas principais mudanças e lições para você atuar em seu próprio projeto? Então, continue a leitura até o final!
História da Ri Happy
A Ri Happy iniciou sua história em 1988, quando o pediatra Ricardo Sayon, sua esposa Juanita Sayon e o administrador amigo do casal, Roberto Saba, se uniram para compartilhar um sonho em comum: empreender. Isso só foi possível graças à venda de um antigo imóvel que Ricardo possuía, onde o capital dessa venda teve direcionamento exclusivo para a abertura do negócio.
A escolha do nome da marca surgiu de uma brincadeira de Juanita em juntar a primeira sílaba de Ricardo (“Ri”) à palavra em inglês (“Happy”), que traduzida significa feliz. Mas nem tudo no empreendimento começou em só felicidade!
Inicialmente e até a abertura da quarta loja, a empresa estava tendo resultados negativos, e os sócios chegaram à conclusão que o melhor seria fechar as portas e encerrar todas as atividades. Porém, na tentativa de devolver os brinquedos para a Estrela, maior fabricante do nicho na época, foram informados pelo diretor de que isso não seria possível.
E como há males que vêm para o bem, essa suposta negativa serviu como motivação para Ricardo Sayon rever seus erros anteriores e dar um destino diferente do que o fechamento para a Ri Happy. Assim, decidiram inovar em novos posicionamento varejista e cultura corporativa, tornando-se ponto de partida de uma jornada que iria transformar não só o nicho de brinquedos, mas a vida de milhões de crianças ao longo das décadas.
Principais mudanças da Ri Happy
O grande pulo do gato que acabamos de notar na história da Ri Happy é saber quando e como redirecionar o caminho de uma empresa. Exatamente como fez Ricardo Sayon, observando a demanda por transformações no modelo de negócios: trabalhou duro e se dedicou para que sua empresa se potencializasse no mercado de produtos infantis. Confira abaixo as principais mudanças realizadas pela Ri Happy:
Lojas tematizadas
A partir da década de 1990, a Ri Happy passou a contar com lojas tematizadas, desenvolvidas com ludicidade e interatividade. E para criar identidade com o público-alvo, as paredes foram pintadas de amarelo e vermelho, porque essas são as primeiras cores que as crianças reconhecem e se conectam. Além dos funcionários serem treinados para entenderem melhor o universo criativo infantil e oferecer o brinquedo certo na fase certa de cada criança.
Hoje em dia, a Ri Happy investe na interação entre a criança e o brinquedo dentro das próprias lojas, onde podem se divertir à vontade com os produtos, sendo orientadas por monitores. A intenção é transformá-las em lugares voltados ao entretenimento e lazer, que também vendem brinquedos, inspirando, através da experimentação, as compras.
E-commerce infantil
Ricardo Sayon foi um dos pioneiros a lançar uma loja online Ri Happy, em 1997, para a venda de brinquedos e artigos infantis pela internet. Em 2012, The Carlyle Group, gestor global de investimentos alternativos, comprou a Ri Happy e a PBKIDS, criando assim o Grupo Ri Happy. Sayon se desligou da empresa em 2014, mas nesse ínterim, exerceu o papel de conselheiro.
Diante disso, o site de vendas passou por muitos desafios e reformulações, essencialmente durante a crise do coronavírus, já que, com as crianças mais tempo em casa, as famílias passaram a demandar mais brinquedos.
Mascote Solzinho
Logo na sequência de colocar seu e-commerce em operação, Ricardo investiu em uma ideia que fez todo sentido para a construção da imagem da marca, a “Revista do Solzinho”. Tanto a revista quanto o site ajudaram a estabelecer um meio de comunicação mais próximo entre a Ri Happy e os consumidores, seja com uma historinha, aventuras, ou anúncios de lançamentos de produtos.
Lembrando aqui que o mascote Solzinho, criado por ninguém menos que Maurício de Souza, o pai da Turma da Mônica, continua reinando no design da Ri Happy.
Só que atualmente, ganhou uma mudança no visual e linguagem, para acompanhar a evolução da marca, da sociedade e dos novos hábitos das crianças. Mais estiloso e com aparência digital, o personagem está presente em todos os pontos de contato da Ri Happy, incluindo canais como Tik Tok e Youtube.
TV Ri Happy
Como uma nova aposta para construção de vínculos entre os funcionários e aumento das vendas, a empresa resolveu criar a TV Ri Happy, que foi ao ar no dia 4 de dezembro de 2006. O canal corporativo de comunicação da empresa teve um conteúdo que variava entre reuniões com a diretoria e o escritório central, campanhas motivacionais e treinamentos.
Já o canal comercial exibia, durante o expediente comercial diário, filmes, clipes musicais e propagandas de produtos e serviços, atingindo o consumidor em seu momento decisivo de compra. Em 2009, a TV Ri Happy estreou uma nova programação, assinada pelo canal Cartoon Network, com mais de 40 horas semanais de conteúdo exclusivo.
Expansão
Já com os resultados positivos gerados pelas primeiras mudanças, a Ri Happy expandiu seu número de lojas, adotou o sistema de franquias em 2009 e ampliou ainda mais sua liderança no setor.
Outra estratégia no radar é a expansão em lojas de rua: “cerca de 99% das operações estão em Shopping Centers, e o foco agora é levar a Ri Happy a ocupar espaços em bairros mais próximos à casa do cliente, atendendo ao novo cenário de trabalho híbrido”, afirma Kleber Leal, atual diretor de franquias do Grupo.
Vamos aprender com a Ri Happy?
Se é tão importante ter bem claro onde queremos chegar, o planejamento para alcançar esse objetivo deve ser bem direcionado. Como vimos, a Ri Happy conhecia muito a sua concorrência e entendia o que era preciso fazer para se destacar como a melhor prestadora de serviços em um mercado em que todos priorizavam o comércio.
E o que podemos aprender?
- Revolucionando ainda mais o mercado infantil, o Grupo decidiu que teria uma identidade com as crianças, e não mais com os pais.
- Para inovar sempre, criou revistas, campanhas, produtos de marca própria, preços competitivos, clubinhos e sites para venda dos seus brinquedos.
- Com esse contato direto com o público, conseguiu vencer a forte concorrência que tinha com os camelôs na época, por exemplo.
Sem dúvida, o case de sucesso da Ri Happy é uma grande referência a ser seguida por todos os empreendedores.
Com ele, aprendemos que o aperfeiçoamento diário, as inovações constantes, o respeito pelos que trabalham na equipe, e acima de tudo, o amor pelo que se faz, são primordiais para quem quer se evidenciar como empreendedor. Isso sim é a chave para driblar crises e construir uma carreira sólida e promissora, não é verdade?
E você, já conhecia essa história empreendedora da Ri Happy? Comente aqui com a gente!