Se em ambientes normais de temperatura e pressão já é difícil traçar perspectivas econômicas para o Brasil e o mundo, imagine no cenário atual. Para este desafio, este artigo contempla ao máximo o uso de elementos que tenderão a se manter ativos, nos dando uma visão mais orientada (e até certo ponto, fundamentada) do que poderemos esperar para 2021. Já que 2020 tivemos uma experiência diferente e foi um ano extremamente atípico, é inegável. Há quem diga que foi um ano perdido e para outros, um ano de muita oportunidade e crescimento. Sendo bem direto, 2021 será igualmente difícil para a maioria das pessoas e empresas. Continue lendo e entenda porque digo isso. A Velha Política Econômica Brasileira Para traçar as perspectivas econômicas para 2021, analise rapidamente o gráfico abaixo, que mostra em bilhões de R$, o histórico e as projeções para a: Geração de riqueza do PIB brasileiro; Nossa capacidade de gerar resultados (Resultado nominal = Arrecadação total – gastos públicos – gastos com juros da dívida); Dívida pública bruta (tudo o que o governo deve); As principais tendências e perspectivas econômicas para 2021 Fonte: Projeções Econômicas Itaú BBA / Elaboração: Leonardo Grisotto Em 2020, nosso PIB chegará em R$ 7,3 trilhões, a dívida pública na casa dos R$ 6,7 trilhões e o déficit (resultado nominal) na casa de R$ 1,2 trilhão. São dados reais alarmantes. Mesmo desconsiderando um 2020 atípico, histórico e projeções continuam desanimadores do ponto de vista econômico. Sinais claros #1: Embora tenhamos um histórico consistente de crescimento do PIB, a dívida pública bruta vem aumentando ano após ano; Além disso, nosso histórico de resultados (déficit) não são nada animadores. Gastamos mais do que arrecadamos. Ineficiência e irresponsabilidades da velha política econômica brasileira, ano após ano, sem perspectivas de mudanças. Agora veja um ângulo complementar desses indicadores: Projeção da Economia no Brasil Fonte: Projeções Econômicas Itaú BBA / Elaboração: Leonardo Grisotto Sinais claros #2: As tendências de aumento do endividamento público, baixo crescimento, incompetência na geração de resultados são nítidas com poucas perspectivas reais de mudança no curto e médio prazo. Aí eu te pergunto: Diante de tais fatos, como poderemos, neste 2020, imaginar que tudo ficará bem em 2021? Não falo isso só com base nos gráficos acima. É fato: Somos um país com péssima gestão política, fiscal e econômica há séculos. Sinais claros #3 Se considerarmos a gestão de governo atual, teremos sinais como: Gastos excessivos no combate à pandemia, causados por uma péssima gestão da crise; Gastos excessivos na máquina pública, sem nenhuma perspectiva de mudança, que continuarão elevando a dívida do governo; Término no auxílio emergencial e incerteza de novos programas sociais; Nenhuma perspectiva de reforma tributária para aliviar as empresas e incentivar investimentos; Gestores públicos com péssima capacidade de gestão nas esferas superiores; Falta de incentivos à investimentos; Programa de privatizações não andou como deveria; Política ambiental deplorável, contrária às tendências globais. E fora o Brasil, as perspectivas econômicas no exterior o cenário se complica ainda mais. Veja o porquê. Perspectivas Econômicas: EUA, China e Europa O FMI (Fundo Monetário Internacional) já se declarou preocupado com o potencial aumento dos preços, em função dos pacotes de resgate, sendo que isto pode causar um descolamento da economia real. Os EUA estão com níveis de dívida acima de 128% cima do PIB (nov/2020), ante 115% em maio/2020. Com dívidas maiores (e crescendo), a nova administração de Biden precisará fazer duas coisas: Aumentar impostos; Reduzir gastos e/ou investimentos. Estas alavancas poderão esfriar a economia dependendo da intensidade com que forem acionadas. Por isso, o desafio dele é enorme. É provável que a dívida do governo, somada com altas taxas de desemprego, queda na renda e juro zero se revertam em pressão inflacionária. Fora que, se o FED for pressionado a criar novos pacotes de resgate, isso poderá tornar o medo do FMI em realidade, ou seja, criar uma bolha de preços descolada da economia real. Mas calma, nem tudo está perdido. O Mercado de Capitais Brasileiro e a Perspectiva Empresarial O ano de 2020 entrará para a história do mercado de capitais brasileiro, como um dos mais surpreendentes. Foram movimentados mais de R$ 100 bilhões em IPOs, mesmo com pandemia e lockdown. Com Selic a 2%, o Brasil deixou de ser o país do rentismo e incentivou milhões de novos investidores a se aventurarem na bolsa. Antes da COVID-19, fundos de investimentos globais e fundos corporativos das grandes empresas somavam mais de USD 50 bilhões em caixa, prontos para serem investidos, mas que foram prontamente postergados por motivos óbvios. Com a entrada da pandemia, as empresas mais ágeis e preparadas ganharam terreno e novos modelos de negócios entraram em cena. Fora o fato de que os bancos centrais injetaram bilhões e bilhões na economia global (pacotes de resgate) para enfrentamento da crise provocada pelo Coronavírus. Sinais claros #4 Junte tudo isso e teremos um sinal claro de que 2021 vai continuar aquecido no mercado de capitais, assim como em movimentos estratégicos de fusões e aquisições. Sendo assim, a movimentação de capitais continuará ativa, se não ainda maior em 2021, na busca por rentabilidade e Market-share. Acredito que este ambiente empresarial e financeiro vai segurar o mercado de certa forma, mesmo com um cenário fiscal e político tão ruim. Dentre outros fatos, pode-se notar: Muito dinheiro em caixa antes da pandemia; Pacotes de resgate bilionários (bailouts), tanto no Brasil (+R$ 750 bi), quanto nos EUA (+US$ 2,3 tri) e em diversos bancos centrais mundo afora. Necessidade de investimento em ativos de maior retorno (assumindo mais riscos); Ativos depreciados e baixa de inúmeros players em função da pandemia, cria ambiente favorável para fusões e aquisições; Rentabilidade baixa (Selic a 2%) da renda fixa. O que podemos aprender com isso? Mesmo diante da esperança quanto à vacina do coronavírus, devemos colocar o pé no chão e entender que levará vários meses, para que ela seja aplicada com efetividade e encerre esta página do livro da história moderna. “Produzir doses suficientes, depois distribuir e vacinar uma população significativa do mundo, levará muitos meses, senão anos. ” Como disse o ministro do Comércio e Indústria de Cingapura, Chan Chun Sing. Até lá, teremos muita água para correr abaixo da ponte. Incertezas geopolíticas e econômicas, bem como a ocorrência de uma segunda onda da Covid-19 criam um horizonte dificílimo para 2021, como você pode imaginar, com base nos fatos e perspectivas acima. “Se o Brasil não reduzir sua dívida pública, com um amplo programa de privatizações, e não cortar seus gastos, com uma profunda Reforma Administrativa, qualquer boa perspectiva para a economia brasileira irá por água abaixo, devido a uma crise fiscal e fortes altas da inflação e dos impostos. ” disse Ricardo Amorim. Por fim, para enfrentar (e sobreviver) à um 2021 nada animador, gostaria de recomendar 5 habilidades para vencer no mundo pós-crise: Adapte-se com agilidade ou morra Equilíbrio entre Corpo, Mente e Espírito Surdez planejada Visão bifocal Alianças estratégicas Se quiser ir além de perspectivas econômicas e entender melhor a importância dessas habilidades no mundo pós-crise, inscreva-se gratuitamente na Masterclass de Ricardo Amorim “2021: O Ano da Virada?“: Você já sabe o que esperar para 2021? Sabe se a economia brasileira vai finalmente andar? Será que é o momento certo para acelerar os investimentos em nosso país ou mesmo de onde virão as maiores inovações e disrupções nesse pós-pandemia? Nos dias 08, 09 e 10 de Fevereiro, Ricardo Amorim estará ministrando um curso ONLINE e GRATUITO falando sobre o ano que estamos começando. Será que 2021 vai ser o ano da virada ou a recessão ainda vai nos incomodar? Pra garantir uma vaga, é bem simples! 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