Liderança Feminina: Quatro empresas no Brasil com metas de equidade até 2030

Dia 8 de Março é comemorado o Dia Internacional da Mulher, e em homenagem a todas as mulheres que lideram a evolução do mercado de trabalho, através da diversidade. Nossa intenção é trazer maior visibilidade para as empresas que escolhem inovar também através da diversidade de gênero.

Fizemos um compilado de iniciativas de Liderança Feminina em quatro empresas que fazem parte da história da AAA Inovação: LATAM Airlines, Copel, Edenred e ArcelorMittal.

Essas quatro estabeleceram metas de diversidade na liderança, além de diversas iniciativas que podem servir de inspiração para o seu negócio! Confira abaixo:

LATAM Airlines

A LATAM informou que vem contratando mais mulheres no Brasil a cada ano para os cargos de comandante e copiloto de suas aeronaves, segundo indica um levantamento da companhia aérea sobre seus processos seletivos de 2023. Apenas no último ano, a Latam contratou 44% do total de mulheres nesses cargos em sua equipe.

Há 3.283 pilotas de avião formadas no país, mas só 992 exercem a profissão de fato, segundo um estudo da Universidade Federal de São Carlos. Elas representam 2,3% da mão de obra brasileira nesse setor. A porcentagem de mulheres ocupando o cargo de pilotos na LATAM, internamente, é maior do que a representatividade do mercado como um todo: 4%.

A diferença é fruto de um projeto em andamento: metade desses cargos foram contratados em 2023, demonstrando que a empresa está cada vez mais comprometida em criar um ambiente de trabalho justo e inclusivo. O quadro de piloto mulheres foi quase dobrado na empresa no último ano.

Copel

A Copel é uma das maiores companhias elétricas do Brasil. A principal fornecedora de energia do estado do Paraná recentemente passou de um órgão público para privado. Atualmente, 21,6% da força de trabalho da Copel é composta por mulheres e 23% do quadro gerencial possui representatividade feminina.

As ações incluem projetos de capacitação, campanhas de conscientização e canais de denúncia para casos de assédio moral, sexual ou racismo. A Visão 2030 da Copel, planejamento para o futuro que estipula metas para os negócios e para o desenvolvimento sustentável da companhia, prevê avanços em diversidade, incluindo a meta de aumentar a representatividade feminina em cargos de liderança em 40% até 2025.

Uma das iniciativas é o Programa de Desenvolvimento de Lideranças Femininas, que oferece a mulheres em posição de liderança na Copel, a oportunidade de exercitar as habilidades de autoconhecimento, autoliderança, fortalecimento e confiança e, também, o compartilhamento de experiências e a inspiração de outras mulheres. A técnica trabalha a liderança feminina centrada em cinco pilares: significado, contexto, conexões, engajamento e energia.

Os encontros são feitos com pequenos grupos que, ao se reunirem, aprendem a se desenvolver em conjunto, tanto na carreira como na vida pessoal. Este programa foi acompanhado pela especialista AAA e mentora de liderança feminina, Lênia Luz, representante da Lean In Institute aqui no Brasil.

Edenred

A Edenred é uma empresa mundial em soluções especializadas de pagamentos para empresas, empregados e comerciantes. Após diversas ações criadas, desde 2017, com o intuito de aumentar a representatividade das mulheres em cargos de liderança, a operação brasileira da Edenred alcançou o índice de 42% de profissionais nesse posto, ultrapassando já em 2023 a meta estabelecida para 2030, de 40%.

Além da criação de diversas iniciativas de diversidade, a criação do Programa de Mentoria Global para Mulheres, o treinamento global mandatório de Diversidade e Vieses Inconscientes, que também abordam a pauta diversidade, e a realização de eventos locais em prol da diversidade, como o Painel de Equidade de Gênero, são outras ações de destaque realizadas pela empresa.

Visando garantir a segurança, o bem-estar e oportunidades de crescimento às profissionais do Grupo, a Edenred Brasil criou uma série de ações voltadas para esse público:

ArcelorMittal

Líder no Brasil na produção de aço e um dos maiores em mineração no mundo, o Grupo ArcelorMittal possui clientes em 160 países e conta com mais de 190 mil empregados. A Arcelor tem a meta global de ter ao menos 25% de mulheres em posição de liderança até 2030.

Dos cerca de 14 mil empregados da ArcelorMittal no Brasil, 17% de mulheres ocupam cargos de liderança no segmento de aços longos. No segmento de aços planos, esse número está em 16%. Na área corporativa, o número de mulheres líderes sobe para 36% (dados de Março de 2023).

Entre as iniciativas, a empresa realizou treinamentos e fez uma série de campanhas de comunicação e sensibilização dos empregados, a fim de construir um ambiente de trabalho mais diverso e inclusivo, onde o respeito e a tolerância prevalecem. Em 2020, a empresa aderiu a quatro importantes compromissos externos: ONU Mulheres, Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+, Rede Empresarial de Inclusão Social e Coalizão Empresarial para Equidade Racial e de Gênero.

Paralelamente à meta de contratação de mulheres, a Fundação ArcelorMittal lançou o programa STEAM Girls, voltado para a formação de meninas para as áreas da ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática. A iniciativa, que integra a Liga STEAM – estratégia da empresa para a educação brasileira, realizou uma série de encontros inspiradores com meninas e profissionais das áreas científicas.

Como estabelecer essas metas para sua Liderança Feminina?

Pedimos a ajuda para a especialista AAA em Liderança Feminina, Lênia Luz (já citada antes), para nos dizer como as empresas podem estabelecer metas e iniciativas que incentivem o crescimento das mulheres em suas carreiras e em cargos de liderança.

Confira como foi nosso Bate-papo:

1. Quais os principais benefícios de ter mais mulheres à frente das equipes?

Esta semana em um treinamento com o time do Lean In Institute, o qual faço parte como representante aqui no Brasil com o Lean In Circle, programa de autoliderança para a liderança feminina, estudávamos o último relatório Women In the Workplace, da McKinsey, em parceria com a LeanIn.Org. E este foi um dos pontos que olhamos e o que te garanto é que os benefícios são inúmeros quando falamos de Diversidade nas equipes.

Mas olhando para a pauta de gênero destacarei aqui: melhor flexibilização nas trocas e negociações, senso de colaboração e fortalecimento da diversidade como um todo, uso da criatividade somada a afetividade e foco em inovação – fatores esses que são essenciais para que as empresas se mantenham ainda mais competitivas.

2. Quais iniciativas as empresas hoje podem estabelecer para ter mais mulheres em cargos de liderança?

Se realmente quiserem apoiar e promover o avanço profissional das mulheres, as empresas precisam focar em:

3. Qual (ou quais) conselho(s) você daria para as mulheres que hoje procuram um avanço na carreira e/ou um cargo de liderança?

 

Quando uma empresa não coloca a diversidade como prioridade, ela se limita de inúmeras possibilidades de inovação, visto que é exatamente a variedade de opiniões e contextos que formam uma ideia inovadora de sucesso. O impacto da Diversidade na capacidade de inovação de uma empresa pode ser fatal aos que não colocam o tema em discussão.

Uma pesquisa da McKinsey & Company apontou que abrir espaço para a diversidade aumenta em até 15% a lucratividade de um negócio. Ainda outra pesquisa, feita pelo IMF (Fundo Monetário Internacional) mostra que eliminar a diferença entre os gêneros poderia aumentar o PIB de um país em 35%, em média.

Todos esses dados mostram que a Diversidade já não é mais uma inovação, ela é uma necessidade. Empresas que não colocam a diversidade em prioridade correm o sério risco de estarem com os dias contados.

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