[Série Tecnologia & Saúde] Ep. 2: Benefícios e Casos de Internet das Coisas Médicas no Brasil

Ainda muito recente em nosso país, a não tão conhecida Internet das Coisas Médicas (IoMT) já possui alguns casos de sucesso com relação à saúde no Brasil.

Representando a conexão entre o mundo físico e a transmissão constante de dados virtuais, a conhecida como Internet das Coisas (IoT) possibilita que todos os objetos estejam conectados entre si pela internet. Quando se tratam de dispositivos médicos, a tecnologia é comumente chamada de Internet das Coisas Médicas ou Internet of Medical Things (IoMT).

Mesmo sendo um termo associado à tecnologia, o conceito é relativamente antigo, tendo sido criado em Setembro de 1999 pelo tecnólogo britânico Kevin Ashton, responsável pela criação de um dos primeiros sistemas de sensores que conectaram o mundo real e a imensidão de informações disponíveis na internet.

Quais são os benefícios da Internet das Coisas Médicas?

Muito além de uma conexão de dados, a Internet das Coisas Médicas é a integração perfeita entre informações indispensáveis da realidade do paciente e a disponibilidade de dados para consulta de médicos. Através dessa tecnologia, a medicina pode se beneficiar se uma maior agilidade na verificação de quadros hospitalares e até mesmo a preparação adiantada para possíveis falhas tanto de pacientes, quanto de equipamentos médicos.

Confira os principais benefícios da IoMT, logo abaixo:

Monitoramento do paciente em tempo real

Ter os dados vitais do paciente nos leitos de forma centralizada e atualizada a cada instante traz um enorme potencial de redução de custos com eventos adversos.

Autocuidado do paciente

Os dispositivos médicos vestíveis e implantáveis possibilitam colocar o paciente no centro do seu próprio cuidado. Tendo ciência da evolução do seu estado do saúde, o paciente pode se antecipar a agendar consultas eletivas ou invés de ir a emergência. Em alguns casos, a ida a qualquer instituição de saúde é dispensável, podendo a própria pessoa intervir em casa desde que já tem sido devidamente orientado por seu médico.

Monitoramento de medicamentos

Boa parte dos desperdício na saúde está relacionada a dispensação errada de medicamentos ou mesmo seu mal acondicionamento. A IoMT dá a possibilidade do controle de temperatura e umidade destas drogas nas farmácias hospitalares, bem como a checagem a beiro-leito antes de serem administradas no paciente. 

Operação e monitoramento de equipamentos

A internet das coisas é a tecnologia base que pode viabilizar a tão almejada predição na manutenção dos equipamentos médicos. Com base nas informações coletadas é possível antecipar quebras e aumentar a disponibilidade do parque instalado. Há ainda a possibilidade com a IoMT destes equipamentos serem operados a distância (telecomando), reduzindo a necessidade de pessoal in loco.

Quais hospitais brasileiros estão utilizando a IoMT?

A tecnologia do robô Laura analisa dados de mais de 1.100 pacientes a cada 3,8 segundos, através de monitor na Santa Casa de Porto Alegre.

Desde meados do ano passado, o Hospital da Criança Santo Antônio e o Hospital Santa Rita, ambos administrados pela Santa Casa de Porto Alegre, contam com telão que a cada 3,8 segundos é atualizado com dados vitais dos pacientes.

A tecnologia desenvolvida pela startup Laura usa Internet das Coisas Médicas e Inteligência Artificial para identificar, antecipadamente, os pacientes em risco ou nas circunstâncias de desenvolverem infecção generalizada, a sepse. Segundo a startup, a tecnologia, presente em outros cinco hospitais, salva 10 vidas todos os dias.

A rede de farmácias fechou no final do ano passado uma parceria com a startup Hi Technologies para oferecer – inicialmente em 10 das suas unidades – exames laboratoriais instantâneos através do dispositivo Hilab. Com uma só gota de sangue é possível realizar mais de 20 exames, desde glicemia a HIV.

Utilizando o HiLab, grandes redes de saúde tem oferecido exame médico que envia resultados para smartphone de pacientes, que podem fazer exames de sangue dentro de farmácias.

Através de tecnologia IoT, os dados coletados são enviados a uma central que em 15 minutos devolve com os resultados. A tecnologia pode ser usada também em clínicas e consultórios que geralmente terceirizam esses exames disponibilizando um espaço dentro da instituição para o laboratório parceiro ou enviando as amostras por malote.

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