Inspirado é uma referência para todo empreendedor: desde melhorias organizacionais, ferramentas para alinhar equipes às necessidades reais dos usuários, até a descoberta e entrega de produtos que os clientes amam.
Nesse livro, o autor Marty Cagan, uma das pessoas mais influentes quando o assunto é gestão de produtos de alta tecnologia, aborda os princípios e práticas que fazem com que os produtos se sobressaiam e sejam um grande sucesso no mercado.
Além de compartilhar o que aprendeu em décadas de experiências e realizações no desenvolvimento de produtos inspiradores em empresas como Ebay, AOL, Netscape, Continuus e HP. Para isso, Marty Cagan estruturou suas pesquisas e consultorias como fundador do Silicon Valley Product Group em três focos essenciais: Pessoas, Processos e Produtos.
Portanto, se sonha em lançar um produto digital, se esforça por encontrar uma forma de adequá-lo ao seu público, ou se já atua em uma organização bem estabelecida e quer fornecer novos valores aos usuários e alavancar os resultados, o livro Inspirado é para você. A seguir, vamos descobrir as principais lições desta obra!
Por que muitos produtos falham?
No livro Inspirado, o autor deixa claro os problemas enfrentados pelas empresas que usam uma abordagem padrão do tipo “cascata”, ou seja, de efeito sequencial, como as causas raiz dos esforços dos produtos fracassados.
Esse questionamento se resume a empresas que usam roteiros pré-planejados e com muitos recursos para negociar e priorizá-los, ao invés de definir uma visão para o produto que combine informações sobre o seu mercado, tendências e clientes, a uma boa dose de criatividade e inovação.
E mais: o sucesso do produto depende exclusivamente dos times nivelados com as metas da empresa e suas contribuições para o cumprimento das mesmas.
Só assim, “Inspirado” alerta sobre o que não se deve fazer, trazendo a tona 10 questões para refletir:
1. Fonte das ideias equivocada
Em geral, as ideias vêm de áreas internas por executivos ou stakeholders chave ou de fora pelos clientes ou potenciais clientes, que não se sentem capacitados e tiram bastante a autonomia do time.
2. Casos de negócios fictícios
Como determinar quanto de dinheiro ou valor aquela ideia irá gerar, e quanto de dinheiro e tempo ela irá custar, se nesta etapa inicial, não sabe-se de fato o que será construído e quão bem a solução irá desempenhar na prática?
3. Roadmaps de Produto
Acabam sendo uma lista de recursos e projetos priorizados, mas na verdade, a maioria das ideias colocadas neles não vão funcionar e mesmo quando provam ter potencial, serão previstas várias iterações para chegar ao ponto em que entreguem um valor tangível.
4. Longe da realidade do Gerente de Produto
O trabalho do Gerente de Produto (Product Manager) nesse modelo está mais para um Gerente de Projetos: compila requisitos e documentações para o time, totalmente o oposto do que é a sua real função.
5. Papel tardio dos Designers de Experiência do Usuário
Envolver os designers apenas depois que os requisitos forem reunidos, é simplesmente tarde demais para serem capazes de inovar e agregar valor.
6. Engenheiros mal aproveitados
Se você usa seus engenheiros (desenvolvedores) somente para codificar e programar, você está usando apenas metade do seu valor. Engenheiros são, tipicamente, a melhor fonte de inovação e fazem parte do processo evolutivo desde o começo.
7. Ágil apenas para delivery
As equipes de desenvolvimento de produtos trabalham de forma ágil na fase de entrega e isso representa apenas 20% do potencial da organização.
8. Projeto não é Produto
A maioria dos projetos são trabalhos únicos, enquanto os produtos têm um ciclo de vida contínuo e aplicado às novas tecnologias e suas resoluções.
9. Processos focados em Projetos
Os processos são muito centrados nos projetos, sendo voltados para a entrega de recursos, enquanto times de produto devem estar focados na entrega de resultados.
10. Validação com o usuário atrasada
A maior deficiência desse antigo processo em “cascata” é que todo o risco está concentrado no final e a validação com o usuário acontece tardiamente, em vez de acontecer o quanto antes e com frequência.
Como vimos na mentalidade de cascata, Inspirado explora conceitos-chave do mundo de produtos, em empresas de tecnologia, sejam startups, empresas em estágio de crescimento ou corporações. E como superar essas causas obsoletas mencionadas acima?
Além dos exemplos de sucesso da Amazon, Google e Netflix, citados em Inspirado, por conseguirem evitar esse destino, o autor Marty Cagan oferece três princípios abrangentes:
Riscos são assumidos no começo e não no final
É melhor arriscar e falhar antes de decidir construir algo, do que depois do produto já pronto. Abaixo alguns riscos comuns a serem considerados:
- Risco de valor: os usuários vão comprar?
- Risco de usabilidade: os usuários vão saber usar?
- Risco de viabilidade: é possível desenvolver, considerando tempo, habilidades do time e tecnologia disponível?
- Risco de negócio: essa solução funciona para todos os aspectos do negócio (de vendas a jurídico)?
- Risco financeiro: podemos pagar essa solução?
- Risco de marketing: esta solução é consistente com nossa marca?
Produtos são definidos e projetados de forma colaborativa, ao invés de sequencialmente
Em times engajados, produto, design e engenharia trabalham lado a lado, em uma relação de troca, para levantar soluções.
Trata-se de resolver problemas e não implementar recursos
Produtos convencionais são sobre entrega, enquanto melhores times estão preocupados em garantir que a solução resolva o problema e gere resultados de negócio.
Segundo Inspirado, a “Descoberta e entrega contínuas” é uma ótima maneira de traduzir esses três princípios em uma nova mentalidade para todos os profissionais aderirem.
A importância do time de Produto
Em Inspirado, tudo começa pelas pessoas que fazem parte do time multifuncional de produto, com diferentes especialidades e responsabilidades, e elas são fator fundamental no sucesso ou fracasso de cada iniciativa. Lembre-se: um time de produto deve ser composto por missionários e não mercenários, em suma, por pessoas que realmente acreditam na visão, preservam a confiança e estão comprometidas em resolver o problema dos usuários.
Para que isso aconteça, o time deve ter, no mínimo, um Gerente de Produto, um Designer de Produto e um grupo de Engenheiros (desenvolvedores), com objetivos claros e um problema de negócio que eles têm autonomia para testar várias formas de resolvê-lo, antes de apenas construir o que os outros pedem.
Então, se na sua empresa a equipe não está dedicada nesse nível, isso certamente será a primeira coisa a ser corrigida.
Ainda sobre time, o exemplar Inspirado destaca as principais responsabilidades e conhecimentos de um Gerente de Produto: avaliar oportunidades, descobrir um produto que seja valioso, utilizável e viável, e determinar o que deve ser desenvolvido e entregue aos usuários.
- Conhecimento do usuário: suas questões, dores, desejos e como pensam;
- Conhecimento de dados: conhecer o cliente e saber como ele usa o seu produto;
- Conhecimento do negócio: como funciona e qual o papel do seu produto;
- Conhecimento do mercado e da indústria: seus concorrentes, tecnologias emergentes, comportamentos e expectativas dos usuários, acompanhar os especialistas do setor, e por aí vai.
A conclusão desse compilado do livro Inspirado é que não importa quão bom o time de Produto seja, se não receber algo que valha a pena ser desenvolvido. Aproveite para conferir tudo isso e otimizar a sua Gestão de Pessoas, Processos e Produtos, na leitura completa de Inspirado!
Excelente conteúdo Presleyson, continue assim cara que teu blog vai longe. Um abraço!