Inovação, Vivência e Experiência: ocupam o mesmo lado da moeda?

Quando falamos de inovação, aquela criada no mundo das startups, é comum vir à mente o mito do jovem fundador. Esse mito, que habita o imaginário de boa parte das pessoas, gira em torno das gerações mais novas que tem uma genialidade ímpar e a ideia que vai conseguir mudar o mundo com uma startup bilionária do criada zero.

Sim, é verdade que Mark Zuckerberg criou o Facebook aos 20 anos, Evan Spiegel fundou o Snapchat aos 22 e Mike Krieger colocou de pé o Instagram aos 24. Mas esses três empreendedores estão longe de ser a regra no mundo real. Na verdade, eles são exceção.

 

Maioria de fundadores de Startups têm idade acima dos 30

Uma pesquisa recente realizada pela empresa de capital de risco americana First Round, mostrou que, ao contrário do que se imagina, jovens de até 25 anos respondem por apenas 3% das startups fundadas.

 A maioria dos empreendedores mapeados pela pesquisa possui entre: 

Se isso ainda não é suficiente, 13,4% dos fundadores mais de 50 anos! 

 

 

Por que é comum imaginar jovens à frente de startups de sucesso?

Imagem via Hero Images/Getty Image

Essa questão é extremamente simples, porque frequentemente nos esquecemos que iniciativa e capacidade de realização são duas coisas completamente diferentes. Fundadores jovens, recém saídos da faculdade e com pouca ou nenhuma experiência, são cheios de energia e movidos pela vontade de fazer a diferença e de criar negócios revestidos de propósito. 

Eles possuem doses cavalares de iniciativas. Entretanto, por mais que a tecnologia avance, ainda não criamos nenhum processo de inteligência artificial que consiga substituir com sucesso a vivência e experiência. Por isso, fundadores mais maduros levam vantagem e isso explica porque a maioria das startups de sucesso são fundadas por empreendedores que já passaram dos 40 anos. 

Quando esses profissionais se aventuram na criação de um negócio novo baseado em inovação, o fazem munidos de anos de aprendizado oriundo da trajetória profissional. E isso aumenta exponencialmente a chance de sucesso.

 

O que podemos aprender com isso?

O que as reflexões decorrentes dessa pesquisa nos ensinam, é que, se queremos gerar inovação em nossos negócios, um bom ponto de partida é procurar construir um mix de competências nas pessoas que trabalham em nossas empresas, que consiga aliar a impetuosidade juvenil à maturidade oriunda da experiência. 

Inovação não é apenas um exercício de criatividade e inventividade. A inovação só faz sentido e acontece quando a tecnologia e a capacidade criativa são aplicadas de maneira efetiva, de preferência, fazendo o que eu chamo de “gerar nota fiscal”. 

Para isso, é preciso capacidade de enxergar as possibilidades de aplicações práticas e, de preferência, simples, de toda e qualquer ideia gerada no ambiente corporativo. É claro que inovar não é uma ciência exata. Mas, ao mesmo tempo, está longe de ser apenas um exercício de ideias lançadas ao vento que não se traduzem em coisas concretas. 

Inovar é sinônimo de fazer acontecer.

Para isso, a união de ímpeto, vivência e experiência, ainda parece ser o melhor combustível.

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