[Série Tecnologia & Saúde] Ep. 5: Benefícios e Casos de Impressão 3D no Brasil

Ofecerendo maior agilidade, acessibilidade e praticidade na produção de próteses e órteses, a impressão 3D no SUS se tornou um enorme diferencial.

Em volta da grande inovação que é o impacto da Impressão 3D no SUS e na saúde do Brasil, hoje temos muitas notícias que relatam a produção de próteses infantis até reconstrução de crânios, membros e órgãos através da tecnologia que se popularizou nos anos 2000.

Sendo muito utilizada por indústrias para a criação de peças automobilísticas, startups em projetos ousados capazes de construir casas e pontes e também por pequenas empresas focadas em trabalho artesanal, o método passou a ser utilizado em 2001 por cientistas do Instituto Wake Forest para Medicina Regenerativa, na produção de órgãos para estudos.

Capaz de oferecer uma agilidade, acessibilidade e desburocratização na produção de peças voltadas para o setor de Saúde, a Impressão 3D é responsável por trazer ao mundo real, objetos em três dimensões criados a partir de um modelo gráfico computacional.

Os materiais utilizados são os mais diversos, desde derivados do plástico até pele humana.

Benefícios da Impressão 3D na Medicina do Brasil

Estrutura óssea de mandíbula, desenvolvida em plataformas virtuais e impressa através de impressora 3D.

A tecnologia descentraliza e permite a produção customizada de produtos, fenômeno conhecido como manufatura aditiva, sendo a Impressão 3D um dos meios mais econômicos e personalizados disponíveis no mercado da medicina.

Através dela, é possível produzir peças que podem servir tanto para estudos de alta imersão, reprodução física de exames de pacientes cirúrgicos e próteses adaptadas à estrutura corpórea de pacientes com deficiências físicas.

Outros benefícios da Impressão 3D no SUS e em vários instituições, hospitais e universidades do Brasil e do mundo, são:

Planejamento cirúrgico

Com o uso da impressão 3D, cirurgiões e outras especialidades médicas podem aumentar consideravelmente a chance de êxito no tratamento aos pacientes. Através de moldes impressos com base em imagens tiradas da região anatômica que irá sofrer a intervenção médica, é possível planejar e testar todo o procedimento a ser adotado. Desta forma, a impressão 3D tem ajudado os médicos a alcançarem desfechos clínicos mais assertivos e consequentemente mais baratos.

Órteses e próteses

A manufatura aditiva está mudando a forma como a medicina ajuda a complementar as deficiências do corpo humano. Hoje já é possível produzir de forma customizada, rápida e barata, desde talas manuais até membros inteiros;

Produção de órgãos

Uma vertente ainda mais interessante são as próteses que utilizam tecidos humano para substituir órgãos com mal funcionamento, inchertar tecido em regiões mutiladas ou ainda para testes de produtos cosméticos – em substituição aos testes em animais. A prática ainda precisa ser regulamentada aqui na Brasil pela ANVISA.

Brasileiros utilizam Impressão 3D no SUS e em Universidades

Ao lado de outras 7 instituições federais, a CTI Renato Archer criou uma tecnologia de reconstrução craniana, que poderá atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) à partir de 2020.

O centro tecnológico – localizado em Campinas – é vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Fundado em 1982, é pioneiro na produção de peças para planejamento cirúrgico. Desde 2000 já produziu mais de 5 mil biomodelos para auxiliar nas intervenções cirúrgicas a pacientes do Sistema Único de Saúde do Brasil, aplicando impressão 3D no SUS.

O instituto atua também no aperfeiçoamento de projetos de órteses, próteses e na produção de tecido e órgãos humanos para fins de pesquisa, tendo participado de estudo para tecnologia de reconstrução craniana.

Imagem: Reitoria Unifesp

Na Unifesp, o 3D tem sido usado para transformar plástico em próteses infantis. A solução permite a criação de um material mais preciso, leve, econômico e ajustável. A equipe planeja usar a mesma lógica para criar um substituto do gesso.

A startup potiguar Fixit, também de olho no substituição das talas de gesso, tem realizado parcerias com centro ortopédicos e profissionais autônomos para produção customizadas em 3D de órteses de mão, braço e ombro. As peças usam matéria-prima sustentável como bagaços de cana-de-açúcar, beterraba e milho.

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