Grandes personalidades do mundo dos negócios, como Jeff Bezos, Bill Gates e Steve Jobs, ganharam os holofotes do mundo corporativo, reconhecidos mundialmente como grandes líderes e essencialmente como idealizadores de grandes ideias (geralmente as que compõem o Core Business da empresa).
Mas será que o mérito dessas grandes organizações está fundamentado nessas personalidades excêntricas? Nesses gênios da inovação?
O impacto de uma ideia: Amazon Prime e outros players
Há poucas semanas o Amazon Prime (pacote de serviços da Amazon renovado) chegou ao Brasil oferecendo consumo ilimitado das principais plataformas de streaming da empresa, como o Amazon Vídeo (concorrente direto da Netflix), O Amazon Music (concorrente direto da Spotify) e o Amazon Reading, sendo este último um banco de dados contendo milhares de e-books e revistas digitais gratuitamente ou a um preço realmente muito acessível.
Com o impacto do lançamento do Amazon Prime, redes de varejo como Magazine Luiza, B2W (fusão do Submarino, Americanas.com. e Shoptime) e Via Varejo (responsáveis pelas lojas Casas Bahia e Pontofrio e suas respectivas lojas virtuais) tiveram perdas de até R$4,75 bilhões do valor de mercado na bolsa de valores do Brasil, conhecida como B3.
Provavelmente você já percebeu, mas a Amazon Prime nasceu da junção de vários serviços que, na opinião de muitos, a empresa não fazia bem. Ao transformar produtos em benefícios de um plano muito mais acessível, a estratégia declarou guerra empresas que, antes, pareciam consolidadas no mercado de serviços por assinatura no Brasil.
Por mais cômico que isso possa parecer, as gigantes estão sendo ameaçadas por pequenas soluções e, para não ser engolido pelo “rastro colorido” das startups, as organizações há muito tempo difundidas precisam aprender com os novos modelos de negócio.
E por falar em startups, saiba que grandes ideias não surgem apenas de big players: a nova solução de aluguel de imóveis, QuintoAndar, juntamente com o novo cartão de créditos com cash–back de 5% da PicPay, prometem balançar o mercado pelos próximos meses.
Mas de onde vêm essas ideias? Os gênios da inovação você já conhece: Steve Jobs, Bill Gates, Jeff Bezos e até mesmo os caras da Google. Mas, por será que existe algum segredo entre esses gigantes?
De onde os gênios da inovação vem? Dica: tem a ver com a necessidade
Jeff Bezos, criador e atual CEO da gigante de vendas, Amazon, é conhecido por uma visão estratégica, dedicação ao próprio negócio e constantes explosões de humor – comportamento que se tornou símbolo da sua gestão. Há quem diga que a liderança de Bezos não é exemplo de uma Cultura Organizacional saudável, mas foi suficiente para manter o negócio “vivo” até hoje.
Mais do que uma personalidade explosiva, Bezos é um exemplo por conseguir enxergar a ameaça de novas soluções e empresas que, mesmo distantes, podem significar a morte do seu próprio negócio no futuro. Porém, ao invés do líder contar com a dúvida da incerteza, Bezos identifica novas possibilidades e lidera a Amazon para criar soluções antes dos concorrentes. É como se a Amazon “matasse” seu próprio negócio constantemente, criando novas soluções que superem as anteriores, tudo em nome da necessidade de inovar para garantir a sobrevivência do seu negócio.
Ideias para além das fronteiras
Como diria Steve Jobs, “A simplicidade é a sofisticação definitiva.”. E é por acreditar nisso, que a Apple, ainda sob direção de Jobs, passou a focar no design e principalmente no cliente, deixando grandes esforços com desenvolvimento de novas tecnologias para outros parceiros, responsáveis por fornecer chips, telas, baterias, processadores e muitos outros componentes do iPhone, por exemplo. Por incrível que isso possa parecer, até mesmo a montagem dos aparelhos era terceirizada.
Para Jobs simplificar não significava ignorar dados fundamentais de um problema, mas sim encontrar uma solução simples e elegante. Agora, se aplicarmos isso a própria gestão da organização, percebemos que realizar parcerias com possíveis “concorrentes”, como Samsung, LG, Panasonic, Philips, Toshiba e Sony possibilitaram a organização focar apenas no que era mais importante: o cliente.
Mesmo hoje, após 8 anos da morte de Steve Jobs, abrir as portas da Apple para receber recursos, tecnologias e soluções de fora da organização garante a velocidade que uma empresa desse porte precisa para entregar novos produtos em um mercado cada vez mais veloz.
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Effectuation: você vai querer usar o que tem
Agora, se fossemos dissecar os gênios inventivos para descobrir o segredo que gerou os insights que possibilitaram a construção de tantos modelos de negócios inovadores, provavelmente encontraremos a lógica do Effectuation.
Joe, Brian e Nathan se viram na mesma situação de muitos jovens universitários em São Francisco, Califórnia: desempregados e sem dinheiro para pagar o aluguel.
Quando uma conferência de designers chegou em São Francisco, criou a oportunidade perfeita para os jovens desenvolverem a primeira versão do site de hospedagens, Airbnb, valendo hoje mais de 1 bilhão de dólares.
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Desenvolvido a partir de um estudo cognitivo, Saras Sarasvathy (pioneira no estudo dessa lógica) defende que essa o Effectuation é a lógica aplicada por novos empreendedores (ainda que não saibam que são) para desenvolver novos negócios baseado naquilo que sabem, nos recursos que estão disponíveis e principalmente na sua rede de contatos.
Como o exemplo do Airbnb, podemos visualizar o Effectuation como um contexto perfeito somado a uma mente visionária capaz de identificar uma oportunidade e transformar a resolução de um simples problema (como ter dinheiro para pagar o próximo aluguel) em um modelo de negócios escalável.
Agora, imagine: por trás de quantos modelos de negócios o Effectuation foi aplicado “acidentalmente”? Quantos gênios inventivos surgiram a partir da necessidade de sobreviver?
Inovação contínua é um dos focos da Microsoft
O produto absorve as sugestões de melhorias dos clientes, que são integradas as atualizações constantes da plataforma, o que garante melhoria contínua alinhada com as expectativas dos usuários finais. Mas se você pensa que esse tipo de estratégia só acontece de fora para dentro da organização, está muito enganado.
Além de criar novos produtos, big players precisam otimizar recursos e desenvolver melhoria de processos e serviços, como é o caso da fábrica da Coca Cola em Estocolmo, que resolveu inovar estimulando o desenvolvimento de ideias de inovação. A estratégia, conhecida como Programa de Ideias, escuta os colaboradores de linha de frente, que estão diretamente inseridos nos processos de fabricação e que, nesse caso, desenvolveram ideias para otimizar o desperdício de matéria prima no processo de engarrafamento dos refrigerantes, reduzindo em até US$ 15.000 em garrafas danificadas por ano.
Alan Robinson e Dean Schroeder mostram em seu livro, Organização guiada por ideias, que 80% do potencial de melhoria da empresa se encontra nessas ideias da linha de frente, e por isso é preciso um programa de inovação de alto desempenho baseado em um banco de ideias eficaz a fim de gerenciar essas contribuições de modo a extrair valor e a gerar diferenciais para a organização.
Saiba mais sobre o Programa de Inovação.
Conclusão sobre os Gênios da Inovação
Até aqui você deve ter percebido que grandes personalidades do mundo do Vale do Silício são apenas as versões mais superficiais de um conjunto de fatores estratégicos que estão ocultos, mas que tornam o líder propício a tomar decisões alinhadas a uma Cultura de Inovação, garantindo a sobrevivência e a escalabilidade do seu negócio.
Além de uma liderança estratégica, investir em diferentes frentes de inovação tornou cada uma das organizações citadas acima especialista em inovar com velocidade e escalabilidade, seja desenvolvendo novos produtos ou melhorando processos e serviços.
É verdade que os gênios da inovação citados acima estavam à frente do seu tempo e tiveram uma visão muito mais estratégia e veloz do que grandes concorrentes e até mesmo o mercado como um todo. Entretanto, entendendo como esses grandes gênios da inovação conquistaram seus títulos, fica muito mais fácil compreender como seguir os passos por trás de tanta inovação.