Os princípios ESG apontam para novos rumos sobre posturas sustentáveis, a longo prazo. Este processo é conhecido como ESG, sigla para Environmental, Social and Governance (Governança Ambiental, Social e Corporativa), bastante difundido no mundo dos negócios na Europa e nos Estados Unidos, principalmente no setor financeiro, que está permeando cada vez mais o ambiente corporativo brasileiro e ditará os próximos passos de empresas e profissionais, sobretudo os da área jurídica, responsáveis por apoiar as organizações na implementação consistente dessas novas ações.
O que significa ESG?
ESG representa uma mudança clara e crítica para uma maneira sustentável de pensar. É um conjunto de práticas de compromisso social, empresarial e ambiental. Do ponto de vista do mercado, o cumprimento desse indicador representa a capacidade da empresa de interpretar valores efetivos na sociedade e integrá-los ao negócio.
Qual a relação do ESG com a inovação?
O cenário atual, da pandemia de Covid-19, aponta para uma consolidação dessa evolução das práticas sustentáveis em qualquer atividade econômica, primeiro, pela situação de saúde pública ter escancarado as diferenças sociais nas diversas nações, segundo, pelo fato das novas práticas ESG há métricas a serem criadas pelas empresas, para que se possa analisar quão sustentáveis podem ser ao produzir e ao se relacionar com colaboradores, clientes e comunidades – o que desperta atração por parte de investidores.
George Serafeim, professor de administração e negócios da Harvard Business School, atesta a informação, em artigo para o blog da instituição: “O ESG ajuda os gestores a reduzir custos de capital e aumentar o valor de mercado da empresa. Isso porque quanto mais investidores aplicarem capital em empresas com sólido desempenho de ESG, mais reservas de capital estarão disponíveis para elas”.
Qual é a origem do ESG?
Tudo começou em janeiro de 2004, quando o ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan, convidou mais de 50 CEOs de grandes instituições financeiras a participar de uma iniciativa conjunta, para encontrar maneiras de integrar o ESG aos mercados de capitais. O argumento, à época, era de que a incorporação de fatores ambientais, sociais e de governança nos mercados de capitais faz sentido para os negócios e leva a mercados mais sustentáveis, que produziriam melhores resultados para as sociedades.
Muito tempo se passou sem uma evolução ampla e de forma macro, em atitudes concretas, quanto à sustentabilidade de forma ampla. Alguns setores econômicos, especialmente os de maior impacto ambiental, sofrem mais pressão de agentes reguladores e órgãos governamentais. Mas a preocupação com os demais temas relacionados ao ESG tais como diversidade em conselhos, boas práticas trabalhistas e relações de governança e ética ainda precisam ser constantemente trabalhadas.
3 ações para adquirir um desenvolvimento sustentável
O novo código de boas práticas sustentáveis determina, basicamente, que os diversos mercados econômicos devem considerar fatores ambientais, sociais e de governança na busca pelo lucro.
“O desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades.”– Organização das Nações Unidas (ONU)
Estes aspectos, quando observados em conjunto, concretizam de forma mais ampla o conceito de sustentabilidade, à medida que o ambiente corporativo e a sociedade civil deem a devida importância ao impacto de suas ações e busquem o desenvolvimento sustentável. Dentre os principais fatores estão:
- Uso de recursos naturais, eficiência energética e poluição;
- Políticas e relações de trabalho, inclusão e diversidade;
- Independência e diversidade dos conselhos administrativos.
O futuro do ESG e da sustentabilidade
Nota-se atualmente uma crescente movimentação na busca pelo o desenvolvimento sustentável em múltiplos aspectos, para que o crescimento econômico seja feito de forma responsável, considerando a proteção do meio ambiente, buscando diminuir os abismos sociais e mostrando transparência de suas práticas perante a sociedade.
“É importante citar a cobrança e atenção dos consumidores da nova geração, cujas prioridades também se relacionam à responsabilidade e ao impacto social.” – Lucas Ferreira, Analista de Inovação da aceleradora Troposlab
Desse modo, a tendência é que a evolução das práticas sustentáveis, proposta pelo ESG, faça parte de uma nova visão nas corporações, partindo de executivos, conselheiros e acionistas para integrar todos os demais setores e até mesmo extrapolar esses limites.
E quando falamos em extrapolar esses limites, voltamos ao aspecto, também, de uma cultura e modo de pensar sustentável com relação às formas de se fazer negócio e lidar com as pessoas, sejam colaboradores, clientes e demais steakholders.
Ao mesmo tempo que empresas buscarão por resultados financeiros positivos, pois isso também é sustentabilidade, não poderá ser a qualquer “preço”. Será preciso, cada vez mais, trazer transparência na cadeia de relações, compreendendo a complexidade e os efeitos para as partes relacionadas (todos da cadeia envolvida, além da comunidade), agindo e analisando os efeitos sistêmicos.
Diante dessas mudanças que já estão postas e em curso, que tal mergulhar e buscar conhecimentos que possam ajudar empresas e pessoas a lidar melhor com essas práticas e oportunidades, propostas pelo novo código ESG?