COP 26: qual o papel da Inovação e do Brasil na cúpula climática da ONU?

Contagem regressiva iniciada – e os inovadores agradecem!

A COP26 acionou o cronômetro e o planeta tem que frear o aumento de temperatura até 2030 – o T-Rex da ONU deve estar orgulhoso! – e a boa notícia é que as empresas inovadoras, que investem em tecnologias limpas e em produtividade sustentável só têm a ganhar com isso.  

Meu avô sempre dizia para a minha avó que o noticiário era muito mais emocionante que as novelas. A COP26 (26ª Conferência entre as partes) gerou notícias com potencial para passarem para a História como uma das mais dramáticas reviravoltas da Humanidade – coisa para deixar qualquer enredo ficcional com inveja – e aponta um final feliz para os governos, empresas e indivíduos que investem atenção, dinheiro e talento para gerar inovações capazes de ajudar o planeta a se recuperar. 

Enquanto os brasileiros viviam o Dia de Finados, na conferência organizada pela ONU em Glasgow, na Escócia, mais de 100 países (incluindo o Brasil) assinaram dois acordos fundamentais para evitar os efeitos terríveis das mudanças climáticas e garantir um planeta melhor para as futuras gerações. 

 

O que foi discutido na COP26?

O primeiro compromisso é reduzir em 30% as emissões de gás metano até 2030 (em relação ao volume produzido em 2020). Esse gás é produzido pela decomposição do lixo, pelo intestino de animais e, embora dure na atmosfera apenas 11 anos (o dióxido de carbono dura 300 anos) ele é 80 vezes mais potente que o CO2 e responde por 30% do aquecimento global. 

O segundo acordo assinado pelos líderes mundiais é chamado de Forest Deal e vai além de uma intenção vaga de preservar as florestas. Sua missão é agir também na recuperação dos solos, incentivar o replantio de áreas desmatadas com espécies nativas, apoiar os povos nativos que vivem e cuidam das  matas e até prevê a proibição (e criminalização) do comércio internacional de produtos ligados à destruição de florestas.  

 

COP26 e a Inovação

Esses compromissos assinados em Glasgow equivalem a ver Luke Skywalker lutando contra o relógio e os inimigos poderosos para explodir a Estrela da Morte, o artefato bélico capaz de destruir planetas e, também, de gerar um efeito motivador em todos que desejam vencer o status quo. No caso da realidade do planeta Terra, desaquecer o planeta é impedir a sua destruição. 

O interessante é que a inovação é a melhor arma para implementar os dois compromissos. Nessa batalha, cada indivíduo está no cockpit de um caça X-wing e tem a obrigação de lutar com coragem e criatividade

No caso da redução das emissões de gás metano, o investimento em pesquisa e desenvolvimento de alternativas menos poluentes será decisivo. O controle do lixo, dos aterros sanitários e a utilização deste gás como combustível tem que estar na agenda de todas as sociedades do planeta.  

 

O papel do Brasil na COP26

No caso específico do Brasil, a boa notícia para quem aposta na inovação para desaquecer o planeta é que já existem pesquisas para reduzir as emissões de metano produzidas pelo gado e que, também, vão gerar maior produtividade e reduzir a necessidade de novas áreas de pastagens – ou seja, vão ajudar o Brasil a atingir os dois compromissos – e ainda garantir que a pecuária continue a ser um excelente negócio.

Pesquisas realizadas pela Embrapa demonstram que bovinos alimentados com ração balanceada produzem nove vezes menos gás metano do que os que comem apenas pastagem. Além disso, a ração caprichada permite engordar o gado em uma área menor e ter mais cabeças por hectare. O resultado é: menos metano e menor desmatamento para a criação de pastagens. Além de vacas e bois melhor nutridos, o Brasil fica mais próximo das metas para reduzir as mudanças climáticas. E onde está a inovação? Nos estudos que buscam rações melhores e mais balanceadas e no desenvolvimento de técnicas de manejo que geram mais produtividade. 

O Brasil é o maior exportador de carne bovina do planeta, mas se quiser se manter nessa posição tem que deixar claro para os consumidores do mundo todo que está fazendo a sua parte. E isso não está só nas mãos do governo, está na conscientização de toda a cadeia produtiva. 

Consciência é fator determinante no manejo das florestas e isso tem valor tanto em créditos de carbono quanto na imagem do Brasil como destino de investimentos de longo prazo. Além de impactar na qualidade de vida das pessoas que vivem de produtos ligados ao extrativismo, à pesquisa e ao turismo – áreas que para se manterem ativas precisam das florestas em pé. 

Outra notícia da semana também se liga a essa narrativa e reforça a ideia de que a inovação vai nos salvar: a chegada da internet 5G, que deve gerar impactos positivos permitindo que as pessoas trabalhem e resolvam sua vida pela internet. Isso vai reduzir os deslocamentos e o impacto ambiental dos carros convencionais e democratizar a distribuição do trabalho, porque mais gente poderá trabalhar de casa e reduzir as despesas ligadas a trabalho externo. 

Esse salto tecnológico gerado pelo 5G vai aprofundar nossa atividade no metaverso – aquele lugar em que o mundo físico e o digital formam uma realidade única – e acelerar as mudanças. Vem aí um novo modo de viver movido a tecnologia combinada com respeito à natureza. Inovadores de primeira hora, como Elon Musk e Jeff Bezos, devem estar pulando de alegria! Afinal eles desenvolvem produtos e serviços alinhados com o futuro. 

Diante de tanta notícia importante, é preciso concordar com o meu avô José: a realidade está mais emocionante que a ficção. Que venham os próximos capítulos!

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